Evolução cultural
O número de oportunidades de aprendizado às quais um indivíduo é exposto é de grande importância para a evolução cultural desse indivíduo durante a sua vida, segundo pesquisadores da Universidade de Estocolmo.
Ao adquirir cultura continuamente na forma de valores, ideias e ações ao longo de suas vidas, os humanos influenciam seu aprendizado futuro e sua capacidade de evolução cultural.
Com o auxílio de modelos matemáticos, os cientistas mostraram que há diferenças importantes entre a evolução biológica e a evolução cultural. As descobertas foram publicadas no jornal científico Proceedings of the National Academy of Sciences.
Genes e memes
"Como há muitas similaridades entre a evolução biológica e as mudanças culturais, a comunidade científica tem frequentemente sugerido que a teoria da evolução biológica também pode ser aplicada de forma relativamente inalterada como um modelo para a evolução cultural," explica Magnus Enquist, professor e diretor do Centro para o Estudo da Evolução Cultural, na Universidade de Estocolmo.
"Nessa linha, os genes são substituídos pelos assim chamados memes, que são pequenos elementos culturais, e então os mesmos métodos são usados exatamente como na teoria da evolução biológica."
Diferenças entre evolução biológica e evolução cultural
Mas a pesquisa agora publicada demonstra que há uma diferença crucial, e frequentemente negligenciada, entre a evolução biológica e a evolução cultural.
"Pela fertilização, todos os genes são transferidos para um novo indivíduo de uma só vez e ao mesmo tempo. Por outro lado, o indivíduo adquire cultura sucessivamente e ao longo de toda a vida, o que pode levar a consequências radicais, criando condições largamente divergentes para vários indivíduos de uma forma que não acontece na evolução biológica," diz Enquist.
Com inúmeras oportunidades de aprendizado, as oportunidades que um indivíduo tem para escolher ativamente entre diferentes variantes culturais são de grande importância no seu desenvolvimento. As primeiras escolhas formam as bases para as escolhas que serão feitas no futuro, e pode-se perceber diferenças claras entre a evolução cultural de diferentes indivíduos que podem ser associadas diretamente a quão frequentemente eles foram expostos a influências culturais.
Frequência de exposição e capacidade de disseminação
O principal fator no desenvolvimento dessa nova teoria é a chamada frequência de exposição, que mostra que, quanto menos oportunidades um indivíduo encontra de se expor a influências culturais, mais fraca será sua evolução cultural. Nesses casos, é a capacidade de disseminação que determina a evolução, da mesma forma que na evolução biológica.
"Uma descoberta que nos surpreendeu foi que a pessoa de quem o indivíduo herdou a cultura não tem qualquer impacto direto sobre os resultados. Em outras palavras, não faz diferença se cultura foi passada ao indivíduo pelos pais, pelos colegas ou pelo coletivo. O simples fato de que a herança cultural não está ligada diretamente aos pais, o que tem sido considerado como a diferença mais importante entre as evoluções cultural e biológica, também reforça nossa teoria," diz o pesquisador.
Teoria da Evolução Cultural
Outra conclusão importante da pesquisa é que não há um único princípio que possa determinar toda a evolução cultural da mesma forma que a aptidão física determina a evolução biológica. Entretanto, uma simples variável foi capaz de predizer a variante cultural que prepondera quando o número de oportunidades de aprendizado foi grande.
"As tentativas de criar uma teoria da evolução e das mudanças culturais têm sido vistas com maus olhos. Com as ideias apresentadas no artigo, que são menos amarradas à forma de pensar da evolução biológica e permitem que a evolução cultural tenha suas próprias características peculiares, nós temos agora uma grande chance de estabelecer essa nova teoria," conclui Enquist.
O número de oportunidades de aprendizado às quais um indivíduo é exposto é de grande importância para a evolução cultural desse indivíduo durante a sua vida, segundo pesquisadores da Universidade de Estocolmo.
Ao adquirir cultura continuamente na forma de valores, ideias e ações ao longo de suas vidas, os humanos influenciam seu aprendizado futuro e sua capacidade de evolução cultural.
Com o auxílio de modelos matemáticos, os cientistas mostraram que há diferenças importantes entre a evolução biológica e a evolução cultural. As descobertas foram publicadas no jornal científico Proceedings of the National Academy of Sciences.
Genes e memes
"Como há muitas similaridades entre a evolução biológica e as mudanças culturais, a comunidade científica tem frequentemente sugerido que a teoria da evolução biológica também pode ser aplicada de forma relativamente inalterada como um modelo para a evolução cultural," explica Magnus Enquist, professor e diretor do Centro para o Estudo da Evolução Cultural, na Universidade de Estocolmo.
"Nessa linha, os genes são substituídos pelos assim chamados memes, que são pequenos elementos culturais, e então os mesmos métodos são usados exatamente como na teoria da evolução biológica."
Diferenças entre evolução biológica e evolução cultural
Mas a pesquisa agora publicada demonstra que há uma diferença crucial, e frequentemente negligenciada, entre a evolução biológica e a evolução cultural.
"Pela fertilização, todos os genes são transferidos para um novo indivíduo de uma só vez e ao mesmo tempo. Por outro lado, o indivíduo adquire cultura sucessivamente e ao longo de toda a vida, o que pode levar a consequências radicais, criando condições largamente divergentes para vários indivíduos de uma forma que não acontece na evolução biológica," diz Enquist.
Com inúmeras oportunidades de aprendizado, as oportunidades que um indivíduo tem para escolher ativamente entre diferentes variantes culturais são de grande importância no seu desenvolvimento. As primeiras escolhas formam as bases para as escolhas que serão feitas no futuro, e pode-se perceber diferenças claras entre a evolução cultural de diferentes indivíduos que podem ser associadas diretamente a quão frequentemente eles foram expostos a influências culturais.
Frequência de exposição e capacidade de disseminação
O principal fator no desenvolvimento dessa nova teoria é a chamada frequência de exposição, que mostra que, quanto menos oportunidades um indivíduo encontra de se expor a influências culturais, mais fraca será sua evolução cultural. Nesses casos, é a capacidade de disseminação que determina a evolução, da mesma forma que na evolução biológica.
"Uma descoberta que nos surpreendeu foi que a pessoa de quem o indivíduo herdou a cultura não tem qualquer impacto direto sobre os resultados. Em outras palavras, não faz diferença se cultura foi passada ao indivíduo pelos pais, pelos colegas ou pelo coletivo. O simples fato de que a herança cultural não está ligada diretamente aos pais, o que tem sido considerado como a diferença mais importante entre as evoluções cultural e biológica, também reforça nossa teoria," diz o pesquisador.
Teoria da Evolução Cultural
Outra conclusão importante da pesquisa é que não há um único princípio que possa determinar toda a evolução cultural da mesma forma que a aptidão física determina a evolução biológica. Entretanto, uma simples variável foi capaz de predizer a variante cultural que prepondera quando o número de oportunidades de aprendizado foi grande.
"As tentativas de criar uma teoria da evolução e das mudanças culturais têm sido vistas com maus olhos. Com as ideias apresentadas no artigo, que são menos amarradas à forma de pensar da evolução biológica e permitem que a evolução cultural tenha suas próprias características peculiares, nós temos agora uma grande chance de estabelecer essa nova teoria," conclui Enquist.
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