30 de set. de 2009

Adequabilidade dos modelos de periodização do Treinamento Desportivo

O estudo teve como objetivo identificar, sob o ponto de vista da adequabilidade, qual o melhor modelo de periodização do Treinamento Esportivo. Para a avaliação da adequabilidade, considerou-se dois indicadores: a estrutura da periodização, que poderia ser classificada como “Completa” (se possuísse os períodos de preparação, competição e transição), “Adaptada” (caso só constasse de dois dos períodos) ou “Indefinida” (no caso de não se conseguir caracterizar as fases); e forma de modulação da carga, baseada nas dimensionais de volume e de intensidade, que podem se comportar de três maneiras distintas: variação de predominância, predominância de volume ou predominância de intensidade. A ferramenta metodológico-estatística para a realização do estudo foi a metanálise, para traduzir os dados das informações necessárias a esta pesquisa. Foram utilizadas 103 citações sobre periodização do treinamento esportivo, advindos de artigos e livros obtidos por pesquisa sistemática, nas bases de dados.


29 de set. de 2009

Treinamento Funcional para Natação

Você está procurando alcançar uma margem competitiva sobre seus oponentes? O desenvolvimento de uma musculatura central forte junto com um treinamento funcional para a natação, pode ser exatamente o que a seu programa está faltando. Muitos programas se enfocam somente nos números no ginásio, esquecendo que a natação é uma atividade tridimensional, pelo quais os lucros em força têm um valor mínimo na melhora da destreza. O treinamento funcional pode melhorar a habilidade do corpo para gerar potência a partir da musculatura central. Freqüentemente ouvirá falar do centro (os músculos abdominais e das costas) descrito como o centro de potência do corpo. Isto é porque quando se treina corretamente, estes músculos atuam de maneira sinérgica para melhorar dramaticamente seu rendimento esportivo. Isto não significa que você tenha que fazer centenas de abdominais por dia. A não ser significa que você deve treinar de forma específica, e praticar como se competira.


28 de set. de 2009

A Educação Física, deveria analisar a cultura corporal em vez de formar atletas

Para o especialista da Universidade de São Paulo, a função da disciplina é investigar como os grupos sociais se expressam pelos movimentos

De todas as disciplinas do Ensino Fundamental, provavelmente a Educação Física foi a que sofreu transformações mais profundas nos últimos tempos. Mudanças pedagógicas e na legislação fizeram com que até mesmo sua missão fosse questionada. Se até a década de 1980 o compromisso da área incluía a revelação de craques e a melhoria da performance física e motora dos alunos (fazê-los correr mais rápido, realizar mais abdominais, desenvolver chutes e cortadas potentes), hoje a ênfase recai na reflexão sobre as produções humanas que envolvem o movimento. Se antes o currículo privilegiava os esportes, hoje o leque se abre para uma infinidade de manifestações, da dança à luta, das brincadeiras tradicionais aos esportes radicais. Ecos da perspectiva cultural, que domina pesquisas e ganha cada vez mais espaço nas escolas.

Considerado um dos principais investigadores dessa tendência, o professor Marcos Garcia Neira, da Universidade de São Paulo (USP), defende que a principal função da Educação Física escolar é analisar a diversidade das práticas corporais da sociedade - mesmo as consideradas mais polêmicas, como danças do tipo funk e axé. Amparado por 17 anos de docência na Educação Básica e pela participação na elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e das Orientações Curriculares do município de São Paulo, Neira discute essa questão provocadora e avalia os principais desafios da disciplina.

Por que a Educação Física mudou tanto nos últimos anos?
MARCOS GARCIA NEIRA Foi uma mudança que acompanhou uma série de outras transformações. Na sociedade, grupos que não tinham sua voz ouvida ganharam espaço, o que impactou o currículo. A escola, antes voltada apenas para o conhecimento acadêmico ou a inserção no mercado, passou a visar a participação do aluno em todos os setores da vida social, o que mexeu com os objetivos da área. E a própria legislação, que desde a década de 1970 apontava um compromisso com a melhoria da performance física e a descoberta de talentos esportivos, foi substituída em 1996 pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que propõe que a Educação Física seja parte integrante da proposta pedagógica da escola.

Na prática, quais foram as principais transformações?
NEIRA Eu acredito que a Educação Física passou a ser reconhecida como um componente importante para a formação dos alunos. Antes, eram comuns as aulas fora do período regular, as dispensas por motivos médicos ou a substituição por atividades pouco relacionadas com a área, como conselhos de classe, por exemplo. Tudo isso colaborou para construir, na cabeça de alunos e professores, a representação de uma disciplina alheia ao projeto escolar, que servia apenas como recreação ou passatempo e não tinha nenhum objetivo pedagógico. Hoje, essa concepção não é mais dominante.

Qual é o objetivo da Educação Física escolar hoje?
NEIRA É o mesmo objetivo da escola: colaborar na formação das pessoas para que elas possam ler criticamente a sociedade e participar dela atuando para melhorá-la. Dentro dessa missão, cada disciplina estuda e aprofunda uma pequena parcela da cultura. O que a Educação Física analisa é o chamado patrimônio corporal. Nosso papel é investigar como os grupos sociais se expressam pelos movimentos, criando esportes, jogos, lutas, ginásticas, brincadeiras e danças, entender as condições que inspiraram essas criações e experimentá-las, refletindo sobre quais alternativas e alterações são necessárias para vivenciá-las no espaço escolar.

Como deve ser uma aula ideal?
NEIRA Certamente não deve ser a do tipo "desce para a quadra, corre, corre, corre, sua, sua, sua e volta para a sala". A Educação Física proposta na escola não pode ser a mesma proposta em outros espaços. Se é apenas para o aluno se divertir, existem lugares para isso - ginásios públicos e centros comunitários, por exemplo. Se é somente para aprender modalidades esportivas, melhor procurar um clube ou uma academia. A escola não serve para formar atletas, mas para refletir e entender as manifestações culturais que envolvem o movimento.

Um exemplo concreto: como abordar o futebol nessa perspectiva?
NEIRA O trabalho pode começar com a turma experimentando jogar futebol, mas não pode parar por aí. A vivência de qualquer modalidade na escola exige reflexão e adaptação. Propondo uma pesquisa, é possível levar os alunos a conhecer outros tipos de futebol - de campo, de quadra, de areia, feminino -, conhecer quem pratica o esporte hoje, como se jogou no passado e como se pode jogar na escola. É importante que eles saibam, por exemplo, que o esporte já foi praticado sem juiz, que os atletas não tinham números na camisa e que o pênalti era cobrado de outra maneira. Com base nessas informações, voltam à prática já atentos a novas questões: é preciso arbitrar os jogos? Como fazer meninos e meninas participar simultaneamente? E as crianças com deficiência?

Apesar de a disciplina ter se tornado mais reflexiva, as atividades práticas continuam sendo importantes?
NEIRA É claro. A vivência segue sendo fundamental porque é somente por meio dela que a turma sente a necessidade de fazer adaptações, algo presente em todas as modalidades. Afinal, elas se transformam conforme "conversam" com a sociedade. O voleibol, por exemplo, mudou seu sistema de pontuação principalmente para se adaptar às transmissões de TV. Essa lógica vale para todas as manifestações corporais, mesmo as mais lúdicas. Quando alguém brinca de pega-pega na rua, brinca de certo jeito. Quando vai brincar com 35 crianças na escola, precisa adaptar a atividade para que ela funcione.

Campeonatos e festivais esportivos continuam tendo espaço?
NEIRA Particularmente, acho que montar uma seleção com seis a 12 alunos e deixar 300 sem aula para disputar uma competição é fabricar adversários. Não podemos partir do pressuposto de que um pequeno grupo vai ser privilegiado e participar da atividade enquanto a maioria vai apenas torcer, ou nem isso. Agora, se os educadores consideram a competição algo importante, é possível, sim, organizar eventos, mas de uma perspectiva diferente. Sugiro, por exemplo, combinar de levar uma turma de 5ª série para jogar com a de uma escola próxima, negociar regras, fazer todo mundo participar da experiência e realizar uma avaliação conjunta depois, discutindo o que os jovens acharam da atividade e como melhorá-la numa próxima vez.

Como lidar com crianças que demonstram especial habilidade em alguma modalidade esportiva?
NEIRA Devemos estimulá-las a prosseguir. Entretanto, o lugar para continuar com o trabalho não pode ser a escola, mas instituições especializadas para a prática esportiva. A escola tem como função ajudar a compreender o mundo e sua cultura. Não há como desenvolver um projeto esportivo se o que se pretende é contemplar todos os alunos.

Alguns países, como Estados Unidos e Inglaterra, usam as escolas como base para revelar atletas. Isso pode ser uma alternativa para o Brasil?
NEIRA O incentivo ao esporte visando a participação em eventos internacionais já foi a política oficial da Educacão Física em nosso país na década de 1970. Não deu certo. Ainda que algumas nações vejam na disciplina uma forma de aprimorar o desenvolvimento motor e físico, esse enfoque competitivo e as atividades de treinamento costumam ocorrer em momentos extra-aula.

Como saber quais esportes, jogos, lutas, danças e brincadeiras devem fazer parte do currículo?
NEIRA O ponto de partida é sempre o diagnóstico inicial. O interessante é que esse mapeamento do patrimônio cultural corporal da turma - as práticas ligadas ao movimento que os alunos conhecem ou realizam - revela uma realidade mais diversificada do que imaginamos. A garotada brinca de esconde-esconde, conhece skate pela TV, tem algum parente que pratica ioga e conhece malha ou bocha porque os idosos jogam na praça. É possível ainda fazer outros mapeamentos. O professor pode passear pelo bairro observando manifestações corporais e equipamentos esportivos. Há academias ou ruas de caminhada, por exemplo?

Mas é preciso escolher algumas práticas no meio de tanta diversidade. Como fazer isso?
NEIRA Antes de mais nada, é fundamental ter em mente as finalidades do projeto pedagógico da escola - devemos lembrar que a Educação Física não pode ser uma prática alienada. Além disso, a perspectiva cultural da disciplina considera quatro princípios importantes na definição do currículo. O primeiro é que a matriz de conteúdos deve dialogar com todos os grupos que compõem a sociedade - e trabalhar só com esportes modernos contradiz esse princípio. O segundo é a noção de que o aluno precisa enxergar na sociedade as manifestações que está estudando. O terceiro é entender e respeitar as possibilidades de cada estudante, evitando, por exemplo, as avaliações por performance. E o quarto é o professor repensar constantemente a própria identidade cultural para aperfeiçoar o currículo.

Qual deve ser a postura da escola quando a cultura corporal dos alunos inclui danças como o funk e o axé?
NEIRA Não devemos fechar os olhos para essas manifestações, pois podem ser danças que os estudantes cultuam fora da escola. Isso não significa que devemos ficar apenas com aquilo que eles conhecem. Se o professor focar só os aspectos superficiais do funk e do axé, ensaiando coreografias, por exemplo, não estará cumprindo seu papel. Por outro lado, um trabalho crítico ajuda as crianças a analisar e interpretar o que são essas danças, contribuindo para que elas conheçam a própria identidade cultural e entendam quem são. A chamada cultura de chegada dos estudantes é um bom ponto de partida para um trabalho em direção a uma cultura mais ampla. A escola deve sempre fazer essa ponte entre o repertório conhecido e o desconhecido.

Como isso funciona na prática?
NEIRA É preciso transformar o conhecimento dos alunos em objeto de análise e investigação pedagógica. Considero válido, por exemplo, um projeto que aborde o funk e o axé no contexto de outras danças contemporâneas, estudando as letras, entendendo o que está embutido nelas, as práticas interessantes ou desinteressantes que acompanham essas manifestações. Em seguida, é possível convidar dançarinos ou trazer vídeos para apresentar outras danças, ampliando o repertório da turma. É um trabalho multicultural porque considera diversos tipos de prática corporal, mas é um multiculturalismo crítico porque questiona e analisa cada uma delas.

Como desenvolver o senso crítico?
NEIRA Comparando, indagando e aprofundando conteúdos para que a turma reflita. Depois de pular amarelinha, pense por que existem as "casas" do céu e do inferno. Durante o estudo dos exercícios físicos, reflita por que a academia se transformou numa espécie de espaço sagrado da saúde se as qualidades físicas alcançadas por lá também são obtidas, de graça, no parque. Uma Educação Física que trabalha apenas com o movimento não constrói esse senso crítico.

27 de set. de 2009

Produtos com ovo, leite e amendoim podem ter alerta para alergia

O já conhecido alerta "contém glúten" pode ganhar a companhia de outros avisos sobre a presença, em alimentos, cosméticos e produtos de uso pessoal, das principais substâncias que causam alergias. Essa foi a ordem da Justiça Federal de Sergipe na sexta-feira passada, com decisão válida em todo o país e que obriga a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a regulamentar a questão em até oito meses.

A ideia é que produtos compostos por crustáceos, ovos, peixes, amendoim, soja, leite, castanha, mostarda, cereais contendo glúten e gergelim tenham frases de advertência claras, como "atenção, contém leite".

Também deverá ser objeto de alerta qualquer alteração na fórmula que passe a incluir alguma dessas substâncias -a frase deverá ser apresentada por seis meses.

Juiz responsável pela decisão temporária, Fernando Escrivani diz que a lista dos ingredientes no rótulo do produto, que já é obrigatória, não é suficiente. "Além de ser pequena, vem às vezes em linguagem técnica."

Um nome mais específico da substância, que normalmente aparece na lista de ingredientes, pode mesmo confundir o alérgico, diz Fábio Kuschnir, presidente da Asbai (Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia) no Rio de Janeiro. "Albumina, merengue e maionese. Tudo é igual a ovo."

Constam ainda da decisão outras determinações: embalagens de alimento deverão trazer desenhos das substâncias para garantir o entendimento por analfabetos e alguns medicamentos, como analgésicos e relaxantes musculares, deverão registrar no rótulo o potencial de alergia e remeter à bula.

Por fim, cosméticos e produtos de uso pessoal (aplicados no corpo) deverão destacar a presença de substâncias que costumam causar alergias: látex e parafenilenodiamina, principalmente.

Segundo definiu Escrivani, a Anvisa terá dois meses para produzir uma regulamentação e informar as empresas, que terão, então, seis meses para fazer a adaptação. A decisão ainda pode ser revertida, caso a Anvisa recorra à Justiça. Procurada, a agência afirmou que não foi notificada e que não se manifestaria.

Também foram procurados representantes da indústria de alimentos e cosmética, que não se pronunciaram.

26 de set. de 2009

Exercícios são aliados para tratamento das varizes

Intensidade e carga são os principais cuidados na hora do treino

Quando as varizes aparecem, partir para a atividade física parece ser um caminho benéfico para reativar a circulação sanguínea dos membros, comprometida pela falta de capacidade dos vasos em enviar o sangue para o resto do corpo. Mas surge a dúvida: será que posso fazer qualquer tipo de exercício? "A maioria deles está liberada, mas a atenção deve ser redobrada com a carga o exercício", explica a coordenadora da equipe médica do grupo Bio Ritmo, Ana Lúcia de Sá Pinto .

Escolhendo a melhor atividade

Antes de determinar a carga do exercício, é preciso escolher aquele que mais se adapta ao seu dia a dia. Para quem gosta de desafios, há a corrida e a musculação. A caminhada, a bicicleta e a natação também são ótimas opções. Mas o exercício super recomendado pela especialista para quem tem varizes são práticas como o Deep Water Running, que consiste em realizar movimentos de corrida dentro da água, evitando assim o atrito aos membros inferiores que uma corrida normal pode gerar.

Atenção à carga

Agora que o exercício já foi escolhido, é hora de determinar a carga. Segundo Ana Lúcia, é importante começar com uma carga mais baixa para acostumar o músculo. "Muita gente acha que a musculação não pode ser feita ou que pode aumentar o surgimento de varizes, mas ela pode ser feita, desde que o treino seja de intensidade leve a moderada para o corpo se adaptar", afirma a especialista.

Periodicidade na academia

Depois de escolhido o exercício e a carga, é hora de decidir qual o tempo reservado durante a semana para fazer da academia uma aliada no tratamento das varizes . A especialista recomenda frequentar a academia de 3 a 5 vezes na semana. "Nesse período, uma hora por dia é o suficiente para apresentar resultados sem exigir muito do corpo", completa Ana Lúcia.

Alerta vermelho

Mesmo que a maioria dos exercícios estejam liberados, há aqueles que podem agravar as varizes, como o boxe, por exemplo. "Quando a pessoa fica muito tempo em pé, sem movimentar membros inferiores, a circulação sai prejudicada", explica Ana Lúcia. Como afirma a médica, quando é apenas um hobby, não há a cobrança e a competitividade que geralmente o esporte desencadeia. "Tudo depende da intensidade do exercício", completa.

25 de set. de 2009

Chuveiros domésticos podem dar um banho de bactérias

Agência FAPESP – Os chuveiros domésticos oferecem um ambiente propício para a proliferação de micróbios potencialmente patogênicos, que podem ser inalados na forma de partículas suspensas, de acordo com um estudo realizado por pesquisadores da Universidade do Colorado (UC) em Boulder, nos Estados Unidos.

A pesquisa, que será publicada esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas), concluiu que cerca de 30% dos chuveiros analisados abrigava níveis consideráveis de Mycobacterium avium, ligada a doenças pulmonares. O patógeno contamina com mais frequência pessoas com sistemas imunológicos comprometidos e, eventualmente, pode infectar também pessoas saudáveis.

De acordo com o autor principal do estudo, Norman Pace, professor do Departamento de Biologia Molecular, Celular e de Desenvolvimento da UC, os cientistas analisaram cerca de 50 chuveiros de nove cidades em sete estados norte-americanos.

Não é surpreendente encontrar patógenos em águas da rede pública, de acordo com Pace, mas os pesquisadores descobriram que algumas das bactérias se aglutinam, formando um “biofilme” viscoso que adere ao interior dos chuveiros, em uma concentração mais de 100 vezes maior que a encontrada na água encanada.

“Quando a pessoa liga o chuveiro e recebe um jato de água, provavelmente está levando também uma carga particularmente elevada de Mycobacterium avium, que pode não ser muito saudável”, disse Pace. O estudo é parte de um esforço maior de sua equipe, cujo objetivo é avaliar a microbiologia dos ambientes internos, com apoio da Fundação Alfred P. Sloan.

Outra pesquisa realizada pelo Hospital Nacional Judaico, em Denver, indicou que houve um crescimento nos Estados Unidos, nas últimas décadas, de infecções pulmonares relacionadas a espécies de bactérias não ligadas à tuberculose, como a Mycobacterium avium. Segundo os autores, esse crescimento pode estar ligado ao fato de a população do país ter passado a utilizar mais o chuveiro e menos a banheira.

“A água que jorra do chuveiro pode distribuir gotículas recheadas de patógenos que ficam suspensos no ar e podem ser facilmente inalados, penetrando nas partes mais profundas dos pulmões”, afirmou Pace.

Os sintomas da doença pulmonar causada pelo M. avium, segundo o estudo, podem incluir cansaço, tosse seca persistente, falta de ar, fraqueza e sensação geral de mal-estar. “Pessoas com o sistema imunológico comprometido, como mulheres grávidas, idosos e aqueles que estão lutando contra outras doenças, são mais propensas a tais sintomas”, disse.

De olho na água

Embora os cientistas tenham tentado testar a presença de patógenos nos chuveiros por meio de cultura de células, essa técnica é incapaz, segundo Pace, de detectar 99,9% das espécies de bactérias presentes em um determinado ambiente.

Uma técnica de genética molecular desenvolvida pelo grupo do pesquisador na década de 1990 permitiu a retirada de amostras diretamente dos chuveiros, isolando o DNA e amplificando-o com utilização da reação em cadeia da polimerase, a fim de determinar as sequências de genes presentes, possibilitando a identificação de tipos de patógenos específicos.

“Houve alguns precedentes que indicavam que os chuveiros podiam gerar alguma preocupação, mas até esse estudo, não sabíamos o quanto o problema podia ser relevante”, disse Pace.

Durante as primeiras fases da pesquisa, a equipe testou chuveiros em pequenas cidades, muitas das quais estava usando água de poço e não encanada. “Inicialmente, achamos que os níveis de patógenos detectados nos chuveiros se deviam a isso. Mas, quando começamos a trabalhar os dados de Nova York, vimos uma grande quantidade de M. avium e o estudo foi revigorado”, disse.

Além da técnica de coleta de amostras do chuveiro, a equipe utilizou outro processo: várias duchas foram partidas em pedaços pequenos, que foram revestidos de ouro. Um corante fluorescente foi usado para marcar as superfícies e, com um microscópio eletrônico de varredura, os pesquisadores puderam observar as superfícies em detalhe.

Apesar dos resultados, Pace ressalta que provavelmente não é perigoso utilizar chuveiros para tomar banho, contanto que o sistema imune da pessoa não esteja comprometido de alguma maneira. Segundo ele, como os chuveiros de plástico apresentam uma carga maior de patógenos, os chuveiros de metal podem ser uma boa alternativa.

“Há lições a serem aprendidas aqui em termos de como controlar a água e lidar com ela. O monitoramento da água é muitas vezes arcaico. Já existem ferramentas para fazê-lo com mais precisão, de forma mais barata que a utilizada hoje em dia”, disse.

24 de set. de 2009

Ouvir a música certa aumenta a resistência física e estimula a malhar por mais tempo

Escutar uma música animada durante a atividade física aumenta a resistência física e estimula o praticante a treinar até 15% mais tempo do que o habitual e, melhor, sem que ele perceba. A conclusão é do pesquisador Costas Karageorghis, da Universidade de Brunel, na Inglaterra. Na prática, quem gasta cerca de 550 calorias em uma hora de corrida passaria a correr 69 minutos e queimar 82,5 calorias a mais se embalasse as passadas ao som de Black Eyed Peas ou Madonna. Com esse acréscimo, daria para comer, sem peso na consciência, um pacote de 25 gramas de batata frita ou reduzir um quilo na balança em menos de três meses sem fazer dieta.

"As ondas elétricas do som da música chegam ao cérebro, onde estimulam a produção de adrenalina e de sensores ligados ao prazer e às emoções, como a endorfina, afastando a fadiga e tirando a atenção do relógio, do desconforto e da monotonia que alguns sentem com a prática esportiva regular", explica o diretor técnico da rede de academias Bio Ritmo, Saturno de Souza.

O estado de relaxamento alcançado com a música também melhora a concentração. O nadador norte-americano Michael Phelps, por exemplo, só tira o iPod do ouvido quando o juiz dá o sinal para subir na plataforma. Situação semelhante acontece com a saltadora russa Yelena Isinbayeva: no último campeonato mundial de atletismo, em Berlim, na Alemanha, ela foi flagrada várias vezes ouvindo música até instantes antes de ir para a pista - tudo bem que isso não a ajudou a subir no pódio nem acertar nas três chances iniciais de salto, mas pelo menos serviu de estímulo para ela fazer as três tentativas. "Como os atletas não podem usar qualquer tipo aparelho de som durante a competição, eles mentalizam a canção que estavam ouvindo há pouco para ajudar a melhorar a performance", conta o treinador da assessoria esportiva Run For Life Wanderlei de Oliveira, diretor da Federação Paulista de Atletismo, de São Paulo.

No compasso certo

"Sabemos que as vibrações musicais provocam vibrações corporais, embalando e sincronizando os movimentos durante os exercícios. Mas tudo depende do ritmo da canção, que pode deixar a pessoa acelerada ou relaxada", diz a mestre em educação física Maria Luiza de Jesus Miranda, professora da Universidade São Judas Tadeu, em São Paulo.

Daí a explicação para que na musculação o som entre como pano de fundo enquanto no treino aeróbico, como spinning, dança ou hidroginástica, ela seja essencial para marcar a coreografia e a velocidade da execução da aula. "Por ser pulsante, a música eletrônica é mais usada quando a intenção é motivar e fazer com que o aluno não pare de se mexer; e os estilos mais lentos, para manter a frequência cardíaca baixa, algo importante no caso da ioga e do pilates", afirma Alexandre Casanova, presidente da ListenX - Music & Emotion for Business, de São Paulo, empresa especializada em fazer programação musical para academias.

Toque de alerta

Ouvir música ao praticar atividade ao ar livre, no entanto, requer atenção. Tanto que em algumas provas de corrida de rua, o uso do iPod está proibido. "O problema é que há o risco da pessoa não ouvir a buzina do carro que vem atrás e ser atropelada. Por isso, a recomendação é utilizar o acessório apenas em parques e locais específicos para a prática esportiva", avisa o treinador Wanderlei de Oliveira.

Outra dica para os fãs do fone de ouvido é controlar o volume. "Se ele estiver muito alto pode causar a perda da audição. Para se certificar, basta observar se você consegue ouvir barulhos externos, ter noção do que está acontecendo à sua volta e se a pessoa ao lado não está escutando a sua música. Caso contrário, está mais do que na hora de reduzir a altura", alerta Saturno de Souza, da Bio Ritmo.

23 de set. de 2009

Vigorexia: Quando a prática de exercícios vira obsessão

Quando a prática de exercícios vira obsessão, é hora de soar o sinal de alerta A vigorexia é uma espécie de mania exacerbada e pode trazer incontáveis prejuízos físicos e psicológicos

O esporte sempre fez parte da vida do funcionário público Felipe Hermes de Lima, 31 anos. Começou criança a jogar futebol e a praticar natação. Aos 19 anos, contudo, começou a insatisfação com o corpo. “Implicava com o espelho: meu corpo não estava como queria.” Felipe queria ficar forte, impressionar amigos e conquistar garotas. Como todo jovem, resolveu entrar na academia e conseguiu definir os músculos. Porém, o que deveria melhorar sua saúde e autoestima se transformou em problema. O jovem ficou obcecado por ficar mais forte. “Quando olhava no espelho, me via fraco, magro. Malhava todo dia. Quando faltava, ficava ansioso e irritado. Parecia que estava perdendo força”, conta.

Essa história é bem comum entre pessoas que frequentam academias e o meio desportivo. Porém, o que poucos desconfiam é que toda essa dependência de exercícios, conhecida como vigorexia — ou excesso de atividade física (overtraining, em inglês) —, está ligada a um conjunto de sintomas que podem estar relacionados com doenças psiquiátricas. O problema é mais comum na adolescência, fase onde a insatisfação parece ser crônica. O transtorno é uma espécie de oposto da anorexia — quando as pessoas atingidas se olham no espelho e, por mais magras que possam estar, sentem-se sempre gordas.

Segundo Antonio Leandro Nascimento, consultor da Associação Brasileira de Psiquiatria, os padrões de beleza implantados na sociedade, no qual homens e mulheres devem possuir corpos perfeitos, e a busca pelo resultado rápido e cada vez melhor entre os atletas podem ser as causas principais da vigorexia. “Há uma insatisfação pessoal com o corpo que leva as pessoas a fazerem exercícios em demasia na busca pela perfeição, que nunca chega. No entanto, isso não é comprovado cientificamente.”

Os principais sintomas de um vigoréxico podem ser confundidos com excesso de vaidade. “O mais comum é tanto a pessoa quanto a própria família não se dar conta de que determinadas atitudes indicam uma doença”, alerta Nascimento. Gastar muito tempo com exercícios, querer resultados rápidos, olhar-se no espelho frequentemente, comparar-se a outros colegas e ficar deprimido por isso são pistas de que há necessidade de orientação psicológica, às vezes somada à administração de remédios. “A vigorexia pode ser uma modalidade do transtorno obsessivo-compulsivo ou da personalidade obsessiva-compulsiva”, assinala Rafael Boechat, psiquiatra e pesquisador em neurociência e comportamento da Universidade de Brasília (UnB).

A vigorexia acaba derivando em um quadro obsessivo-compulsivo, de tal forma que essas pessoas se sentem fracassadas, abandonam suas atividades e se isolam em academias dia e noite. Esse isolamento pode acarretar outros problemas psíquicos, como a depressão. Boechat ressalta que a vigorexia não é classificada como doença pelos psiquiatras, mas sim como um quadro clínico ou um conjunto de sintomas, relacionados com um transtorno base. “É preciso estar atento para notar se há um comportamento doentio, senão tudo vira doença psiquiátrica”, diz.

Sinais

Maria do Carmo Lima, mãe de Felipe, disse que sentiu que algo estava errado quando o filho abandonou a faculdade e passou a ficar o dia e a noite na academia. “Não via mais meu filho em casa. Eu acordava às 7h30 e ele já não estava mais em casa. Não o via no almoço e nem no jantar. Quando perguntava por onde andava, ele dizia que estava na biblioteca estudando e que seguia direto para a faculdade. Meses depois, soubemos que ele havia trancado o curso de administração e vivia os dias na academia.” Maria do Carmo, então, levou o filho a um psicólogo, que o encaminhou para um psiquiatra. “Meu filho já apresentava sinais de depressão e agia como um viciado”, conta. O jovem foi tratado com psicoterapia e antidepressivos. Hoje, Felipe ainda faz exercícios físicos diariamente, mas não com a mesma intensidade. “Aprendi com o erro. Não quero mais passar por aquela situação.”

A vigorexia também pode atingir atletas e profissionais da educação física. O professor de educação física e personal trainer Gilson Pereira Britto, 43 anos, tem 25 de profissão e foi vítima do overtraining. Aos 32 anos, ele começou a treinar para uma maratona de 100km. Seu treinos eram baseados no seu conhecimento e experiência como educador físico. Assim como todo corredor, Gilson quis superar tempo e distância para obter melhor resultado na prova. No entanto, o que parecia ser um treino comum passou a se tornar obsessão na vida do personal trainer. Gilson corria cerca 30km por dia, além de pedalar e fazer musculação. Seu volume total de atividade física somava cinco horas diárias, incluindo sábados e domingos. “Fiquei obcecado em correr mais. Se deixasse de treinar um dia, ficava agressivo e ansioso. Não pensava mais em nada, só em correr”, lembra.

Foi então que os compromissos pessoais e profissionais começaram a ser deixados de lado. As noites ficaram mais curtas para dar lugar a mais tempo na pista de corrida. A alimentação se tornou baseada em carboidratos de fácil absorção, para que o corpo obtivesse mais energia. “Com isso, também começei a consumir efedrina (um estimulante) e suplementos como a carnitina (nutriente de extrema eficiência que ajuda o corpo a produzir mais energia). Em oito meses, perdi 30kg”, conta. Os resultados foram consecutivas gripes e resfriados, diversas lesões musculares, irritabilidade e ansiedade extrema que não o deixava dormir.

O personal trainer se deu conta do “vício” quando seu primeiro filho nasceu. “Vi que não fazia mais nada na vida a não ser correr e malhar. Meu filho precisava de mim e eu não me dava conta”, lembra. Gilson não precisou de tratamento. Conseguiu se reeducar e planejar sua rotina. Hoje ele malha todos os dias, menos sábados e domingos, e não corre mais. “Consigo me controlar, mas se fico um dia sem malhar é uma tortura.”

Mulheres

Flávia Monteiro Sampaio é educadora física e instrutora de musculação há 11 anos. Ela relata que diversas vezes se deparou com pessoas com vigorexia e afirma que as mulheres também desenvolvem esses sintomas. “Tenho uma aluna que nunca está satisfeita com seu corpo, apesar dela estar bem definida. De tão insatisfeita, ela utiliza anabolizantes para obter mais massa muscular. Chega a ser insano.” A instrutora diz que os profissionais na academia pouco podem fazer, além de conversar e tentar convencer a pessoa de parar com o uso dessas substâncias e de diminuir a carga de exercícios. “Orientamos a pessoa sobre os problemas que tudo isso pode acarretar. Mas elas nunca aceitam que estão erradas. É possível que até depois de uma orientação dessas elas aumentem por si só a carga de exrecícios”, diz.

E isso tem um custo. De acordo com o especialista em treinamento desportivo e membro do Centro de Estudo de Medicina da Atividade Física da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Leandro Carvalho, com o abuso o organismo pode sofrer lesões musculares, de tendões e, em alguns casos mais graves, fraturas. “O corpo tem limites biológicos individuais. A hipertrofia (aumento da massa muscular) depende do princípio biológico individual e que quando a pessoa atinge esse limite não há como crescer mais, então acontecem as lesões”, explica.

Se não bastasse, os vigoréxicos também possuem uma preocupação exagerada com a alimentação, sempre evitando gorduras e ingerindo proteínas excessivamente. A falta de outros nutrientes deixa a pessoa com baixa imunidade e constantemente ela é acometida por doenças infecciosas.


22 de set. de 2009

Gordura ingerida atua diretamente no cérebro, segundo estudo

A descoberta sugere que, quando se come algo altamente gorduroso, seu cérebro é atingido com os ácidos graxos e você se torna resistente à insulina e à leptina.

Hamburguer, sorvete, pizza e outros alimentos gordurosos não vão direto para a sua barriga - ou, pelo menos, não têm um efeito negativo só na aparência dela.

Certos tipo de gordura atuam diretamente no cérebro, impedindo que a sensação de saciedade chegue às células do corpo e fazendo você comer mais do que deveria. Ou seja: alguns alimentos não só engordam, como também fazem com que você coma mais do que deveria.

Essa foi a conclusão de um estudo realizado por pesquisadores do SouthWestern Medical Center, da Universidade do Texas. Segundo as análises da Dra. Deborah Clegg e sua equipe, a gordura de certos alimentos faz com que o cérebro envie uma mensagem para que as células ignorem os sinais de saciedade.

Em uma situação normal, o corpo é programado para dizer quando estamos satisfeitos, e os hormônios leptina e insulina seriam responsáveis por dar este aviso - mas isso nem sempre acontece quando estamos comendo uma coisa gostosa...

O fato de que dietas altamente ricas em gordura causam resistência a esses hormônios é um fato já conhecido da medicina, porém pouco se sabia a respeito do mecanismo que disparava essa resistência, ou quais tipos de gordura podem causá-la.

Logo no início de sua pesquisa, a equipe da Dra Clegg suspeitou que o cérebro estivesse envolvido no processo, pois é um órgão capa de absorver tanto gorduras saturadas como insaturadas. Para comprovar a tese, os pesquisadores expuseram roedores a variados tipos de gordura de diferentes maneiras: injetando diretamente no cérebro, colocando na artéria carótida ou alimentando os animais por um tubo estomacal três vezes ao dia.

Os resultados mostraram que a química do cérebro pode mudar em um curto período de tempo, fazendo o corpo ignorar o sinal de supressão do apetite.

A descoberta sugere que, quando se come algo altamente gorduroso, seu cérebro é atingido com os ácidos graxos e você se torna resistente à insulina e à leptina. Como o cérebro não manda você parar de comer, você continua se alimentando.

Nos animais, o efeito durou cerca de três dias e foi catalisado principalmente por um tipo de ácido graxo que se mostrou bastante eficiente em enganar nosso mecanismo de controle de peso: o ácido palmítico, presente na carne vermelha, leite e derivados.

Um fato bastante relevante do estudo publicado no The Journal of Clinical Investigation é a constatação de que o mecanismo é disparado no cérebro, muito antes que qualquer sinal de obesidade seja visto no corpo. O próximo passo da equipe de pesquisa é tentar determinar quanto tempo é necessário para reverter os efeitos da exposição do cérebro à gordura.

21 de set. de 2009

Importância da flexibilidade do Idoso

O estudo da prática do alongamento desenvolvida para promoção, prevenção e manutenção das atividades diárias da vida dos idosos é bastante relevante no contexto de saúde do idoso no Brasil. O alongamento como componente na melhora da flexibilidade do idoso, tem sido bem visto, além de representar uma atividade de baixo impacto, sendo possível sua realização por público de faixa etária indiscriminada. Este trabalho foi constituído de Introdução que aborda entre outros assuntos, os conceitos da flexibilidade, seus componentes básicos, desenvolvimento e manutenção na terceira idade.


19 de set. de 2009

Além do darwinismo: Evolução cultural continua ao longo de toda a vida

Evolução cultural

O número de oportunidades de aprendizado às quais um indivíduo é exposto é de grande importância para a evolução cultural desse indivíduo durante a sua vida, segundo pesquisadores da Universidade de Estocolmo.

Ao adquirir cultura continuamente na forma de valores, ideias e ações ao longo de suas vidas, os humanos influenciam seu aprendizado futuro e sua capacidade de evolução cultural.

Com o auxílio de modelos matemáticos, os cientistas mostraram que há diferenças importantes entre a evolução biológica e a evolução cultural. As descobertas foram publicadas no jornal científico Proceedings of the National Academy of Sciences.

Genes e memes

"Como há muitas similaridades entre a evolução biológica e as mudanças culturais, a comunidade científica tem frequentemente sugerido que a teoria da evolução biológica também pode ser aplicada de forma relativamente inalterada como um modelo para a evolução cultural," explica Magnus Enquist, professor e diretor do Centro para o Estudo da Evolução Cultural, na Universidade de Estocolmo.

"Nessa linha, os genes são substituídos pelos assim chamados memes, que são pequenos elementos culturais, e então os mesmos métodos são usados exatamente como na teoria da evolução biológica."

Diferenças entre evolução biológica e evolução cultural

Mas a pesquisa agora publicada demonstra que há uma diferença crucial, e frequentemente negligenciada, entre a evolução biológica e a evolução cultural.

"Pela fertilização, todos os genes são transferidos para um novo indivíduo de uma só vez e ao mesmo tempo. Por outro lado, o indivíduo adquire cultura sucessivamente e ao longo de toda a vida, o que pode levar a consequências radicais, criando condições largamente divergentes para vários indivíduos de uma forma que não acontece na evolução biológica," diz Enquist.

Com inúmeras oportunidades de aprendizado, as oportunidades que um indivíduo tem para escolher ativamente entre diferentes variantes culturais são de grande importância no seu desenvolvimento. As primeiras escolhas formam as bases para as escolhas que serão feitas no futuro, e pode-se perceber diferenças claras entre a evolução cultural de diferentes indivíduos que podem ser associadas diretamente a quão frequentemente eles foram expostos a influências culturais.

Frequência de exposição e capacidade de disseminação

O principal fator no desenvolvimento dessa nova teoria é a chamada frequência de exposição, que mostra que, quanto menos oportunidades um indivíduo encontra de se expor a influências culturais, mais fraca será sua evolução cultural. Nesses casos, é a capacidade de disseminação que determina a evolução, da mesma forma que na evolução biológica.

"Uma descoberta que nos surpreendeu foi que a pessoa de quem o indivíduo herdou a cultura não tem qualquer impacto direto sobre os resultados. Em outras palavras, não faz diferença se cultura foi passada ao indivíduo pelos pais, pelos colegas ou pelo coletivo. O simples fato de que a herança cultural não está ligada diretamente aos pais, o que tem sido considerado como a diferença mais importante entre as evoluções cultural e biológica, também reforça nossa teoria," diz o pesquisador.

Teoria da Evolução Cultural

Outra conclusão importante da pesquisa é que não há um único princípio que possa determinar toda a evolução cultural da mesma forma que a aptidão física determina a evolução biológica. Entretanto, uma simples variável foi capaz de predizer a variante cultural que prepondera quando o número de oportunidades de aprendizado foi grande.

"As tentativas de criar uma teoria da evolução e das mudanças culturais têm sido vistas com maus olhos. Com as ideias apresentadas no artigo, que são menos amarradas à forma de pensar da evolução biológica e permitem que a evolução cultural tenha suas próprias características peculiares, nós temos agora uma grande chance de estabelecer essa nova teoria," conclui Enquist.

Previna a lombalgia durante os exercícios

Conhecida popularmente como dor nas costas, a lombalgia é uma das grandes causas de morbidade e de incapacidade funcional. A incidência da lombalgia é menor apenas que a cefaléia entre os distúrbios dolorosos. Cerca de 80% das pessoas têm algum tipo de dor lombar em alguma fase da vida e os gastos decorrentes desse problema são astronômicos e crescem a cada ano.

De forma preventiva, a atividade física contribui imensamente no tratamento das dores lombares. Mas nem mesmo atletas ou praticantes de corridas de longa distância estão imunes a elas.

O tipo mais comum de lombalgia entre os praticantes de atividade física é a de origem mecânico-degenerativa, caracterizada por uma alteração funcional como, por exemplo, excesso de peso, sobretudo da região abdominal; idade e sedentarismo. Também pode surgir quando há encurtamento da cadeia muscular posterior, que inclui os músculos da região lombar, músculos da parte posterior da coxa, músculos da panturrilha e músculos da planta do pé. Tudo isso contribui de forma importante para a origem do problema.

Como disse anteriormente, a dor ocorre por um problema mecânico. Isto porque, os músculos não estão suficientemente alongados para permitir uma amplitude total de movimentos do tronco e quadril, que dessa forma, sofrem micro lesões por estiramento durante posturas inadequadas ou movimentos bruscos. O resultado é uma resposta de espasmo muscular, ou seja, uma sensação de “travamento nas costas”.

No caso do sedentário, a dor surge por desuso, ou seja, o músculo se atrofia e ocorre uma diminuição da flexibilidade da coluna dorso-lombar comprometendo a capacidade de alongamento das cadeias musculares ao lado da coluna vertebral. É fundamental que os corredores de longa distância, atletas ou praticantes de atividade física, se conscientizem da importância dos exercícios específicos de alongamento e fortalecimento da musculatura paravertebral e das cadeias posteriores para a prevenção de dores nas costas.

Exercícios para evitar a lesão - Os exercícios de alongamento devem ser realizados de forma contínua e progressiva, sem sobressaltos, até o limite da dor. Ao atingir esse limite, o atleta deve permanecer na posição alongada durante 20 a 30 segundos, preferencialmente sentado. Vale lembrar que é preciso trabalhar tanto os músculos dos membros superiores quanto os inferiores.

Também é importante fazer exercícios de fortalecimento. Estes devem envolver a musculatura ao longo da coluna vertebral e a musculatura abdominal, pois esta exerce função importante no suporte para as costas.

Mas vale lembrar, que o excesso de peso na região abdominal é outra causa na ocorrência das lombalgias, pois altera o centro de gravidade do corpo, exercendo assim uma sobrecarga constante sobre a musculatura lombar, que facilita o surgimento de lesões. Por isso os exercícios abdominais devem ser feitos com os joelhos e cotovelos flexionados e com as mãos tocando ligeiramente a nuca.

Diagnóstico - A lombalgia é um sintoma que pode estar relacionado a certas doenças, e são poucos os pacientes que têm um diagnóstico definido durante a avaliação inicial. Alguns autores estudaram a influência da dor sobre o sistema nervoso central e observaram que cerca de 40% dos portadores de lombalgia pensam estar com alguma doença séria, o que dificulta um tratamento adequado.

O exame clínico apresenta dor à palpação e à movimentação das cadeias musculares próximas à coluna vertebral. O paciente relata dificuldade na flexão do tronco em direção aos joelhos estendidos e a dor piora no final da tarde, geralmente após o trabalho, podendo se agravar com a movimentação excessiva, ou o stress emocional.

O exame radiográfico não está indicado nos casos de lombalgias mecânicas agudas, exceto nas situações em que haja algum “sinal de alerta” (dor presente em jovens adolescentes ou adultos maiores de 55 anos de idade, trauma violento, história prévia de câncer, perda de peso acentuada, dificuldade para urinar, diminuição de força motora) ou persistência do quadro clínico, além da quarta semana do início dos sintomas.

Durante a crise, o tratamento deve incluir repouso relativo, no qual as atividades de vida diária podem ser mantidas. Exercícios leves de alongamento devem ser feitos e o uso de medicação analgésica/antiinflamatória e suportes psicológicos também podem ser incluídos, quando necessário.

Após a crise, começa a parte mais importante do tratamento: orientação ao atleta ou praticante de atividade física sobre as causas da lombalgia, e determinação das medidas necessárias para evitar uma nova ocorrência.

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17 de set. de 2009

Acupuntura alivia a dor alterando mecanismos bioquímicos no cérebro


Acupuntura alivia a dor alterando mecanismos bioquímicos no cérebro
A acupuntura aumenta a disponibilidade de ligação dos receptores mu-opioides (MOR) em regiões do cérebro que processam e amortecem os sinais de dor. [Imagem: Gutenberg Encyclopedia]





















Como a acupuntura funciona?

A acupuntura tem sido usada pela medicina oriental por milhares de anos, sobretudo no tratamento da dor. Os efeitos benéficos levaram até a Força Aérea dos Estados Unidos a adotarem a acupuntura no tratamento de seus soldados nos campos de batalha.

Mas como a acupuntura funciona em nível celular, ou seja, qual é o mecanismo que faz com que a acupuntura de fato alivie a dor, é uma pergunta para a qual os cientistas ainda não têm uma resposta.

Capacidade do cérebro de regular a dor

Agora, usando imagens captadas do cérebro, pesquisadores da Universidade de Michigan (EUA), conseguiram as primeiras evidências de que a acupuntura tradicional chinesa afeta a capacidade de longo prazo do cérebro para regular a dor.

Os resultados serão publicados no exemplar de Setembro da revista médica Journal of NeuroImage.

Mu-opioides

No estudo, os pesquisadores demonstraram que a acupuntura aumentou a disponibilidade de ligação dos receptores mu-opioides (MOR) em regiões do cérebro que processam e amortecem os sinais de dor - especificamente no cingulato, ínsula, caudato, tálamo e amígdala.

Acredita-se que os opioides que agem contra a dor, como a morfina, codeína e outros medicamentos, funcionam ao se ligar a esses receptores opioides no cérebro e na medula espinhal.

"A maior disponibilidade de ligação desses receptores está associada com uma redução na dor," explica Richard E. Harris, que é anestesiologista e coordenador da pesquisa.

Uma implicação desta pesquisa é que os pacientes com dores crônicas tratados com acupuntura poderão passar a reagir mais positivamente aos medicamentos opioides, uma vez que os receptores parecem ter maior disponibilidade de ligação," diz Harris.

Mesmos resultados, explicações diferentes

Esta descoberta também dá um novo estímulo ao campo da pesquisa em acupuntura, seguindo uma grande controvérsia recente sobre estudos que argumentam que a acupuntura simulada seria tão efetiva quanto a acupuntura real na redução das dores crônicas.

"É interessante que tanto os grupos que receberam acupuntura real quanto acupuntura simulada tenham apresentado reduções similares da dor. Mas os mecanismos que levaram à redução da dor em cada um dos casos são radicalmente diferentes," diz Harris.

16 de set. de 2009

Exercícios e dieta mediterrânea diminuem risco de Alzheimer

Ser fisicamente ativo e, ao mesmo tempo, aderir a uma dieta no estilo mediterrâneo, tem uma forte associação com um menor risco de ser acometido pelo Mal de Alzheimer, de acordo com uma nova pesquisa publicada nesta semana no Journal of the American Medical Association.

Enquanto estudos anteriores haviam investigado a associação entre a dieta Mediterrânea ou a atividade física, separadamente, e o risco de Alzheimer, esta nova pesquisa explorou a associação combinada entre a doença e os dois comportamentos.

Uma outra pesquisa também já havia demonstrado que a dieta Mediterrânea reduz o risco de obesidade entre adultos.

Comportamentos associados

"Frequentemente as pessoas que se exercitam também seguem uma dieta saudável e vice-versa. Nós queríamos ver se esse comportamento combinado poderia estar associado de alguma forma com o risco de sofrer de Alzheimer," explica Nikos Scarmeas, da Universidade de Colúmbia (Estados Unidos).

A pesquisa incluiu 1880 voluntários com uma idade média de 77 anos. Eles foram acompanhados quanto ao nível de exercício físico que praticavam e a dieta que seguiam. A seguir, foram monitorados para detecção do desenvolvimento do Mal de Alzheimer.

Dieta Mediterrânea

Com relação à dieta, os participantes foram entrevistados sobre os alimentos que consumiram ao longo do último ano. As respostas foram agrupadas em nove categorias, a soma das quais representa o nível de aderência a uma dieta Mediterrânea.

Uma dieta do tipo mediterrâneo é tipicamente caracterizada pela alta ingestão de peixes, vegetais, legumes, frutas, cereais e gorduras não-saturadas; consumo relativamente baixo de produtos derivados de leite, carnes e gorduras saturadas; além de um consumo moderado de álcool.

Risco cai a menos da metade

Os pesquisadores descobriram que os participantes que eram fisicamente ativos apresentam uma redução no risco de sofrer de Mal de Alzheimer de 33%. Aqueles que apenas aderiam à dieta Mediterrânea apresentaram uma redução no risco de 40%.

Já aqueles que tanto se exercitavam, quanto aderiram mais fortemente a uma dieta no estilo mediterrâneo, tiveram uma redução no risco de Alzheimer de 60%.

"Este estudo é importante porque ele mostra que as pessoas podem ser capazes de alterar seu risco de desenvolver Alzheimer modificando seu estilo de vida através da dieta e dos exercícios físicos," diz o Dr. Scarmeas.

Fatores genéticos e não-genéticos

"Nós sabemos que uma parte da doença de Alzheimer está relacionada com alterações genéticas e, conforme o tempo passa, nós descobrimos mais e mais dessas alterações. Mas é também possível que as alterações não-genéticas, incluindo o estilo de vida e o comportamento, possam afetar a saúde do nosso cérebro e nosso risco de desenvolver doenças cerebrais, como o Alzheimer, provavelmente em combinação com nossa predisposição genética," diz o médico.

15 de set. de 2009

Atividades físicas alteram sensação de fome diretamente no cérebro

Corpo e cérebro

A atividade física é capaz de restaurar a sensibilidade dos neurônios envolvidos no controle da saciedade, o que pode contribuir para a redução da ingestão alimentar e, consequentemente, do peso corporal.

Essa é uma das conclusões de um estudo coordenador por Eduardo Rochete Ropelle, pesquisador da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Campinas (Unicamp) e do Instituto de Obesidade e Diabetes.

Benefício duplo

O trabalho aponta evidências de que mamíferos obesos apresentam falhas na transmissão de sinais em neurônios que controlam a saciedade. Essas falhas podem ser determinantes para a prevalência da obesidade. Até então se achava que o exercício físico aumentaria o gasto energético e que, apenas por isso, provocaria a diminuição do peso.

"O papel do exercício pode ir além da simples queima de calorias. Pode causar uma melhora no sistema nervoso, controlando a saciedade e diminuindo o apetite. Em outras palavras, é possível que a atividade física controle o outro lado da balança", disse Ropelle.

"O estudo sobre a atividade física está dentro da discussão da minha pesquisa - que trata do controle da ingestão alimentar -, mas no caminho inverso porque no doutorado abordo a anorexia promovida por pacientes com câncer", explicou, ao destacar a contribuição do seu orientador José Barreto Campello Carvalheira, também da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.

Ação de hormônios

A base do trabalho envolve dados sobre a ação de certos hormônios, como a insulina e a leptina, sobre o cérebro. O sistema nervoso central é considerado a "caixa preta" do controle energético.

O hipotálamo (que entre outras funções controla a temperatura corporal) é a principal estrutura do cérebro responsável pelo controle da ingestão alimentar. Segundo Ropelle, várias evidências indicam que dietas ricas em ácidos graxos saturados causam problemas na transmissão de alguns hormônios, como insulina e leptina, no sistema nervoso central.

"Esses hormônios controlam a saciedade e, à medida que a pessoa ingere gordura em excesso, essa sinalização é perdida. Assim, alguns fenômenos intracelulares acontecem impedindo a ação hormonal", explicou.

Até agora se estimava que o gasto energético provocado pela atividade física seria a principal arma para combater e tratar a obesidade. "O que propomos é que, além de promover o gasto energético, o exercício físico também é capaz de modular esses hormônios no sistema nervoso central", disse. A atividade física seria capaz de reverter esse fenômeno, possibilitando que o paciente volte a ter a transmissão do sinal para a saciedade.

Comer mais aumenta a fome

Nos testes feitos com animais obesos, submetidos a uma dieta rica em gordura, os hormônios perderam a capacidade de regular o apetite, ou seja, a obesidade envolveria um círculo vicioso comportamental: quanto mais se come, mais se quer comer.

A atividade fez com que a sinalização do apetite no cérebro dos animais voltasse a níveis normais. Esse efeito durou de 12 a 16 horas. "Observamos que animais obesos submetidos à atividade física voltam a comer na mesma proporção que o animal magro. À medida que ele faz o exercício, parece que ele volta a entender a hora de parar, voltando a comer nos níveis considerados normais", destacou.

Testes em humanos

A pesquisa é inteiramente experimental e não foi testada em humanos. Algumas evidências, de acordo com o autor, mostram que em seres humanos o exercício físico é capaz de alterar o comportamento alimentar, mas a avaliação é mais complexa.

"É muito difícil acompanhar e colocar um valor numérico no caso de testes em humanos, porque, ao colocar alguém para fazer atividade física e dizer a ele que vai controlar a ingestão alimentar, tira-se a condição natural. No animal, fica mais fácil e é um bom modelo metabólico de obesidade induzida por dieta", disse.

Interleucina

A explicação para a redução da ingestão alimentar e do peso corporal nos roedores submetidos à atividade física pode ser atribuída à interleucina-6, uma molécula produzida no hipotálamo em resposta ao exercício.

De acordo com o estudo, o animal que faz exercício tem o nível de interleucina-6 aumentado no tecido hipotalâmico, sendo ela responsável por melhorar a sensibilidade de insulina e leptina.

"Sabe-se que o prejuízo causado pela dieta na sinalização desses hormônios é mediado por um processo inflamatório. E a interleucina-6 é capaz de aumentar a expressão de uma outra proteína, a interleucina-10, sendo que, essa sim, tem uma atividade antiinflamatória", disse Ropelle.

Segundo o pesquisador, a atividade física pode ser benéfica para o "apetite dos obesos". Haveria uma espécie de equilíbrio dinâmico para evitar tanto o acúmulo excessivo de energia quanto o gasto excessivo.

14 de set. de 2009

Muletas inteligentes monitoram seu uso correto

Muleta com sensores

Engenheiros da Universidade de Southampton, na Inglaterra, desenvolveram uma muleta que incorpora uma avançada tecnologia de sensores para monitorar se o equipamento está sendo usado corretamente.

A muleta foi equipada com três acelerômetros, que detectam o movimento, e sensores de força, que medem o peso que está sendo aplicado pelo braço do paciente, além da posição da mão sobre o apoio.

Os dados são transmitidos por um equipamento sem fios para um computador remoto, onde um programa mostra visualmente a posição que o paciente está adotando, em comparação com a posição ideal.

Como usar corretamente as muletas

"Um número cada vez maior de pessoas depende de fisioterapia," diz o professor Neil White, que criou a muleta inteligente em conjunto com seu colega Geoff Merrett e com a fisioterapeuta Georgina Hallett.

"Mas os relatos dos fisioterapeutas indicam que as pessoas nem sempre usam as muletas da maneira correta. Até agora, não havia uma forma de monitorar isso, ainda que o uso incorreto continuado da muleta poderá piorar a lesão do paciente," diz ele.

A nova muleta foi desenvolvida usando sensores similares aos usados no videogame Nintendo Wii e utiliza apenas componentes que podem ser comprados no comércio, barateando o seu custo.

Muletas inteligentes para uso doméstico

"Estas muletas inteligentes tornarão muito mais fácil para o paciente aprender a usá-las corretamente e dosar o peso que eles podem colocar sobre sua perna machucada," diz a Dra. Georgina. "Isto irá ajudá-los a sair do hospital mais rapidamente e também reduzirá o risco de danos futuro em uma perna já fraturada ao se recuperar colocando muito ou pouco peso sobre a perna em recuperação."

No momento, as muletas inteligentes são adequadas para o monitoramento e o treinamento de pacientes em ambientes hospitalares. Mas os pesquisadores têm planos para desenvolver um par de muletas que os pacientes possam usar em casa, recebendo o nível adequado de informações sobre o seu uso.


A muleta inteligente foi desenvolvida usando sensores similares aos usados no videogame Nintendo Wii e utiliza apenas componentes que podem ser comprados no comércio, barateando

13 de set. de 2009

Método "Mãe Canguru" melhora saúde de bebês prematuros

São Paulo - Existe um jeito simples de diminuir o tempo de internação de bebês prematuros e aumentar o vínculo entre mãe e filho. Trata-se da metodologia "Mãe Canguru", desenvolvida pelos médicos Hector Martinez e Edgar Sanabria em 1979, na Colômbia, e utilizada no Brasil desde 1992. O método consiste em manter a mãe e o bebê juntos o tempo todo. Ela posiciona o filho entre seus seios, em contato direto com a pele, o que favorece a sintonia térmica, e a própria mãe funciona como uma incubadora. Como esses bebês se esquecem de respirar, o que lhes provoca apneia, a própria respiração da mãe faz com que sejam estimulados a fazê-lo o tempo todo.

Segundo o pediatra Marcus Renato de Carvalho, estudos comprovam que o tratamento convencional da criança na UTI a deixa mais estressada e menos alimentada, já que a mãe tem menos acesso a ela. O método também possibilita a manutenção da lactação e o treinamento para a sucção no seio da mãe, mesmo quando vazio. A probabilidade de infecção hospitalar também diminui, e, consequentemente, o uso de antibióticos.

Calcula-se que haja 20 milhões de bebês prematuros no mundo. Desses, 30% morrem antes de um ano. Em 2009, foram comemorados os 30 anos da Metodologia Mãe Canguru. A revisão da segunda Edição do Manual do Método Canguru está prevista para este ano, e trará informações científicas e procedimentos técnicos atualizados sobre o método.

12 de set. de 2009

Exercício ativa neurônios envolvidos no controle de saciedade

A atividade física é capaz de restaurar a sensibilidade dos neurônios envolvidos no controle da saciedade, o que pode contribuir para a redução da ingestão alimentar e, consequentemente, do peso corporal. Essa é uma das conclusões de um estudo apresentado durante a 24ª Reunião Anual da Federação das Sociedades de Biologia Experimental (Fesbe), realizada em Águas de Lindoia (SP) na semana passada.

O trabalho aponta evidências de que mamíferos obesos apresentam falhas na transmissão de sinais em neurônios que controlam a saciedade. Essas falhas podem ser determinantes para a prevalência da obesidade. Até então se achava que o exercício físico aumentaria o gasto energético e que, apenas por isso, provocaria a diminuição do peso.

O estudo, intitulado “Sistema nervoso central e o controle da ingestão alimentar: o papel do exercício físico”, foi realizado por Eduardo Rochete Ropelle, pesquisador da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Campinas (Unicamp) e do Instituto de Obesidade e Diabetes.

“O papel do exercício pode ir além da simples queima de calorias. Pode causar uma melhora no sistema nervoso, controlando a saciedade e diminuindo o apetite. Em outras palavras, é possível que a atividade física controle o outro lado da balança”, disse Ropelle à Agência FAPESP.

Devido ao grande número de pessoas interessadas, o trabalho de Ropelle foi apresentado em dois dias na reunião da Fesbe. O estudo, segundo o pesquisador, é um projeto paralelo ao seu doutorado, que tem apoio da FAPESP, intitulado “Caracterização da transmissão do sinal da insulina e da leptina no hipotálamo de ratos com tumor de Walker 256”.

“O estudo sobre a atividade física está dentro da discussão da minha pesquisa – que trata do controle da ingestão alimentar –, mas no caminho inverso porque no doutorado abordo a anorexia promovida por pacientes com câncer”, explicou, ao destacar a contribuição do seu orientador José Barreto Campello Carvalheira, também da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.

A base do trabalho envolve dados sobre a ação de certos hormônios, como a insulina e a leptina, sobre o cérebro. O sistema nervoso central é considerado a “caixa preta” do controle energético.

O hipotálamo (que entre outras funções controla a temperatura corporal) é a principal estrutura do cérebro responsável pelo controle da ingestão alimentar. Segundo Ropelle, várias evidências indicam que dietas ricas em ácidos graxos saturados causam problemas na transmissão de alguns hormônios, como insulina e leptina, no sistema nervoso central.

“Esses hormônios controlam a saciedade e, à medida que a pessoa ingere gordura em excesso, essa sinalização é perdida. Assim, alguns fenômenos intracelulares acontecem impedindo a ação hormonal”, explicou.

Até agora se estimava que o gasto energético provocado pela atividade física seria a principal arma para combater e tratar a obesidade. “O que propomos é que, além de promover o gasto energético, o exercício físico também é capaz de modular esses hormônios no sistema nervoso central”, disse. A atividade física seria capaz de reverter esse fenômeno, possibilitando que o paciente volte a ter a transmissão do sinal para a saciedade.

Comer mais aumenta a fome

Nos testes feitos com animais obesos, submetidos a uma dieta rica em gordura, os hormônios perderam a capacidade de regular o apetite, ou seja, a obesidade envolveria um círculo vicioso comportamental: quanto mais se come, mais se quer comer.

A atividade fez com que a sinalização do apetite no cérebro dos animais voltasse a níveis normais. Esse efeito durou de 12 a 16 horas. “Observamos que animais obesos submetidos à atividade física voltam a comer na mesma proporção que o animal magro. À medida que ele faz o exercício, parece que ele volta a entender a hora de parar, voltando a comer nos níveis considerados normais”, destacou.

A pesquisa é inteiramente experimental e não foi testada em humanos. Algumas evidências, de acordo com o autor, mostram que em seres humanos o exercício físico é capaz de alterar o comportamento alimentar, mas a avaliação é mais complexa.

“É muito difícil acompanhar e colocar um valor numérico no caso de testes em humanos, porque, ao colocar alguém para fazer atividade física e dizer a ele que vai controlar a ingestão alimentar, tira-se a condição natural. No animal, fica mais fácil e é um bom modelo metabólico de obesidade induzida por dieta”, disse.

A explicação para a redução da ingestão alimentar e do peso corporal nos roedores submetidos à atividade física pode ser atribuída à interleucina-6, uma molécula produzida no hipotálamo em resposta ao exercício.

De acordo com o estudo, o animal que faz exercício tem o nível de interleucina-6 aumentado no tecido hipotalâmico, sendo ela responsável por melhorar a sensibilidade de insulina e leptina.

“Sabe-se que o prejuízo causado pela dieta na sinalização desses hormônios é mediado por um processo inflamatório. E a interleucina-6 é capaz de aumentar a expressão de uma outra proteína, a interleucina-10, sendo que, essa sim, tem uma atividade antiinflamatória”, disse Ropelle.

Segundo o pesquisador, a atividade física pode ser benéfica para o “apetite dos obesos”. Haveria uma espécie de equilíbrio dinâmico para evitar tanto o acúmulo excessivo de energia quanto o gasto excessivo.

Os resultados apresentados pelo estudo são inéditos na literatura científica, aponta Ropelle, e foram submetidos para publicação na revista Nature Neuroscience.

Por Alex Sander Alcâncara

11 de set. de 2009

Conheça James Fixx, autor do mais importante livro sobre corridas

Após sofrer um infarto correndo, James Fixx virou um símbolo da necessidade de cuidados e acompanhamento médico para a atividade

Ele não conquistou medalhas olímpicas; não é queniano ou etíope nem dono de recordes mundiais. O editor James Fixx pesava cem quilos e virou lenda ao mudar radicalmente de vida com a corrida, perder 30 quilos, relatar todo processo em um livro considerado best-seller nos Estados Unidos e, fatalmente, morrer vítima de um infarto, durante um trote matinal. O ataque fulminante foi provocado por uma arteriosclerose não cuidada.

Assim como Fidípedes, que em 490 a.C desempenhou perfeitamente seu papel na história, correndo de Maratona a Atenas para dar a notícia da vitória grega sobre 30 mil persas, e depois morreu, Fixx estimulou milhares de americanos a trocar o sedentarismo por uma vida saudável e, após a trágica morte, em 1984, médicos e corredores em todo mundo iniciaram uma revolução em prol da saúde e da prática da atividade física com acompanhamento médico. Preocupação que é absoluto consenso hoje.

Na época, muitos amadores desistiram de levar adiante a corrida, alarmados com o fato de um corredor, autor de um livro conceituado sobre o assunto, morrer correndo. Coube ao médico Kenneth Cooper, no mesmo ano da morte de Fixx, desmistificar o tema –e a morte de Fixx– com a publicação “Correndo Sem Medo”.

Fixx foi um dos muitos americanos que começaram a correr na década de 1960. Nasceu em Nova York e trabalhou como editor nas revistas Saturday Review, Life e Audience. Também foi colaborador da Playboy americana. Foi membro do clube Mensa International, para intelectuais com elevado nível de Q.I. e, por conta disso, desenvolveu três coleções de jogos para estimular as pessoas “super inteligentes”.

Fixx era ágil com a escrita e a inteligência, mas o corpo estava parado havia anos. Em 1967, ele estava gordo, fumava dois maços de cigarro por dia e tinha um estilo de vida muito pouco saudável.

“Tinha trinta e poucos anos e trabalhava em uma grande revista em Manhattan. Uma das minhas funções era receber escritores para almoços e jantares. Com Martini demais e exercícios de menos, meu peso foi aumentando, grama por grama de flacidez, dos 77 quilos da adolescência a 97 quilos bem robustos”, relatou Fixx no livro “O Guia Completo de Corrida”.

A tentativa de driblar a hereditariedade

Além do excesso de peso, Fixx carregava o histórico de infarto na família. O pai dele, Calvin, sofreu um ataque cardíaco aos 35 anos e morreu aos 42 após um novo ataque. Fixx estava determinado a evitar o mesmo destino. “Até ele morrer viveu como um inválido...ficava quieto, lia, escutava músicas e colocava as coisas em ordem. Nada mais do que isso”, relatou o editor. A imagem do pai como inválido representava uma vida apenas um pouco melhor que a morte.

Fixx observava que a proliferação de pós-cardíacos à procura de uma atividade física indicava o que muitos médicos já estavam convencidos: a prática regular de atividade física, associada a bons hábitos alimentares, reduz a morbidez e a morte por doenças isquêmicas. Por isso, em 1967, aos 35 anos, depois de um “dilaceramento na batata da perna direita”, na tentativa de rebater uma jogada em uma partida de tênis, Fixx decidiu abandonar o sedentarismo, os cigarros e o excesso de peso. Esperou a dor passar. “Não foi um ferimento sério”, disse. E começou a correr. Mas ele cometeu uma imprudência que seria fatal: não consultou um médico.

“Antes, eu só correra por ocasião do treinamento básico militar... e detestara. Ainda posso ouvir a voz de um sargento alto e dispéptico do Texas, correndo ao nosso lado e bufando ‘um, dois, três, quatro’. Correr no exército era tudo que eu conhecia, e por isso meti um par de botas pesadas, saí de casa e comecei a me arrastar pela calçada.”

Ao começar a correr, Fixx foi percebendo, apesar do sofrimento, que alguma coisa estava mudando na vida dele. “Embora as coxas doessem e os pulmões ardessem, eu continuei a correr”, relatou no livro. Convencido dos benefícios psicológicos da corrida, ele resumia: “Correr é viver. O resto é apenas esperar a morte.”

Para a mudança surtir efeito, o editor deixou Nova York rumo à comunidade suburbana de Connecticut, local no qual correr era muito mais agradável. Ele gostava da região, cercada de estradas rurais, córregos e rios, campinas e bosques. Um jovem vizinho que acabara de dar baixa do Corpo de Fuzileiros Navais estava em ótima forma física e isso agradava Fixx. “Se ele não exigia demais, geralmente conseguia acompanhá-lo.”

A primeira vitória

Quando soube que haveria uma prova de 8 km na cidade, Fixx saiu de casa e tentou correr a distância exata do percurso da competição. Ao fim, sentia-se como uma lesma, mas conseguiu completar os 8 km. Foi o suficiente para preencher a ficha de inscrição, colocá-la no correio e esperar ansiosamente pelo dia do evento. “Passei a treinar arduamente, correndo todos as manhãs, antes de sair para o trabalho.”

Enquanto aguardava o sinal de largada, Fixx olhava em volta, via cerca de 200 jovens corredores em plena forma física. Havia também alguns homens mais velhos, de 60 anos, além de mulheres e crianças. “Com um pouco de sorte, poderia não fazer uma figura tão feia”, pensou.

No decorrer da prova tudo chamava atenção do estreante. Ele não entendia como os corredores do pelotão já estavam virando a esquina, antes mesmo dele dar uma dúzia de passos. Sentiu a dificuldade aumentar quando se deparou com uma ladeira. E viu mulheres e crianças começando a ultrapassá-lo. “Não demorou muito para que eu fosse o último.”

Após concluir a primeira prova, Fixx começou a ler sobre o assunto, e aprendeu o que era treinar. No livro que escreveu, relata que, se a pessoa fizesse tudo direito, não apenas se tornaria mais veloz e mais saudável, mas também ficaria mais jovem, tanto no sentido psicológico como no fisiológico. A única coisa que Fixx esqueceu, antes de deixar toda essa euforia tomar conta da nova rotina de vida, foi de levar a sério o conselho que o doutor Cooper lhe dera: “é preciso fazer um check up clínico”.

Best-seller da corrida

Aos 45 anos, dez anos após o estiramento da batata da perna e o início da corrida, Fixx lançou o livro “O Guia Completo da Corrida” (“The Complete Book of Running”, na versão original). Tornou-se conhecido internacionalmente por popularizar a corrida e demonstrar os benefícios da prática regular para a saúde. Casa de ferreiro, espeto de pau: no livro, Fixx também ressaltava a importância do acompanhamento médico em qualquer atividade física realizada.

O Guia vendeu 500 mil cópias nos Estados Unidos e, em menos de nove meses, alcançou o primeiro lugar na classificação do jornal New York Times. Inspirou milhões de pessoas e, até hoje, é referência para técnicos e treinadores.

O último trote

Na época, fim da década de 1970, muitos autores de livros sobre medicina esportiva e saúde acreditavam que os problemas cardíacos eram resultado do agito da vida urbana e recomendavam a corrida como cura. Inclusive Fixx. De acordo com os escritores –muitas vezes médicos–, correr não é meramente um exercício físico, mas um estilo de vida. E mais: sugeriam que o corredor escutasse seu próprio corpo, em vez de palavras dos especialistas.

Seguindo essa filosofia médica, de que o corpo alertaria ao sinal de qualquer problema, Fixx seguiu com a corrida, conquistando, em 1969, o primeiro lugar na classificação por faixa etária em uma corrida de 10 km em Connecticut. Também completou seis maratonas de Boston.

Amigos o descrevem como alguém que usou o dom da inteligência que possuía para trocar a vida sedentária –e o colesterol de 250 mg/l de sangue– por uma vigorosa boa-forma, correndo 16 km por dia. Assim, em 20 de julho de 1984, Fixx acordou e, após comemorar a vitória sobre a irmã Kitty Fixx Bower, em um jogo de tênis no dia anterior, saiu para um trote matinal pela estrada 25, em Hardwick, Vermont. Naquela manhã, o coração do escritor e jornalista de 52 anos não resistiu ao infarto fulminante.

Depois da morte de Fixx, amigos e familiares disseram que ele se queixava de “dores no peito enquanto corria” e “pontadas no coração”. Ainda assim ele se recusava a fazer exames cardíacos, apesar dos pedidos da esposa Alice Cashman Fixx e dos inúmeros convites do médico Kenneth Cooper.

Aparentemente Fixx preferiu escutar o (absurdo) conselho de um amigo médico que lhe disse que exames médico anuais eram perda de tempo.

A autópsia revelou estrago em três partes do coração – evidência de quem sofreu moderados ataques do coração semanas antes da morte. Não uma, mas três principais artérias estavam bloqueadas em 95%, 85% e 50%. Isso, segundo médicos, revela que o infarto poderia ter sido controlado, caso Fixx fizesse exames de rotina para o controle dos danos que a vida sedentária e a hereditariedade causaram ao coração.

O filho John, diretor de uma escola em Connecticut, relatou, em entrevista ao jornal americano New York Times, como seria a visão do pai sobre as décadas após sua morte. “Meu pai ficaria orgulhoso de ver a evolução das mulheres corredoras de longas distâncias, os mais velhos redefinindo o significado da idade e como os Jogos Olímpicos ampliaram os limites humanos.”

Revolução em prol da saúde

Muitos americanos estavam tão impressionados com a incrível popularidade das corridas de rua, como pela morte repentina de Fixx. Nunca se falou tanto da importância dos exames médicos e dos check ups clínicos para os que querem ter e manter uma vida saudável por longos anos.

Naquele mesmo anos de 1984, para desmistificar o medo que muitos atletas ficaram de morrer correndo, Cooper escreveu o livro “Correndo Sem Medo”. Na obra, o médico, fez um estudo da morte de Fixx e orientou o leitor a fazer de forma prática e segura qualquer tipo de exercício em todas as idades. Cooper comentou também sobre os riscos que os atletas entusiastas correm ao ultrapassarem perigosamente os limites, de forma inadequada e sem qualquer acompanhamento médico.

Conquistas:
- Concluiu no pelotão de amadores seis maratonas de Boston
- Foi o primeiro lugar no campeonato de Connecticut, em 1969, na 30 a 39 anos
- Correu o equivalente a uma volta à Terra pelo Equador
Fonte: “Guia Completo de Corrida”

10 de set. de 2009

Dois em cada dez brasileiros têm asma

Os casos de asma são cada vez mais frequentes no Brasil. Alguns médicos dizem que a culpa é da poluição causada pela fumaça dos carros.

Há novos medicamentos, novas terapias que ajudam a reduzir os sintomas da doença. No ano passado, 180 mil brasileiros foram parar no hospital com crises de asma. Um dos motivos é o crescimento econômico do país.

A asma atinge as vias aéreas, os canais dentro do pulmão, que inflamam, incham e dificultam a passagem do ar. Em 2007, mais de 2,2 mil pessoas morreram vítimas da doença no Brasil.

Os médicos observaram que o número de casos de asma tem aumentado em países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil. Dois em cada dez brasileiros têm a doença. Uma das teorias que explicam esse crescimento é a poluição dos carros.

A fumaça do cigarro também é um veneno para quem tem a doença, assim como a poeira, o mofo, ácaros. A boa notícia é que de 2000 para cá, o número de internações vem diminuindo no Brasil, segundo o especialista Rafael Stelmach, em uma média, de 7,5 mil casos por ano. A explicação é que mais doentes tem tido acesso aos remédios na rede pública.

“Apesar de melhor tratados, o Brasil ter recursos que não tínhamos no passado, as pessoas ainda não estão aderindo aos tratamentos. Se estivessem, não teriam crises tão graves que justificariam a internação”, alerta o pneumologista Rafael Stelmach.

Os pesquisadores buscam novas drogas para tratar a doença, mas já perceberam que a vida moderna, que afasta as crianças do contato com a terra, também acaba contribuindo para que alergias e doenças respiratórias sejam presença constante.

“Elas não se expõem a algumas substâncias. Provavelmente, no futuro, quando são expostas, desenvolvem alergias”, explica Lilian Ballini Caetano, da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia.

Um dos tratamentos indicados para a asma é o exercício físico. Muitos asmáticos se tornam atletas de sucesso. É o caso da corredora portuguesa Rosa Mota e do judoca Aurélio Miguel, que foi medalhista olímpico.

9 de set. de 2009

Conheça a Acro Yoga

Acro Yoga. Isso mesmo! Essa novidade em atividade física que, como o nome já diz mistura Yoga e acrobacia, é ideal para quem já tem alguma experiência com a prática do Yoga convencional.

A professora Elaine Lilli Fong, do Acro Yoga Brasil de São Paulo, conta que além da academia no Brasil a atividade é desenvolvida em alguns locais do Canadá e dos Estados Unidos. "Começamos há cerca de três anos, mas só para professores. As aulas abertas tiveram início há oito meses."

Elaine explica que normalmente ela não indica a prática para iniciantes. É melhor começar no Yoga convencional, já que a base é a mesma, e apenas passar pro Acro quando tiver cerca de seis meses de prática.

Outro diferencial da atividade é que parte dela é feita em dupla. De acordo com Elaine, a aula é divida em quatro etapas. Primeiro é feita a parte de Yoga, depois a "dois a dois", onde os participantes fazem exercícios combinados. Na terceira etapa começa a acrobacia, também feita em dupla, onde um se apóia no outro para realizar os movimentos. Para finalizar, é realizada uma massagem, definida por Elaine como yoga passivo.

Como existe a questão das duplas, a professora destaca que a prática além de cuidar da parte física promove também a integração. "É uma boa opção de exercício para ser feito entre pais e filhos. As crianças as vezes nem precisam de prática anterior no yoga, pois já costumam ter bastante flexibilidade."

O número de vezes que a atividade deve ser praticada por semana varia de pessoa para pessoa. "A maioria dos alunos continua fazendo o Yoga convencional, então eles acabam intercalando as duas modalidades."

Para saber mais acesse www.acroyoga.com.br

8 de set. de 2009

Mercado da recreação tem um potencial que falta ser explorado, aponta pesquisa

No mercado da diversão

Os recreadores ou monitores de recreação infantil tem que ter muita paciência, criatividade e jogo de cintura para chamar a atenção da criançada e ganhar a confiança dos pais

Lá fora, eles são David Cunha e Magna Leite, mas no hotel em que trabalham incorporam tio Coelho e tia Sininho. A brincadeira já começa por aí. David é coordenador de Desporto e Lazer; e Magna, monitora de recreação do Suítes Resort Beach Park. Os dois trabalham cerca de oito horas por dia e juntos promovem atividades recreativas para a garotada pelas praias, piscinas e brinquedos do parque aquático.

A diversão começa pelo café da manhã. Fantasiados de fadas ou super-heróis, os “tios” recebem as crianças para o café da manhã. “Animamos o momento para que elas possam inclusive se alimentar bem. De lá, muitas vezes vamos para as piscinas e no caminho sempre estamos cantando e conversando alegremente com elas”, conta Tia Sininho. De acordo com os recreadores, a ideia é sempre envolver as crianças, “para que eles esqueçam um pouquinho dos pais”.

Parece fácil, mas não é. Os recreadores deixam claro que é preciso muita paciência e criatividade para despertar o interesse dos pequenos e responsabilidade para conquistar a confiança dos pais. “Existe toda uma pedagogia para conversar e brincar com cada faixa etária. Por isso, temos formação acadêmica e técnica na área”, ressalta tio Coelho. Ele conta que é preciso também estar sempre de olho nas novidades do cinema, da televisão e dos games. “Sei tudo quanto é de super-herói para não ser pego de surpresa”, brinca.

Mercado

Segundo pesquisa desenvolvida pelo curso de Tecnologia em Gestão Desportiva e de Lazer, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE-CE), o mercado da recreação tem um potencial que falta ser explorado. “O mercado está em expansão, mas ainda não percebeu o poder de um profissional da recreação”, pondera a professora do curso, Allana Joyce.

A pesquisa também revela que a maior parte das vagas são ocupadas por estudantes ou egressos das graduações de Educação Física, Turismo e Hotelaria ou Pedagogia. Magna Leite, a tia Sininho, é um exemplo disso. “Eu sou estudante de Educação Física. Tinha interesse na área de fitness, mas durante o estágio descobri a recreação e pretendo continuar, com enfoque na área educativa”.
por Luar Brandão