“Mexer o esqueleto” não é tarefa apenas para os jovens. Diferente do que muitos podem pensar, a dança é uma ótima opção para pessoas da terceira idade. É o que diz um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Melbourne, na Austrália. Segundo eles, a atividade física pode ajudar pessoas com mais de 50 anos até a melhorarem a memória.
Pesquisadores brasileiros também chegaram a essa conclusão. Estudos científicos envolvendo dança e idosos comprovam as contribuições para a saúde física e mental, principalmente em relação aos ganhos ligados à força, ritmo, agilidade, equilíbrio e flexibilidade. Para os estudiosos do assunto, as atividades físicas, quando praticadas regularmente, retardam as doenças que podem acometer os idosos e, no caso da dança, por ser uma atividade aeróbica, muitas vezes ela é recomendação médica para amenizar sintomas de doenças como hipertensão, obesidade, osteoporose, depressão e problemas de memória.
Na dança, além de exercitar o corpo, a agilidade, a coordenação motora e o equilíbrio, as pessoas de terceira idade também exercitam a mente, a atenção, a concentração e a memória. Além disso, a prática diminui o estresse e a ansiedade, além de melhorar a auto-estima.
Professores de dança para idosos concordam e afirmam que a modalidade em questão pode proporcionar bem-estar físico e emocional, principalmente, para aqueles com depressão e Alzheimer, doenças quais atingem cerca de 11% da população no Brasil, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Não é à toa que já existem no país aulas de dança voltadas apenas para a terceira idade, chamadas de Dança Senior. A prática, que surgiu na Alemanha em 1974, chegou no Brasil em 1978 e consiste em exercícios que objetivam prevenir a rigidez muscular e a perda de domínio de movimentos coordenados. Mas, não é preciso participar dessa aula específica para os mais velhos perceberem os benefícios de remexer os quadris. Dança de salão e outras têm sido cada vez mais procuradas por esse público, que descobre nas coreografias uma forma de manter a saúde em dia em todos os sentidos. “A pessoa fica muito parada em casa, com pensamentos negativos, mas com a música e a dança, ela espairece. É bom física e mentalmente”, avalia Rosa do Brasil, professora de dança de salão em Serra Negra e que já trabalhou com turmas de idosos.
Para professores da área, depois da aula é visível a alegria dos alunos e até os familiares percebem isso. Especialistas garantem que a dança como atividade física ajuda a garantir ao idoso uma vida ativa, com independência funcional,através da manutenção da força muscular, principalmente de sustentação, equilíbrio, potência aeróbica, movimentos corporais totais e mudanças do estilo de vida.
Na opinião de Rosa, há muitas vantagens na prática, desde a melhora na coordenação motora e circulação até o ganho de auto-estima e socialização. “Tem tantas senhoras tímidas que não saem de casa porque não recebem atenção dos mais novos, mas que na aula conversam, distraem, dão risada”, conta. Segundo ela, muitos alunos acham que não vão conseguir e que, aos poucos, se integram e se entregam ao ritmo.
A professora ressalta que a dança é recomendada até para os que apresentam reumatismo, dificuldades de locomoção, osteoporose ou outro tipo de dor, desde que sejam respeitados os limites de cada um. “É uma das melhores atividades. Às vezes, a dor existe de tanto a pessoa ficar sentada e ela tem dificuldade até de dar dois passos para lá e dois para cá. Mas, ao se movimentar, o aluno chega a esquecer da dor”, afirma.
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