Eles ajudam a melhorar a coordenação, a postura, a eficiência e a economia de energia na execução de seus movimentos na corrida
Sim, você pode correr por diversão, para perder peso, ou pelo simples e puro prazer de praticar um esporte. Porém, quando você entra em uma atividade física como a corrida, independente do motivo, a evolução e o desenvolvimento nas ruas torna-se um objetivo a mais a ser conquistado.
Você já deve ter ouvido que a corrida faz parte de sua vida desde quando você é uma criança. E isso é um fato. Contudo, algumas manias e erros da infância podem continuar com você na hora de dar suas passadas quando adulto, e isso pode prejudicar suas metas. É aí que entram os exercícios educativos.
“Os exercícios educativos, como o próprio nome sugere, são exercícios que educam o corredor, isto é, são capazes, através do olhar clínico do treinador, de detectar possíveis falhas de postura, desequilíbrios e vícios no qual os corredores que apenas praticam a atividade acabam desenvolvendo”, explica Allan Menache, diretor Técnico da Assessoria do Esporte Treinamento Inteligente e treinador do Programa de Capacitação CORE 360° - Treinamento Funcional.
Esses exercícios podem até parecer aqueles que se vê nos treinamentos dos jogadores de futebol, e realmente são. Porém, a contribuição dessas atividades para o atleta de corrida é outra. Com eles, os corredores ganham em força, melhora a postura, a performance e ainda pode sentir a diminuição algumas dores.
“A aplicação destes exercícios minimiza e resolve tais problemas possibilitando ao corredor o aumento da eficiência em seus movimentos, bem como a economia de energia a cada passada, ajudando a prevenir lesões comuns ao esporte e no fim das contas melhorando suas marcas pessoais”, diz Menache, que completa.
“Sua prática regular pode ajudar a aumentar também a performance, já que tornam os movimentos mais automáticos e eficientes, promovendo a economia de energia e eliminando ou diminuindo muito algum vício de uma corrida inadequada o que, na prática, significa menor número de lesões na vida destes esportistas”, conclui o treinador.
Quando educar seu movimento
Depois dessas informações você pode imaginar que tais exercícios lhe tomarão muito tempo, ou até atrapalharão de alguma forma seus treinamentos de velocidade, seus longões etc. Engana-se. Os exercícios educativos são rápidos e fáceis de se praticar, podendo ser encaixados até antes do treino.
“Na minha visão, a melhor maneira de encaixar estes exercícios na rotina de treino do corredor é logo após o aquecimento, entre 5’ e 15’, no início do treino quando o atleta está descansado e apto a receber qualquer estímulo. A frequência de aplicação é bastante individual e está ligada ao nível de condicionamento, fase do treinamento e principalmente quanto o corredor precisa se ´educar´”, diz Allan.
Identificando os erros
Antes de decretar que você está “correndo errado” é importante saber identificar se o erro está, de fato, prejudicando seu rendimento. Isso porque existem erros que devem ser corrigidos e também existem as características individuais de cada atleta.
“O erro só deve ser considerado como tal se causar algum problema ao corredor. Alguns corredores desenvolvem uma forma bem peculiar em sua corrida, que aos olhos de outras pessoas pode ser considerado como erros, mas para ele é extremamente natural”, fala Menache.
Veja abaixo uma lista com os erros mais comuns entre os atletas na hora de correr:
- Atacar o solo,com toques dos pés chapados no chão, diminuindo a capacidade de amortecimento das articulações;
- Tocar o solo nas pontas dos pés o que pode levar a uma lesão no músculo tibial anterior;
- Toque forte com os calcanhares, o que aumenta o impacto e desacelera a corrida;
- Pouca flexão do quadril ou desalinho de uma perna em relação à outra, o que pode causar desequilíbrios no corpo todo;
- Pouca flexão dos joelhos, o que diminui a amplitude das passadas, fazendo com que a mesma distância necessite de muito mais passadas para ser vencida e aumente o impacto repetitivo sobre as articulações;
- Falta de coordenação entre braços e pernas, lembrando que os braços devem sempre estar a favor da movimentação, na amplitude e angulação correta para favorecer o deslocamento a frente e ajudar na economia de energia e eficiência dos movimentos;
- Falta de fortalecimento da região do core, afinal o centro do corpo é o que rege todos os movimentos e um centro fraco com certeza vai prejudicar toda a corrida pela falta de estabilização central.
Lembre-se que cada atleta tem suas peculiaridades na hora de praticar o esporte, por isso, é importante procurar um treinador que saiba apontar os merros e corrigi-los de forma natural
Os exercícios
Confira abaixo alguns exercícios que te ajudarão a melhorar a postura, o rendimento e a prevenir-se de lesões durante a prática do esporte:
Skipping alto/para a frente
Elevação alternada dos joelhos até a altura do abdome, coordenando com os braços, correndo no lugar ou em deslocamento.
Efeito: fortalece os músculos da coxa e trabalha a extensão e impulsão da perna. Trabalha a elevação da perna em 90°.
Skipping para trás ou Anfersen
Com o tronco levemente inclinado a frente, flexionar os joelhos de forma alternada com os calcanhares tocando os glúteos, coordenando a movimentação dos braços, correndo no lugar ou em deslocamento.
Efeito: concentra a força nos calcanhares.
Skipping baixo
Elevação alternada dos joelhos até a altura dos quadris, correndo no lugar.
Efeito: fortalece a panturrilha.
Kick out
Movimento ritmado com as pernas estendidas tocando a ponta dos pés no solo de forma alternada ao movimento dos braços (que permanecem em um angulo de 90º).
Efeito: amplia força e amplitude dos membros inferiores.
Saltitamento
Pequenos saltos contínuos, mantendo um afastamento das pernas na largura do quadril. Saltos curtos sem tocar o caminhar no solo.
Efeito: fortalece a panturrilha e melhora o equilíbrio.
Hopserlauf (passeio no parque)
Corrida alternando saltos com elevação dos joelhos e o consequente trabalho de braços.
Efeito: fortalece os músculos da coxa e melhora a impulsão do atleta durante o salto.
Afundo (ou avanço de progressão)
Quadril relaxado, trabalha dois tempos embaixo, sobe, e repete com a outra perna. Calcanhar na mesma linha dos joelhos. Tronco não ultrapassa os joelhos.
Efeito: fortalece músculos e posteriores de coxa e equilíbrio.
Série de exercícios para seu treinamento
Repetir os movimentos progredindo em extensão por 30 metros a 50 metros. Volte trotando.
Para iniciantes em educativos
- Skipping baixo
- Kick out
- Skipping alto
- Skipping para trás
- Hopserlauf
Fazer uma a duas series de cada exercício
Para acostumados em educativos
- Skipping baixo
- Kick out
- Skipping alto
- Skipping para trás
- Hopserlauf
- Afundo
- Saltitamento
Por Fausto Fagioli Fonseca
24 de fev. de 2010
Exercícios educativos na corrida
21 de fev. de 2010
Academias de Brasília investem em equipamentos modernos
Há desde esteiras que simulam diferentes tipos de piso a aparelhos utilizados em treinamento militar
Utilizando um só equipamento, Ingrid Kelly Fernandes, 39 anos, insatisfeita com um programa matutino da tevê, pluga o iPod para assistir a videoclipes enquanto refresca-se com um sistema de ventilação no qual ajustou potência e direção. A servidora pública não está em casa, descansando em frente a um novo modelo de home theater ou algo parecido. Ela está em uma academia de ginástica, programando a esteira na qual fará o aquecimento antes do treino de musculação. Atualmente, o segmento de fitness e bem-estar apresenta incontáveis opções de aparelhos modernos, repletos de recursos que buscam, além do aprimoramento na performance atlética, oferecer mais conforto e segurança aos usuários.
Máquinas com tecnologias tão avançadas demandam investimentos pesados e mão de obra qualificada para que o aluno possa extrair o máximo de cada exercício. Uma esteira do modelo citado acima, por exemplo, custa, em média, US$ 20 mil (cerca de R$ 36 mil). O valor alto não é cobrado somente pelas regalias eletrônicas do equipamento. Os clientes das academias correm sobre um eficaz sistema de amortecedores que absorve impactos e protege as articulações. Algumas esteiras trazem ainda opções de programação que simulam pistas de atletismo, caminhos com diferentes graus de inclinação e percursos que mantêm uma faixa de batimentos cardíacos predeterminada pelo instrutor.
“Frequento academias de ginástica há 20 anos e percebo, claramente, a evolução dos equipamentos. Antigamente, o esforço começava antes mesmo do exercício, durante o ajuste dos aparelhos. Depois, tinha a questão da segurança. Nem todos os exercícios eram feitos com o cuidado necessário, porque as máquinas não eram tão evoluídas. Por isso, eu vivia sentindo dores nos músculos e nas articulações”, conta Ingrid. “Outro aspecto que me deixa bastante satisfeita é o trabalho personalizado, porque há programas de computadores instalados nas academias que permitem ajustar os movimentos de acordo com quem está usando o aparelho. Nesse sentido, a tecnologia é muito válida. Esporte tem de ser fonte de prazer, não de sofrimento”, completa.
A atenção personalizada ressaltada por Ingrid é uma aposta das academias de ginástica com a modernização dos aparelhos. Em muitos desses lugares, a ficha de papel com o roteiro de treinamento a ser seguido pelo aluno foi extinta. A informatização permitiu que, por meio de um chip entregue ao aluno, os aparelhos mostrem a carga, a intensidade e a velocidade de cada um dos exercícios. Se a academia tiver filiais em outros estados, o cliente pode usufruir dos benefícios mesmo longe de casa.
Novidades
Parece a hora do recreio, mas repleto de adultos. Em uma sala, cinco pessoas se divertem sobre botas adaptadas com amortecedores especiais. O kangoo jumps(1) é um sucesso absoluto e as aulas costumam ter filas de espera, de acordo com Marco Rodrigo Vieira, gerente do Departamento de Ginástica da Companhia Athlética. Além de fugir dos métodos convencionais de exercícios aeróbicos, o equipamento é bastante eficaz para quem quer perder tempo e reduzir as indesejadas celulites, por exemplo. A promessa dos professores é que o aluno queime até 800 calorias durante os 45 minutos de aula.
Desenvolvido na Suíça, o kangoo jumps é uma excelente alternativa para recuperar atletas com problemas nas articulações ou iniciar um programa de corrida, quando o corpo ainda não está preparado para o contato constante com o solo. As botas especiais absorvem 80% do impacto dos movimentos e auxiliam no fortalecimento de músculos. Outra vantagem é a possibilidade de trabalhar com alunos acima do peso com baixo risco de lesionar os ligamentos. Segundo Vieira, as botas, capazes de sustentar até 120kg, animam até mesmo os mais preguiçosos a se exercitarem.
“Seria arriscado e irresponsável colocar uma pessoa de 120kg para correr na esteira, sem qualquer tipo de preparação. Então, o treinamento com essas botas permite iniciar um fortalecimento muscular e nas articulações para, depois, partir para algo com sequências mais intensas”, explica o gerente. Ele destaca ainda a importância de profissionais bem preparados para orientar os alunos. “Não adianta ter os equipamentos mais modernos do mundo se não houver alguém qualificado para passar instruções aos alunos. Definitivamente, um profissional ajuda a reduzir o risco de lesões e aumenta o rendimento”, pontua.
Para todos os gostos
Não são apenas os aparelhos cheios de botões, com tela de cristal líquido e tecnologia touchscreen, que chamam a atenção dos alunos nas academias. Alguns dos equipamentos, à primeira vista, parecem extremamente simples, mas escondem anos de pesquisas e funções bastante úteis. Um deles, o kinesis, foi criado por pesquisadores italianos e simula movimentos de vários esportes: dos mais tradicionais aos mais radicais. O sistema de roldanas móveis cria a flexibilidade necessária ao conjunto de exercícios cujas combinações, de acordo com os fabricantes, ultrapassam 3 mil opções. O ganho de massa muscular também é eficiente no Kinesis, por causa da tensão no cabo e dos pesos no aparelho.
Outro “queridinho” entre os malhadores de Brasília é um sistema de faixas pendurado no teto, com suportes nas extremidades. O equipamento é utilizado por soldados dos Estados Unidos em treinamentos durante guerras, quando é impossível recorrer a locais bem estruturados. Por meio de exercícios feitos com o apoio das faixas, o aluno consegue trabalhar grupos musculares das costas, pernas, braços, peito e abdome, além de oferecer a possibilidade de fazer ginástica localizada. Na academia A! Body Tech, a novidade chegou há dois meses e também tem aulas lotadas, com lista de espera para novas turmas.
A estudante Erika Fedosseeff Auler, 22 anos, faz ginástica e musculação há três anos. Mesmo sendo de uma geração que conheceu academias já equipadas com aparelhos modernos, a jovem se diz impressionada com a evolução da tecnologia no segmento. Ela garante que consegue notar a diferença nos exercícios realizados nos equipamentos mais novos. “Com certeza, eu trabalho grupos musculares que não conseguia antes por falta de respaldo mecânico. Claro, não posso deixar de citar a questão do conforto, que faz toda a diferença enquanto estou malhando e me estimula a continuar”, diz.
1 - Da academia para as ruas
O uso do Kangoo Jumps não fica restrito apenas às academias. Um grupo de alunos e professores da Companhia Athlética costuma participar de corridas nas ruas de Brasília com o equipamento. Quem quiser ver de perto as botas adaptadas pode ir, no próximo dia 31, à Esplanada dos Ministérios. O grupo vai participar da prova Circuito do Sol, com percursos de até 10km.
19 de fev. de 2010
Genética pode explicar porque você não perde peso "malhando"
O parâmetro para a análise foi a quantidade de oxigênio ingerido, que é um indicador da capacidade de bombeamento de sangue do coração e um dos fatores essenciais para a boa saúde.
Foram encontrados 30 genes que afetam esse consumo de oxigênio e diferenças em 11 desses genes estão relacionadas a mudanças nesse consumo, que seriam afetados pelos exercícios aeróbicos.
Cerca de 20% das pessoas analisadas apresentaram genes "antifitness", ou seja, não importa a quantidade de exercício que fazem, não há aumento de ingestão de oxigênio, nem queima substancial de calorias, logo esse tipo de exercício não faz a menor diferença na vida dessas pessoas. Por outro lado, 10% tiveram um aumento muito acima da média em sua capacidade respiratória.
Para o grupo dos genes "antifitness", os pesquisadores recomendam exercícios envolvendo pesos, dieta controlada e em alguns casos, remédios de controle de colesterol para manter a saúde do coração intacta. Os resultados do estudo foram publicados no periódico especializado Journal of Applied Physiology.
por Claudio Pucci
16 de fev. de 2010
Tédio intenso pode ser sinal de risco de vida, diz estudo
LONDRES - É possível entediar-se até a morte? Em um comentário que será publicado em abril no International Journal of Epidemiology, especialistas afirmam que é possível que, quanto mais entediado você estiver, maior a sua chance de uma morte prematura.
Annie Britton e Martin Shipley, do University College London, advertem que não é o tédio que mata - mas ele pode ser um sintoma de comportamentos de risco, como bebedeira, tabagismo, consumo de drogas ou da presença de um problema psicológico.
Os pesquisadores analisaram questionários preenchidos entre 1985 e 1988 por mais de 7,5 mil funcionários públicos londrinos com idade entre 33 e 35 anos. Eles responderam se haviam se sentido entediados no trabalho no mês anterior.
Britton e Shipley então rastrearam quantos desses funcionários haviam morrido até abril de 2009. Os que tinham informado sentirem-se muito entediados tinham 2,5 vezes mais chance de terem morrido de problemas cardíacos do que os que não haviam comunicado tédio.
Mas quando os autores fizeram correções estatísticas para levar em conta fatores como atividade física, o efeito reduziu-se.
Outros especialistas afirmam que a pesquisa ainda é preliminar, a ligação entre tédio e aumento do risco cardíaco pode ser real, ainda que indireta.
"Alguém que está entediado pode se sentir menos motivado a comer direito, fazer ginástica e ter um estilo de vida saudável", disse o médico Christopher Cannon, professor da Universidade Harvard.
Ele também disse que se o tédio estiver ligado à depressão, não seria surpreendente se houvesse ligação com o risco de ataques cardíacos; a depressão já é um fator de risco cardíaco conhecido.
13 de fev. de 2010
O que você come depois da ginástica pode fazer a diferença
Muitos dos benefícios à saúde gerados pelos exercícios aeróbicos são devidos à sessão de exercícios mais recente, em vez de resultarem dos benefícios acumulados de semanas, meses e até anos de treinamento físico.
Além disso, a natureza desses benefícios pode ser significativamente afetada pelo alimento ingerido logo após a sessão de exercícios.
A conclusão é de um estudo feito na Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, e que acaba de ser publicado no Journal of Applied Physiology.
Benefícios dos exercícios físicos
"Diferenças no que você come após os exercícios produzem diferentes efeitos sobre o metabolismo do corpo," disse o autor sênior do estudo, Jeffrey F. Horowitz.
Este estudo surge na esteira de vários estudos anteriores que demonstram que muitos benefícios à saúde dos exercícios físicos são transitórios: uma sessão de exercícios produz benefícios para o corpo que se esvaem rapidamente, geralmente dentro de horas ou alguns dias.
"Muitas das melhorias na saúde metabólica associadas com os exercícios físicos fundamentam-se em grande parte na mais recente sessão de exercícios, e não em um aumento do preparo físico per se,", diz o Dr. Horowitz. "Mas os exercícios físicos não ocorrem em um vácuo, e é muito importante olhar tanto para os efeitos dos exercícios, quando para o que você está comendo após o exercício."
Sensibilidade à insulina
Especificamente, o estudo constatou que o exercício melhora a sensibilidade à insulina, particularmente quando as refeições ingeridas após a sessão de exercícios contêm teores relativamente baixos de carboidratos.
Uma maior sensibilidade à insulina significa que é mais fácil para o organismo levar o açúcar do sangue para os tecidos, como os músculos, onde ele pode ser armazenado ou utilizado como combustível.
Uma sensibilidade ruim à insulina (ou seja, "a resistência à insulina") é uma característica do diabetes tipo II, além de ser um importante fator de risco para outras doenças crônicas, como doenças do coração.
Quanto comer após a ginástica
Curiosamente, quando os participantes da pesquisa ingeriram alimentos relativamente pobres em termos de calorias logo após o exercício, isto não melhorou a sensibilidade à insulina mais do que quando comeram calorias suficientes para repor o que gastaram durante o exercício.
Isso sugere que você não precisa passar fome depois do exercício para colher alguns dos importantes benefícios à saúde. Mas, se seu objetivo é queimar calorias, não adianta repô-las todas logo após a ginástica.
Os cientistas agora estão realizando experiências com pessoas obesas, com o objetivo de identificar melhor a quantidade mínima de exercício capaz de melhorar a sensibilidade à insulina, pelo menos até o dia seguinte.
11 de fev. de 2010
Calor excessivo prejudica sono e pode ser amenizado com cuidados especiais
As janelas devem estar em posições para o vento cruzar o ambiente.
Alto verão no Rio de Janeiro: praias cheias, gente bronzeada, todo mundo feliz. Feliz de dia, porque quando chega a hora de dormir. Em janeiro, as noites cariocas ficaram entre 1ºC e 2ºC, mais quentes do que a média histórica. Não foi só no Rio de Janeiro. Em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, a madrugada de quarta-feira registrou 29,6ºC. Isso na hora mais fria do dia.
Com um calorão desses, banho de mar já virou programa noturno. Às 21h, o Arpoador, no Rio de Janeiro está lotado de banhistas. As noites têm sido de praia cheia.
Na visita a uma casa em Bangu, um dos bairros mais quentes do Rio, é possível saber exatamente o que significa uma noite quente neste verão 2010. O engenheiro Leopoldo Bastos, especialista em conforto térmico, identificou os pontos mais quentes da casa.
“O lugar mais quente é o meu quarto”, avisa a pensionista Celene Borges da Silva. A temperatura no quarto era de 33,8ºC. “Essa temperatura é a medida por esse termômetro. Você não está medindo a temperatura radiante que vem através das paredes”, destaca o engenheiro.
No quarto ao lado, outros dois ventiladores também não dão conta do calor. "Com muito calor, eu acordo, levanto, tomo banho, deito. Faço isso praticamente todos os dias. São três, quatro banhos por noite”, calcula o estudante Shermam da Silva.
Difícil pegar no sono
É na temperatura de 34ºC que Sherman se deita. Mas será que ele dorme? Para pegar no sono, a temperatura interna do corpo tem que diminuir.
“O sono é uma fase de relaxamento. Então, todas as atividades do corpo humano reduzem. Agora, em um ambiente muito quente, úmido, o corpo tem dificuldade de entrar nesse relaxamento. Pelo contrário, ele entra numa atividade que a frequência cardíaca, a pulsação, fica acelerada, em uma maneira para preservar a temperatura estável, ele perde mais calor para o meio”, explica o médico Marcos Brioschi.
E a pessoa não dorme. Com uma câmera especial é possível ver o que diz o médico. Quanto mais vermelha a imagem, mais quente. A câmera identifica que a temperatura no travesseiro está 35ºC. No corpo, 37ºC. A avó também pena. Vira, revira e não pega no sono.
A pedido do Fantástico, a médica cubana Olga Fustes, dona de uma clínica em Curitiba, monitorou o sono de uma pessoa saudável em um ambiente com temperatura semelhante à da casa de Dona Celene e Sherman. O computador analisa a atividade cerebral, respiração, batimentos cardíacos, movimentação do corpo.
O que ela descobriu? Um número excessivo de microdespertares, muita agitação e, pior, a ausência total da fase do sono chamada REM, aquela que descansa de verdade.
“Com certeza, isso é provocado pelo calor”, diz a neurologista Olga Hernandez Fustes.
Na casa da vizinha de Dona Celene, alguns graus a menos fazem diferença.
“É muito quente, tem que ter o ventilador de teto, mais um em cima da gente e sem o ar condicionado não dá pra dormir. Tem que dormir com o ar condicionado”, conta a aposentada Lenir Salcier Soares.
Dona Lenir vai para a cama com o ar condicionado ligado. Pouco tempo depois, a cabeça ainda está vermelha na câmera especial. Mas a imagem é bem diferente da de Sherman, que não tem ar condicionado.
“O corpo dela está com uma temperatura normal”, diz o engenheiro Eduardo de Azambuja.
Mesmo sem investir em um ar condicionado, dá para amenizar o calor de uma casa.
“Do lado de fora, o ideal justamente é ter um revestimento de parede claro, porque pedra absorve muita radiação do sol. Um piso mais claro e, de preferência que fosse gramado”, sugere o engenheiro Leopoldo Bastos.
Dicas para refrescar a casa
Uma casa fresquinha deve ter paredes brancas. Se forem pintadas com cal, melhor ainda porque cal reflete mais os raios do sol. Como o ar quente sobe, o pé direito precisa ser alto, para manter o calor bem acima da cabeça. As janelas devem estar em posições para o vento cruzar o ambiente.
O telhado - de preferência com telhas de barro, as mais frescas - deve sombrear as laterais. E ter aberturas para permitir a ventilação.
Um casal está terminando a casa nova. A preocupação é que ela seja arejada: “Uma casa ampla, fresca, bem alta, que tivesse bastante espaço e com muitas janelas”, planeja o ourives Wallace Diniz.
Mas a área do churrasco ficou quente demais. Culpa do telhado. A arquiteta sugere uma cobertura vegetal.
“A ideia é aproveitar esse espaço e fazer uma jardineira na extensão toda com o máximo de profundidade possível. Pelo lado de dentro, coloca cabos de aço esticando dessa parede até a outra. A trepadeira vai sair e se espalhar pelo telhado todo, sem encostar no telhado e protegendo o telhado desse calor intenso”, mostra a arquiteta Alexandra Lichtenberg.
É uma opção mais barata do que os telhados gramados. Eles são frescos, mas a instalação e a manutenção são mais complicadas.
Sem grama nem trepadeira no telhado, muito menos ar condicionado. Fazer o quê? “Levantar, jogar uma aguinha gelada e voltar de novo, tentar dormir”, sugere um carioca. “Um banho frio e deitar molhado.”
7 de fev. de 2010
Conheça o check list para se matricular na academia
Deixar o sedentarismo de lado para começar a ginástica não é tarefa fácil. Entre as dúvidas que assolam quem decide praticar alguma atividade física, a primeira delas, em geral, é como escolher um bom lugar para exercitar-se.
Ao contrário do que muitos pensam, o tamanho da estrutura física do local e a quantidade de aparatos tecnológicos não são elementos essenciais na definição de uma boa academia.
“A tecnologia pode ajudar o aluno a se organizar melhor, a garantir a segurança dele, mas não é primordial. Hoje há uma supervalorização da estrutura em detrimento do serviço”, avalia Marcelo Ferreira Miranda, membro da diretoria do Conselho Federal de Educação Física e dono da academia M3, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.
“Algumas academias colocam a tecnologia no front para vender o produto, mas esquecem da qualidade do serviço”, alerta Fábio Saba, professor e mestre em Educação Física pela Universidade de São Paulo. O que realmente importa para garantir uma malhação segura e eficiente pode não estar assim tão visível aos olhos.
Profissionais competentes
O primeiro ponto a ser observado na hora de escolher a academia são os profissionais, já que eles serão os responsáveis pela avaliação, pelo treino e pela posterior evolução do aluno. Eles devem ser credenciados no Conselho Federal de Educação Física, órgão que regulamenta a profissão e o funcionamento das academias. Do contrário, estarão exercendo ilegalmente a profissão e podem ser processados por isso.
“Antigamente, uma pessoa que fazia musculação por muitos anos, acabava virando professor dessa modalidade. Com a criação do Conselho, a formação superior passou a ser exigida e as normas éticas e de conduta devem ser obedecidas”, relata Marcelo Miranda.
O aluno pode pedir para ver o currículo dos profissionais e avaliar sua formação. Nesse momento, vale perguntar se a academia oferece ou estimula a atualização profissional, aconselha Fábio Saba. Para ele, simpatia e comprometimento, não só dos professores, mas de todos os profissionais que trabalham no estabelecimento, também devem ser considerados.
Além disso, o número de professores disponíveis deve ser condizente com a quantidade de matriculados, de tal forma que o profissional consiga dar atenção individualizada ao aluno nas primeiras sessões e acompanhar se o programa proposto está sendo feito de forma adequada.
“Não existe um número predeterminado, mas quando todos os alunos já estão com treinos prontos, um professor para cada 15 pessoas está bom. Quem está começando deve ter assistência individual. Algumas academias até marcam horário na primeira semana”, afirma Marcelo Miranda.
Infra-estrutura adequada
No momento de avaliar o ambiente, não se deixe levar somente pela beleza do local. O espaço deve ser agradável, mas precisa principalmente estar impecavelmente limpo, além de ter luz e ventilação naturais. “A ventilação é bastante importante, porque está diretamente relacionada com a saúde”, avalia Fábio Saba.
Outra questão importante: a academia precisa ter alvará de funcionamento expedido pela vigilância sanitária, que irá avaliar a existência de um ambulatório médico adequado, o abastecimento com água tratada, o revestimento de materiais com acabamento, o estado de conservação e higiene dos ambientes, a segurança contra incêndio e diversos outros pontos.
No quesito equipamentos, eles têm que ser seguros, facilmente adaptáveis, certificados, passar por manutenção e limpeza constantes, além de estarem disponíveis em número suficiente para atender aos alunos. Segundo Marcelo Miranda, não é possível mensurar uma quantidade de aparelhos, mas é necessário ter uma variedade que permita trabalhar todos os músculos do corpo.
Avaliações
Desconfie se a academia não exigir atestado médico periódico para a prática do exercício ou não fizer uma avaliação inicial minuciosa. É preciso medir o nível de força, o nível de condicionamento físico e a capacidade de cada pessoa. Para Fabio Saba, a academia precisa ter um roteiro e criar uma rotina para o aluno, não só de exercícios, mas também de avaliações constantes, para que o objetivo seja alcançado sem lesões.
Chek-list
As dicas valem tanto para quem quer escolher um lugar, quanto para quem quer avaliar se a sua academia está dentro dos parâmetros. Anote:
:: Toda academia deve exigir a apresentação de um atestado médico regularmente. Se a sua não pediu, desconfie
:: O aluno deve passar por uma avaliação física feita por profissional especializado
:: Uma em cada seis academias em São Paulo é clandestina, portanto, confira no site do Conselho Federal de Educação Física se o local é regulamentado e se os profissionais têm registro
:: Aparelhos de ginástica devem ser seguros, adaptáveis e em número suficiente para atender os alunos
:: Verifique se a academia tem alvará de funcionamento concedido pela Vigilância Sanitária
:: Dê preferência para locais com luz e ventilação naturais
:: Número de professores deve ser adequado ao número de alunos. Preste atenção se as pessoas estão sendo observadas e corrigidas
:: Visite a academia em diferentes horários, principalmente naquele em que você pretende freqüentá-la
:: Não existe uma quantidade certa de aparelhos, mas você deve ser capaz de conseguir exercitar todos os músculos do corpo