18 de dez. de 2010

Férias, o momento de pensar apenas no tempo presente.

Hipocampo é responsável pelo estresse gerado no cumprimento de prazos.
Férias relaxam e ajudam o hipocampo a dar atenção apenas ao trivial.

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Os livros da escola ainda teimam em dizer que o sistema nervoso é o conjunto de órgãos que nos permite detectar estímulos e responder a eles. Fosse apenas isso, não precisaríamos tirar férias: como bactérias, plantas e tantos outros seres desprovidos de cérebro, viveríamos eternamente no presente, docemente ignorantes do nosso futuro. No entanto, temos um cérebro tão capaz que consegue até encontrar problemas onde ainda não há nenhum, preocupando-se com o que provavelmente – mas só provavelmente – está por vir. Lembra do passado, revive agruras e infortúnios, faz o que pode agora para que eles não aconteçam novamente; desenvolve projeções para o futuro, tentando adivinhá-lo, e assim guia nossos passos.

Graças ao cérebro, somos seres dotados de passado e futuro – mas isso tem um preço: a ansiedade, essa capacidade de nos preocuparmos desde já com o que talvez nem chegue a acontecer. A ansiedade é um exemplo de quão cruel conseguimos ser com nós mesmos: nosso hipocampo é capaz de manter uma lista de problemas esperados rondando, ativos na memória, como uma agenda interna do que será preciso fazer eventualmente. Quanto mais ativo o hipocampo, mais alto fala em nossos ouvidos essa agenda interna, que ainda ativa um alarme próprio, implacável: o locus coeruleus, “lugar azul” do cérebro que, ao contrário do que o nome sugere, é responsável por nos deixar tensos, acordados, prontos para a ação – e preocupados com problemas por resolver.

Se por um lado pode ser útil antecipar problemas (porque assim nos preparamos de antemão e temos mais chances de resolvê-los), lidar todo dia com uma longa lista deles – trabalhos a entregar, prazos a cumprir, roupas a lavar, compras a fazer, contas a pagar – pode ser exaustivo. O que fazer nessas horas? Resolver os problemas ajuda, mas em geral fazemos isso só para então descobrir que outros apareceram em seu lugar. A opção, bem-vinda após períodos de grande ansiedade, é decretar, temporariamente, que problemas futuros não existem, ou no mínimo podem ser ignorados com segurança por alguns dias.

A esses preciosos dias de alienação mental damos o nome de... férias. Ah, a doce sensação de viver somente no presente, ainda que por poucos dias! Em férias de verdade, as únicas preocupações que o hipocampo representa para o resto do seu cérebro são imediatas e triviais: onde almoçar, qual praia ou museu visitar, qual das redes da varanda oferecer a melhor combinação de vento e sombra ou que livro ler primeiro. Reconhecer que tiramos férias da nossa capacidade de viver antecipando os problemas do futuro ajuda a planejá-las, ou pelo menos a evitar autossabotagens. Portanto, nada de levar computador para resolver de longe os problemas do escritório; celular deve ser só para ligar para fazer a reserva do restaurante. Avise no trabalho e em casa que você não vai poder atender o telefone. Emergência? SMS existe para isso. E nada de maratonas do tipo “Europa-inteira-em-uma-semana”, pois só serviria para arranjar mais ansiedade.

E se não der para tirar duas boas semanas de férias... Que tal aprender a transformar cada fim de semana em miniférias em casa, no presente, sem preocupações com o trabalho da semana seguinte ou com os prazos a cumprir? Não é tão difícil quanto parece; experimente começar desligando o computador e deixando os e-mails para a segunda-feira. Afinal, você merece – e ainda tem chances de começar a semana revigorado, e até se esmerando ainda mais naquilo que não pôde fazer nas suas miniférias: trabalhar!

17 de dez. de 2010

Fadiga pode desencadear doenças como hipertensão, fobias e gastrite.

Também conhecida como estafa, ela pode ter origem física ou emocional.
Relação dos sintomas e principais tratamentos.

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Desânimo sem explicação aparente, dores no corpo, falta de motivação para continuar aquela atividade de que tanto gosta e uma vontade enorme de ir embora logo após chegar ao trabalho. Se você está com algum desses sintomas, fique de olho, pode ser estafa.

De origem emocional ou física, ela pode atingir crianças e adultos e compromete o desempenho na escola, no trabalho e na relação com as demais pessoas no dia a dia, tornando todas as atividades, antes prazerosas, em obrigações desgastantes e chatas. Por alterar todo o funcionamento do organismo, pode desencadear outras doenças como hipertensão, fobias e ansiedade, problemas cardíacos e gastrite. "Se você ficar acumulando tensões e cansaço, vai virar uma panela de pressão e uma hora ela explode e faz um estrago maior", alerta o fisiologista da Unifesp, Claudio Pavanelli.

"A estafa pode ser física (periférica) ou mental (central) e está muito ligada a rotina que o paciente leva, por isso, antes de prescrever qualquer medicamento, pergunto se ele tem dado conta de todos os afazeres que estão sob sua responsabilidade ou se ele está passando por algum problema afetivo, só assim é possível tratar o problema", explica Claudio.

Treino, caminhada, corre-corre com as crianças e muito cansaço. Mais popularmente conhecida como fadiga, a estafa periférica se caracteriza por dores musculares e cansaço físico ocasionados principalmente pela combinação entre desgaste excessivo (sem respeitar o tempo de recuperação) e pela má alimentação. "Não tem quem suporte esse ritmo frenético, é fadiga na certa", explica o fisiologista. "Nestes casos, o tratamento é uma mudança radical na rotina e na alimentação. Geralmente estas duas ações resolvem o problema", continua. "Se não for tratada, pode desencadear outras doenças como: anemia, prisão de ventre, diarreia e até queda de cabelo", diz Claudio.

Mente e corpo em equilíbrio

A forma mais comum da estafa é a fadiga mental. Caracterizada pela alteração do sistema nervoso central, ocorre em função do excesso de responsabilidades e tensões acumuladas que provocam um desgaste metabólico e mental muito grande. "O cansaço mental é tamanho que o paciente chega a sentir dor física. As pressões psicológicas se refletem no corpo", explica o fisiologista. "Neste caso, a melhor indicação é o relaxamento. É preciso rever a maneira como lidamos com os nossos problemas e frustrações. Às vezes, uma mudança simples de postura pode te livrar de um dano maior a saúde", continua.

"A estafa mental é muito mais grave do que a física porque tende a causar danos psicológicos e físicos. Caso não seja tratada adequadamente pode provocar doenças como: falha de memória, insônia, irritabilidade, desânimo, tristeza profunda e angústia", explica Claudio.

Estresse x estafa

Muita gente confunde, mas estafa e estresse são problemas diferentes. Algumas diferenças ajudam a diferenciar os dois quadros. A fadiga ou estafa é um sintoma do estresse, mas não a a sua causa. No estresse, a intensidade da fadiga é maior e a maneira como nosso organismo reage a estes sintomas é bem diferente. Enquanto a estafa pode ser tratada com mudanças de hábitos ou tratamento médico, o mesmo não ocorre com o estresse, uma espécie de estágio crônico das duas formas de fadiga. "O grau de irritabilidade e da dor sentida no estresse é maior, além disso, o estresse é muito mais mental do que físico, por isso, não adianta usar os mesmos procedimentos. É uma questão de intensidade e durabilidade da fadiga", explica Claudio.

Estafa central ou mental

Sintomas: Falha de memória, Insônia, Irritabilidade e choro com facilidade, Desânimo, Tristeza e angústia, Azia, má-digestão, Palpitação e Diminuição do desejo sexual.

Tratamento: Relaxar é o lema para curar a estafa. "Muitas vezes o tempo que se "perde" indo ao cinema ou em um parque, por exemplo, é um ganho de saúde e bem-estar. Saiba aproveitar os momentos de lazer, Converse sobre os problemas com os amigos ou com um profissional, Cultive o bom humor, Aprenda a relaxar, Não faça várias tarefas ao mesmo tempo, Procure resolver um problema de cada vez, Organize suas prioridades, Não leve preocupações do trabalho para casa.

Estafa periférica ou física

Sintomas: Dores no corpo, Apatia, Baixa resistência imunológica e distensão muscular.

Tratamento: Pratique atividade física com moderação, Respeite o ritmo de seu corpo e procure ter uma alimentação balanceada e saudável.

Doenças causadas tanto pela estafa mental quanto pela física.

- Hipertensão arterial (pressão alta)
- Doenças emocionais (ansiedade, pânico, fobias)
- Doenças gastrointestinais (colite, gastrite e úlcera)
- Doenças do coração (arritmia, angina e infarto)

15 de dez. de 2010

Pulseira de equilibrio, já experimentou?

O que jogadores de futebol, ginastas olímpicos, tenistas, skatistas e atletas de outras modalidades tem em comum?
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Além de dedicar horas para desenvolver as próprias habilidades, provavelmente, você irá identificar que alguns deles estão usando uma pulseira de silicone. Diferente de outras comercializadas até há alguns anos atrás, que serviam de confirmação na aderência em alguma causa nobre, como o combate ao câncer ou a defesa do meio-ambiente. Hoje a nova pulseira da moda, agora denominada Pulseira de Equilibrio oferece algo que muitos atletas, profissionais ou amadores almejam e que interfere na performance.

O teste mais simples e comum para demonstrar os benefícios da Pulseira de Equilibrio é até interessante. Manter-se em pé apoiado por apenas uma das pernas, com os braços estendidos - imitando um avião - uma outra pessoa aplica força em um dos braços. De inicio sem a pulseira depois com ela, fazendo em seguida o comparativo. E a partir dai se tem as primeiras impressões sobre o "equipamento". E geralmente a experiência é positiva.

Holograma e física quântica

Todos os efeitos segundo os fabricantes se deve à tecnologia presente em um holograma fixado na pulseira. As explicações sobre o funcionamento variam entre "freqüências energéticas que alinham o corpo" e o uso da "física quântica". Ambas as afirmações são contestadas por boa parte dos estudiosos da física e por profissionais responsáveis pela fabricação de hologramas com outros fins.

A teoria da física quântica é complexa, mas ajudou a desenvolver diversos produtos que usamos no nosso cotidiano. Ouvir músicas em CDs é uma delas - que esta até ultrapassada. Já os hologramas, que são impressões feitas com laser e reagem a exposição de luz, são utilizados para garantir a fabricação de um produto por uma determinada empresa.

Psicologia, placebo e moda

Dores crônicas diminuem até desaparecer, jogadores de tênis melhoram a performance no saque e corredores aumentam o ritmo em uma prova e não se sentem cansado. Se as respostas sobre a tecnologia aplicada, até então, não justificam os resultados, o que acontece?

O efeito placebo é conhecido por diversos profissionais da área de saúde. Na pesquisa cientifica é usado para atestar os resultados de algum medicamento. Dois comprimidos, um deles com a substância a ser estudada e outro com um material parecido, geralmente farinha, são ministrados e com isso nota-se os resultados. O interessante nesse tipo de teste é que algumas pessoas relatam resultados com o uso da farinha. A isso damos o nome de Efeito Placebo. Nesse caso o paciente acredita tanto na eficácia do remédio que, dentro de limites restritos, a esperança se transforma em bioquímica.

No esporte, é comum ouvirmos sobre números da sorte, peças de roupa intimas que oferecem proteção e outras coisas. Todas tem em comum além de serem superstição o Efeito Placebo. Não é difícil lembrar de filmes sobre esportes, onde no final se descobre que o "liquido mágico" que o ator/esportista havia ingerido para garantir um resultado nada mais era de que água comum.

A "crença na crença" gera resultados em alguns casos. Você acredita tanto que algo esta te ajudando, que em conseqüência adquire mais confiança, mais concentração e qualquer outra coisa que melhora a sua performance. Até se confirmarem resultados científicos, não podemos confirmar ou garantir os resultados diretos das pulseiras.

O interessante é ser rigoroso com as situações e materiais que podem interferir com a segurança, a sua e a do seus familiares. Com a pulseira você esta garantindo, com certeza, apenas duas coisas: Uma peça da moda que pode ser encontrada até mesmo em jóias de metal e couro; a outra coisa é um bom motivo para conversar sobre o seu esporte predileto.

13 de dez. de 2010

Estudo revela que proteína deve ser ingerida logo após exercício.

Proteína muscular aumentou na mesma proporção em jovens e idosos.
Estudo possui limitações, mas abre margem para futuras pesquisas.

Comer proteína após o exercício pode ajudar a fortalecer os músculos, tanto em homens jovens quanto nos mais velhos, sugere um pequeno estudo.

O estudo analisou 48 homens --metade na faixa dos 20 anos e a outra metade na faixa dos 70-- e constatou que, em ambos os grupos, o consumo de uma bebida de proteína após o exercício levou ao aumento maior da proteína muscular, em comparação à ingestão da bebida depois de um período de descanso.

Além disso, a proteína muscular aumentou na mesma proporção em jovens e idosos, informaram os pesquisadores no "American Journal of Clinical Nutrition".

A pesquisa sugere que, ao contrário do que se pensava, a idade avançada não prejudica a forma como o corpo digere e absorve a proteína dos alimentos, segundo os pesquisadores liderados por Luc JC van Loon da University Medical Center de Maastricht, na Holanda.

O estudo tem uma série de limitações. Além do pequeno tamanho, ele não analisou as alterações da massa muscular ao longo do tempo, apenas as mudanças a curto prazo das proteínas das fibras musculares após a ingestão da bebida. Por isso, não está claro quais tipos de ganhos os adultos mais velhos ou mais jovens possam ter por ingerir proteína pós-treino.

Ainda assim, os resultados sugerem que se exercitar antes do consumo de proteínas pode ajudar o corpo a reservar esses nutrientes para uma maior utilização de fortalecimento muscular, segundo a equipe de van Loon.

E para os adultos mais velhos, o exercício deve "claramente" ser considerado uma forma de impulsionar o acúmulo da proteína muscular em resposta ao alimento --e, por extensão, favorecer um envelhecimento saudável.

O estudo incluiu 24 homens idosos, com idade média de 74 anos, e 24 jovens, com idade média de 21 anos. Nenhum deles praticava exercícios regularmente.

Os pesquisadores escolheram aleatoriamente os homens em dois grupos: em um, os homens descansavam por 90 minutos. Em seguida, faziam exercícios por 30 minutos --pedalando uma bicicleta ergométrica e realizando exercícios leves de fortalecimento. No outro grupo, os homens passaram os 30 minutos adicionais relaxando.

Depois, os homens de ambos os grupos ingeriram uma bebida que continha 20 gramas de proteína e, em seguida, tiveram os níveis de aminoácido no sangue medidos repetidamente. Os pesquisadores também tiraram uma pequena amostra de tecido do músculo da coxa de cada homem, mesmo antes da bebida de proteína, e 6 horas depois, para medir as mudanças na quantidade de proteínas no músculo.

Em geral, van Loon e seus colegas descobriram que a proteína muscular aumentou em maior medida no grupo que se exercitou, e tanto os mais velhos quanto os mais jovens mostraram benefícios similares.

É bem sabido que a massa muscular tende a diminuir com a idade, e alguns pesquisadores propuseram que uma razão pode ser que, em pessoas mais velhas, a produção de proteína muscular pelo corpo responde de forma menos eficiente à proteína do alimento, e também para o exercício.

No entanto, os resultados atuais sugerem que esse pode não ser o caso.

"Abordagens alimentares são necessários para prevenir e atenuar as perdas de massa muscular relacionadas à idade", disse Van Loon.

Com base nestes resultados, ele conclui que é possível que ingerir proteínas após o exercício permite uma maior utilização da proteína derivada de alimentos para a construção muscular, tanto em jovens quanto em velhos.

10 de dez. de 2010

Novo ideal masculino exige "barriga tanquinho" mas proíbe excesso de músculos.

Novo padrão estético tem ligação com o conceito de bem estar.
Modalidades de exercícios se adaptam à procura do público masculino.


http://www.educacaofisica.com.br/destaques/home/imagens/0912_24.jpgAlvos de olhares femininos como Cauã Reymond, Rodrigo Santoro e Cristiano Ronaldo estão na mira dos machos. É que eles têm o "corpo do momento".

Agora, o bom é ser sarado, porém, sem exageros. Às vésperas do verão, e em meio à louca busca da "forma ideal", homens passam a habitar um território que já foi quase exclusivo do mulherio.

Eles têm frequentado aulas que antes só faziam a cabeça delas, como pilates e ginástica localizada. Ganha força o treino funcional. São tempos de menos halteres, mais bolas e elásticos.

"Essa nova tendência dá força e trabalha com o conceito do bem-estar. É um corpo masculino mais saudável", afirma o médico Cláudio Silva, ex-presidente da Acad (Associação Brasileira de Academias).

"Não se pensa só no músculo, mas também no coração e nas articulações. Há preocupação com redução do percentual de gordura, o que se traduz em um corpo definido, não tão volumoso."

Nada de gigante

Está mesmo em baixa, no mundinho das academias, o "shape" megamusculoso, conquistado à base de malhação pesada, suplementos e, em alguns casos, anabolizantes (hormônios sintéticos que ajudam os músculos a crescer mais rápido). Até "pit-boys" ( como ficaram conhecidos os lutadores de jiu-jítsu) estão buscando um físico mais esguio.

Hoje, quando um homem chega na academia, raramente pede séries de hipertrofia (para crescimento excessivo da massa muscular), segundo Saturno de Souza, diretor técnico da rede de academias Bio Ritmo.

Souza prevê o fim do troglodita na sala de musculação. "Ficar gigante já está ultrapassado. Os homens buscam o perfil que está na passarela da moda, um visual mais andrógino."

A verdade é que nunca se cogitou homem marombado no mundo da moda, afirma Anderson Baumgartner, diretor da agência Way Model. "O músculo não pode marcar a roupa." Quando um jovem em começo de carreira lhe pede um conselho, Baumgartner o incentiva a malhar. Entretanto, deixa bem claro: é para ficar magro.

Exercício "De mulher"

Esse corpo masculino da vez foi o destaque da edição de novembro da "Details", revista norte-americana queridinha entre gays e metrossexuais. A revista destaca que muitos homens estão "aprendendo a apreciar os exercícios de alongamento e tonificação que as mulheres vêm utilizando há anos para esculpir seus corpos".

Nessa pegada, o empresário Agnaldo Vecchi, 45, radicalizou. Há seis meses, abriu mão do levantamento de pesos e passou a manter a forma apenas com ioga e pilates --algo inconcebível para adeptos dos urros na hora de suportar aquela supercarga no supino.

"Estou muito satisfeito. Hoje tenho um abdômen mais rígido do que quando fazia musculação", diz.

Para obter o físico dos modelos de publicidade de cuecas, o pilates é a bola da vez.

Tomas Truzzi, 27, que trabalha no mercado financeiro, praticava musculação. Ficou muito repetitivo. Há três anos, inseriu pilates em sua programação de atividades físicas na Cia Athletica.

"Precisava mudar o estímulo e vi que o pilates era uma forma de manter uma boa postura. Mas a maior contribuição é o conhecimento do corpo", diz ele, que também ganhou flexibilidade. "Você consegue isolar o músculo melhor, o que ajuda a não roubar na hora de levantar peso."

Força e resistência

O instrutor norte-americano Tim Fleisher, da rede Pilates StudioFit, é especialista em público masculino. Ele sabe que, para não perder seus alunos, precisa se aproximar deles de uma forma diferente. Os exercícios devem focar mais os membros superiores e têm que desafiar a força e resistência muscular.

"O pilates pode até mesmo ajudar os caras grandes, porque mexe com músculos menores, que geralmente não são trabalhados durante a malhação", explica Fleisher.

Porém, é necessário sensibilidade para manter grandalhões no estúdio. Algumas palavras são proibidas, diz o o instrutor. "Assoalho pélvico", por exemplo, é termo tabu para eles. O exercício de flexão lateral de coluna chamado "sereia" ganha o nome de "escavadeira", na versão testosterona do pilates.

Barriga de gestante

"O pilates presta atenção a detalhes e evita abdômen de grávida", alardeia Fleisher, referindo-se a homens que ficam com a barriga projetada por excesso de músculos.

Na prática, o foco principal são os músculos laterais do abdômen, responsáveis por garantir o tanquinho dos sonhos: seis "gomos" bem definidos e barriga chapada.

Aos poucos, os homens deixam o preconceito de lado e encaram aulas femininas.

Por exemplo o economista Mário Gardano, 55, que trocou musculação por ginástica localizada, e comemora os resultados, apesar das piadas de colegas. "A aula é muito mais dinâmica. Estou muito mais definido do que quando fazia musculação."

Já o caminho do funcionário público Rafael Cavalcante, 27, foi inverso. Da ginástica foi parar na musculação. Começou na academia há três anos com o foco em exercício aeróbico para emagrecer --perdeu 15 quilos.

Rafael pegou gosto e hoje faz, entre outras coisas, "jump", aula em que o praticante salta em cama elástica. "No início, era desengonçado. Agora, sigo a coreografia. Sou quase um expert."

Ele faz musculação, mas rechaça o visual marombeiro, mesmo malhando cinco vezes por semana. "Não quero andar de asa aberta, perder a elegância", diz, referindo-se aos musculosos que caminham de braços abertos por causa do tórax inchado. E segue a luta infinita pelo corpo da vez.

7 de dez. de 2010

Olhos revelam efeito da poluição no coração, diz estudo.

Altos níveis de poluição reflete na constrição das artérias da retina.
Falta de qualidade do ar e tempo de exposição envelhece os microvasos.

Fotos digitais de microartérias do fundo do olho permitem observar diretamente como vasos sanguíneos que irrigam o coração se contraem sob os efeitos da poluição do ar, segundo estudo publicado nesta terça-feira.

Este trabalho permite revelar que pessoas com boa saúde expostas a altos níveis de poluição sofrem uma constrição das artérias da retina, sinal de um risco mais elevado a desenvolver doenças cardiovasculares, explicaram os autores deste estudo divulgado na PloS Medicine, publicação na internet da Biblioteca Pública de Ciência dos Estados Unidos. Trabalhos anteriores já haviam estabelecido um vínculo entre a poluição do ar e as doenças cardíacas.

Mas este último estudo, feito com 4.607 participantes entre pessoas de 45 a 84 anos durante dois anos, é aparentemente o primeiro a examinar os efeitos da poluição nos vasos pequenos, chamados microvasos, dos humanos, segundo Sara Adar, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Michigan (norte), uma das co-autoras da pesquisa.

Em pouco tempo

Durante um período de dois anos, os cientistas mediram os níveis de partículas finas em suspensão no ar nas pessoas que participaram do estudo antes de fazer exame de fundo de olho para avaliar a exposição à contaminação a curto prazo.

Nenhum dos participantes tinha antecedentes de problemas cardíacos. O estudo mostra que quem esteve exposto durante curtos períodos ao ar pouco contaminado tinha microvasos sanguíneos equivalentes aos de uma pessoa três anos mais velha.

Mas as pessoas expostas a um ar fortemente contaminado durante períodos prolongados tinham microvasos de alguém sete anos mais velho, o que se traduz em "um crescimento de 3% das doenças cardíacas em quem vive em áreas menos contaminadas", disseram os autores.

6 de dez. de 2010

Academias inovam com funcional, dança e circo para o Verão 2011.

Conheça as novidades que serão os assuntos dos seus alunos.
Aulas privilegiam a corrida, o treinamento funcional e a dança.

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Pensando na temporada de verão, as academias não poupam em criatividade. Apostam em novas modalidades ou dão um jeito de atualizar as campeãs de audiência.

Nas piscinas, por exemplo, é possível fazer até aula de surfe. Já nas aulas de aeróbica, entre os hits do momento estão temas de musicais da Broadway e a energética mistura de ritmos latinos (funk, street, dance, techno, hip-hop e jazz). Novos equipamentos também estão entre as novidades – destaque para o gymstick, cujo objetivo é o fortalecimento e a tonificação de todos os grupos musculares.

Com o interesse crescente pelas corridas de rua, as academias também oferecem opções indoor e outdoor para aqueles que querem melhorar o condicionamento físico e buscam aperfeiçoar a técnica na modalidade. Confira a seleção de opções que o Delas separou para quem adora uma novidade.

FUNCIONAIS

Jukari Fit to Fly: sucesso em países como Estados Unidos e China, a modalidade criada pela equipe do Cirque Du Soleil chega ao Brasil com exclusividade na academia Reebok Sports Club, em São Paulo. A aula tem 45 minutos de duração (com gasto energético em torno de 400 calorias), comporta até 11 alunos por sessão e é ministrada por professoras treinadas no Exterior. Trapézios presos ao teto permitem movimentos que trazem a gostosa sensação de vôo, enquanto fortalecem e alongam o corpo. O treino, que mistura condicionamento cardiovascular e muscular, utiliza os fundamentos do treinamento funcional, a mais nova tendência em fitness. Foi desenvolvida também uma versão para atender ao público masculino, priorizando o trabalho de força.

Cia Funcional: o treinamento funcional suspenso, que utiliza o equipamento oficial TRX, é a aposta da Cia Athletica – rede com unidades em São Paulo, São José dos Campos, Ribeirão Preto, Campinas, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Brasília, Belém e Manaus. Consiste em alças com manoplas, fixadas ao teto, que mantêm o corpo “pendurado” e controlado pela força do próprio praticante. A aula é feita em grupo e tem foco no condicionamento físico, na definição muscular e no aprimoramento do equilíbrio e da postura. Uma aula de 45 minutos queima entre 450 e 600 calorias.

Gymstick: exclusividade da academia Runner, em São Paulo, o treinamento com o gymstick (um aparelho que une elástico e barra) foi desenvolvido na Finlândia e tem foco no fortalecimento e na tonificação de todos os grupos musculares. A modalidade pode ser praticada por pessoas de todas as idades e níveis de condicionamento e também é aliada de pacientes em recuperação de lesões ou cirurgias. Com mais de 350 exercícios catalogados, promete fortalecimento do abdômen e diminuição da gordura corporal, entre outros benefícios. Os treinos têm duração de até 60 minutos e com perda calórica de até 700 calorias por aula.

DANÇA

Broadway, Clip e Belly Dance: a Fórmula Academia, de São Paulo, aposta na dança e lança três novas aulas. A Broadway Dance leva o mundo dos musicais de Nova York para dentro da academia, em 60 minutos de malhação no clima de espetáculos como Cat’s, Les Misérables, Chicago e Cabaret. Já a Clip Dance é dedicada aos videoclipes que fazem sucesso na internet e o aluno pode incorporar estrelas como Beyoncé, Lady Gaga ou relembrar Patrick Swayze e Jennifer Grey no filme clássico dos anos 90 Dirty Dacing. Por fim, a sedutora dança do ventre aparece em movimentos graciosos e suaves na Belly Dance. Como exercícios aeróbicos, as três modalidades trazem benefícios para o sistema cardiovascular, além de aumentar resistência física, flexibilidade, coordenação motora e melhorar a auto-estima.

Dance Mix: em ritmo de balada, a aula da Academia Fórum Exere Fitness, do Rio de Janeiro, alia passos de dança a exercícios que fortalecem abdômen e região dorsal. Com duração de uma hora, trabalha coordenação motora, equilíbrio, condicionamento e resistência muscular, além de queimar de 350 a 400 calorias.

Hopping: oferecida pela Cia Athletica, a modalidade foi criada a partir do calçado suíço Kangoo Jumps, que tem sistema exclusivo para absorver até 80% do impacto em atividades físicas. Trata-se de uma aula cardiovascular que combina movimentos coreografados de aeróbica e corrida. Promove rápida queima de gordura (até 800 calorias em 45 minutos de atividade), melhora o sistema cardiovascular, gera ganho de massa óssea e muscular.

Sh´Bam: febre na Europa, a aula de dança que mescla vários ritmos (funk, street, dance, techno, hip-hop e jazz) acaba de desembarcar no Brasil. São passos simples e precoreografados, que não exigem nenhuma habilidade especial do praticante. As músicas remetem ao clima de uma balada e o aluno queima calorias dançando (cerca de 300 em 45 minutos). O programa da Les Mills Internacional foi trazido pela Body Systems Latin America e é oferecido pela Bio Ritmo Academia – com unidades em São Paulo, Limeira, Piracicaba, Santo André e Belém.

CORRIDA E CAMINHADA

Running Mix: aula diferente e divertida criada pela Body Planet Fitness, do Rio de Janeiro, para melhorar o condicionamento físico. A modalidade propõe corrida na esteira intercalada com exercícios funcionais. Cada aula dura cerca de 50 minutos, alternando quatro minutos de corrida com quatro minutos de exercícios, feitos em cinco estações, totalizando seis séries. Com isso, toda a musculatura é exigida.

Praia Velox: nada mais com cara de verão do que praia. E pensando nisso, a Academia Velox Fitness, no Rio de Janeiro, levou seus alunos para atividades ao ar livre, nas areias de Ipanema ou na orla da Lagoa Rodrigo de Freitas. O Praia Velox engloba atividades de running outdoor (areia e asfalto), vôlei de praia e treinamento funcional na areia. As atividades trabalham condicionamento, resistência, força e flexibilidade, em clima descontraído e motivador.

Quality Walk: uma das novidades da academia Competition, em São Paulo, é a aula de caminhada nas esteiras, para quem deseja iniciar uma atividade física ou melhorar o condicionamento. De maneira simples e prazerosa, é possível realizar este exercício aeróbico com intensidade variada, respeitando os limites individuais, já que as turmas reúnem pessoas de todas as idades.

NA ÁGUA

Condicionamento Surfe e Water Cycle: modalidades perfeitas para o verão. A primeira trabalha condicionamento específico para o surfe, em uma aula de 60 minutos que inclui treinamento de remadas em prancha, apnéias e exercícios abdominais. Já a Water Cycle é uma hidroginástica realizada em bicicleta especialmente desenvolvida para a piscina. Melhora o condicionamento físico e tem alto gasto calórico (até 700 calorias por aula). Ambas são oferecidas pela Reebok Sports Club, em São Paulo.

ZEN

Bioginástica: a aula, que combina os movimentos dos animais com fundamentos de esportes, é a atração da temporada no estúdio YogaFlow, em São Paulo. A técnica – que reúne referências do kempô, movimento dos animais, tai chi, expressão corporal, jiu-jítsu e ioga – trabalha força, flexibilidade, resistência e coordenação neuromuscular de maneira lúdica, em 1h15 de movimentos.

4 de dez. de 2010

Madonna lança academia no México, a primeira de uma rede.

2.787 metros quadrados com aulas de ginástica e dança.
"Forte ligação" com o México colocou o país como primeira opção.

Madonna lançou sua nova rede de academias "Hard Candy Fitness" na Cidade do México, na segunda-feira, inaugurando o espaço enorme de 2.787 metros quadrados. Direcionado ao consumidor de alta renda a academia contará com aulas de dança e ginástica inspiradas nas sessões de malhação da cantora. A aula inaugural, aliás, contou com a popstar como professora de luxo para um grupo seleto de alunos escolhidos a dedo por sua equipe.

Por que Madonna escolheu uma metrópole de cerca de 20 milhões de habitantes que enfrenta a criminalidade, a poluição e engarrafamentos intermináveis para lançar um empreendimento esportivo internacional que pode acabar incluindo academias no Brasil, Argentina e Rússia? "Tenho uma história com o México", disse ela à Reuters. "Sempre senti uma ligação com este país, devido ao interesse que tenho por Frida Kahlo", afirmou, aludindo a uma das pintoras mais conhecidas do século 20. Centenas de fãs, incluindo garotos trajando camisetas que diziam "os mexicanos fazem melhor" e drag queens, fizeram fila diante da academia numa tentativa infrutífera de vislumbrar a cantora, que chegou sob forte esquema de segurança. Entre os convidados à inauguração da academia estavam o prefeito da Cidade do México, Marcelo Ebrard, e Carlos Slim Domit, filho do homem mais rico do mundo, Carlos Slim.

Em entrevista sobre o novo empreendimento, a cantora contou que se prepara para mais um ano agitado em 2011, que vai incluir um novo filme e um álbum na sequência do bem-sucedido "Hard Candy". Indagada se vai buscar novas colaborações, com fez com astros como Justin Timberlake, ela disse apenas que está trabalhando com outros artistas.

Assista abaixo um video de apresentação da academia ou acesse http://bit.ly/MadonnaEF

30 de nov. de 2010

Computador à noite piora qualidade do sono.

Luz próxima da retina interfere nos ciclos sono-vigília.
Exercícios não garantem qualidade de sono aos universitários.

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Estudo afirma que a luz emitida interfere nos ciclos sono-vigília e os exercícios físicos não garantem a qualidade do sono

Um estudo realizado na Unicamp comprovou que mais de 60% dos estudantes universitários dormem mal.

E a causa principal é o uso do computador à noite - dependendo do horário, o índice de uso do computador no período noturno ultrapassa a marca de 70%.

O estudo, realizado pela psicóloga Gema Galgani Mesquita Duarte e orientado pelo professor Rubens Nelson do Amaral de Assis Reimão, foi publicado na revista Arquivos de Neuropsiquiatria.

Além de observar que os jovens estão dormindo mal à noite por causa do uso do computador, a pesquisa trouxe à tona outros dados, como a influência do tabaco nos distúrbios do sono e a não-interferência de atividades físicas na melhora de sua qualidade.

Sono entre estudantes

O interesse em pesquisar a percepção do sono entre adultos jovens que ingressam na universidade surgiu a partir de um estudo anterior, no qual a pesquisadora investigou os padrões do sono relacionados à utilização do computador entre adolescentes que frequentavam o ensino médio.

Para dar continuidade ao estudo, Gema aplicou um questionário para mais de 1.400 estudantes universitários da Universidade Federal de Alfenas, em Minas Gerais.

O questionário incluía perguntas sobre o tipo de alimentação (sanduíches, frutas, legumes, carnes e derivados do leite), exercícios físicos, consumo de bebida alcoólica, tabagismo e a saída para festas e eventos noturnos.

E, ainda, sobre a utilização de computadores e da televisão durante as noites, cochilos durante os dias e se as preocupações afetivas e financeiras influenciavam.

Para avaliar a qualidade do sono foi utilizado o Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (IQSP), composto por 19 itens autoavaliativos. São considerados bons dormidores aqueles que obtiveram uma pontuação menor que cinco e maus dormidores, maior que cinco.

"Este índice indica a duração e a latência do sono, a sonolência diurna e os distúrbios. Eu esperava que o álcool e a balada fossem determinantes para o aumento de maus dormidores, mas foram o computador e o tabaco que mais alteraram o sono dos universitários", disse Gema.

Qualidade do sono

Cientistas e pesquisadores acreditam que a boa qualidade do sono seja imprescindível para a manutenção de uma vida saudável.

Segundo estudos internacionais utilizados pela pesquisadora para balizar o trabalho, o sono, além ser importante para restauração da energia física, participa das atividades mentais e emocionais.

Dormir mal pode repercutir nas atividades do aprendizado dentro e fora do ambiente escolar.

Esses mesmos estudos demonstram que a falta de sono ou sua má qualidade estão relacionadas com a diminuição da motivação e da concentração, déficits de memória, sonolência diurna e alterações de humor. Por outro lado, o sono de boa qualidade é apontado como fator-chave para o desempenho acadêmico.

O bom sono depende de regularidade dos horários de se deitar e de se levantar, da preservação do tempo de sono, de acordo com a faixa etária e livre dos distúrbios. Dentre os distúrbios do sono, estão as latências do sono aumentadas, acordar no meio da noite, o ronco, os pesadelos e as dores musculares. A qualidade do sono depende, ainda, da necessidade diária, a qual varia de indivíduo para indivíduo e de acordo com a idade.

Necessidades de sono

De acordo com a literatura médica mundial, há uma variabilidade individual da necessidade do sono.

Normalmente, um adulto jovem na faixa etária entre 17 e 25 anos precisa de sete a oito horas e meia de sono por noite. Há pessoas, entretanto, que com apenas cinco horas se sentem satisfeitas e restauradas para as atividades diárias.

Entretanto, alerta a pesquisadora, é importante que o período de dormir seja à noite, pois a fisiologia do sono depende do relógio biológico que, por sua vez, está sincronizado com o dia e a noite, isto é, o claro e o escuro - determinados pela rotação da Terra.

O hormônio do sono, a melatonina, é metabolizado durante a noite.

Quando analisada a utilização da televisão e do computador, observa-se que estes se assemelham na intensidade da emissão da luz, mas o modo de uso é diferente.

Diante do aparelho de televisão o telespectador se coloca, na maioria das vezes, confortavelmente sentado ou deitado, controlando os canais pelo controle remoto a uma distância de aproximadamente 3 metros da tela.

Diante do monitor do computador, o internauta fica a uma distância de 50 a 60 centímetros da tela e sua interação é muito mais ativa, tanto física como mentalmente.

No caso do computador, a luz emitida pelo aparelho fica muito próxima da retina. As células da retina, ao receberem estímulo luminoso, enviam uma mensagem elétrica que alcança o hipotálamo; este, além de comandar as glândulas do organismo, possui um pequeno núcleo onde se localiza o relógio biológico, essencial à manutenção dos ritmos e dos ciclos sono-vigília.

A intensidade, a variação e o horário das luzes emitidas pelos aparelhos incidindo sobre a retina desregulam no organismo a liberação normal de melatonina, o hormônio responsável pelo sono e, consequentemente, alteram sua qualidade.

"Quando você fica na frente do computador exposto à luz do monitor até a meia-noite, há atraso no ciclo vigília-sono. As pessoas vão demorar para dormir, e a metabolização do hormônio do sono será mais lenta. Quando essa exposição acontece depois da meia-noite, há um adiantamento dessa fase e as pessoas vão ficar mais sonolentas. O ideal, para que uma pessoa durma bem e tenha qualidade do sono, é que ela durma à noite e evite a claridade", explicou Gema.

Computador e sono

O fato de acessar o computador durante as noites nos dias da semana aumentou as proporções de maus dormidores.

De acordo com o estudo, 58,06% dormem mal e acessam o computador entre 19 e 21 horas; 71,43% têm problemas com o sono e usam o equipamento entre 19 e 22 horas; 73,33% apresentam incômodos e fazem uso do computador entre 19 e 24 horas; 52,38% dormem mal e utilizam o aparelho das 19 horas até de madrugada.

Entre os internautas de finais de semana, 36,45% acessam o computador e dormem bem, enquanto 63,55% usam a internet e dormem mal.

Em relação aos horários de assistir TV, os grupos não diferenciaram entre si na classificação do sono.

Outra questão apontada pelo estudo foi que 83,4% das mulheres pesquisadas têm mais chance de dormir mal quando utilizam o computador entre o horário das 19 às 24 horas. Já com relação aos homens, este índice ficou em 47,7%, de acordo com a pesquisa.

Álcool, cigarro e baladas

Para os resultados do consumo de álcool relacionados à classificação do sono, o estudo demonstrou que 58,33% não consomem álcool e 61,28% bebem e dormem mal.

Com relação ao tabaco, os dados demonstraram que 59,76% dos não-fumantes e 70,59% dos fumantes têm problemas com o sono.

"Entretanto, se analisarmos o uso do tabaco com o uso do computador, o tabaco apresentou um índice de 4,7% menor se comparado ao impacto da utilização do equipamento que, de acordo com a pesquisa, foi de 51,1%", disse Gema.

Na variável "frequentar baladas noturnas", os grupos não apresentaram diferenças significativas entre si em relação aos bons e maus dormidores.

Exercícios físicos e sono

Nos resultados da prática dos "exercícios físicos" foi observado que 60,59% dos que não praticam atividades físicas e 59,94% dos que se exercitam dormem mal. Entre os universitários que praticam atividade física e acessam o computador à noite nos horários das 19 às 24 horas, o estudo mostrou índices significativos para o aumento de maus dormidores.

"Eu imaginava que os universitários que praticavam atividade física dormissem bem, mas na minha amostragem não foi isso que vi. Dos 374 universitários que praticam atividades físicas, 147 acessam o computador à noite e dormem mal. Que a atividade física diminui o distúrbio do sono é verdade, mas que contribui para aumentar o número de bons dormidores, isso não", observou a pesquisadora, surpresa com os dados. "Porque, em nossa pesquisa, vimos que os jovens que praticam exercícios físicos alimentam-se mal, consomem bebidas alcoólicas, vão para baladas e ainda utilizam-se do computador no período da noite. Mas foi o uso do equipamento à noite o que mais piorou a qualidade do sono dos universitários que praticam exercícios físicos".

Segundo Gema, o horário da prática de atividade física pode, ainda, piorar o sono. Há um estudo internacional que faz uma associação entre praticantes de atividade física e consumo de cafeína. Segundo o estudo, o tempo de sono profundo foi menor para quem usa cafeína. "Fiz outras associações e observamos que somente o fato de praticar exercícios físicos não é suficiente para melhorar a qualidade do sono. Minha hipótese é de que quem faz exercício físico tem que ter hábito salutar para cooperar com um bom sono", comentou.

Mas Gema sabe que pedir para um jovem ou um universitário parar ou diminuir o uso do computador à noite é quase uma utopia. Mãe de três filhos, que no início da pesquisa eram adolescentes e hoje já cursam a universidade e utilizam o computador dia e noite, ela afirma que o que era uma "voz solitária gritando no deserto" e preocupação de mãe virou comprovação acadêmica e científica.

Geração Y

"Meus filhos fazem parte da geração Y, que nasceu utilizando a tecnologia, principalmente o computador. Eles são estimulados a usá-lo. Quando chegam em casa, a primeira coisa que fazem é abrir email, Orkut ou Messenger. Combinam de ir para a balada pelo computador; ao voltarem, muitas vezes de madrugada, acessam a internet para comentar o que aconteceu na balada. É uma necessidade de comunicação. Trata-se de um estilo de vida que está alterando comportamentos, prejudicando a saúde dos jovens, podendo acarretar, inclusive, sobrepeso, porque a utilização do computador está diminuindo o tempo de sono desta geração", alertou a pesquisadora.

Esta é outra questão apontada pela pesquisadora - a relação sono e obesidade. Segundo Gema, estudos internacionais demonstram que a diminuição do tempo do sono está relacionada com o aumento do sobrepeso da população, com o aumento da diabetes II, com problemas gastrointestinais, entre outros.

Isto acontece, segundo esses estudos, porque ao dormir o organismo produz um outro tipo de hormônio, chamado de peptina, que regula a sensação de fome. O sono equilibra todas as reações bioquímicas do organismo, mantendo o bom funcionamento das células do corpo, dos órgãos e sistemas endócrinos. A falta de uma boa qualidade do sono parece ter um impacto nos condutores fisiológicos do balanço energético, nomeadamente no apetite e no gasto energético.

"É por isso que algumas pessoas acordam no meio da noite e vão comer. Sabe-se, também, que as pessoas que dormem menos, vivem menos. Há estudos internacionais que mostram que dormir pouco aumenta o risco dos transtornos psiquiátricos e emocionais. Dormir bem é fundamental à saúde. O computador é um excelente meio de comunicação, mas temos que investigar o que ele está causando na humanidade. Tudo isto eu comento na pesquisa", disse.

Geração do isolamento

Na opinião de Gema, mais do que levantar hipóteses, a pesquisa mostra que está diminuindo o tempo de sono dos jovens e isto pode acarretar sérios problemas de saúde.

"Você pode passar 12 horas na cama, mas se o sono for interrompido e não tiver qualidade, não será reparador e além do mais não se repõem as horas de sono perdidas", disse.

Para o futuro, a pesquisadora faz um prognóstico, definido por uma palavra: isolamento.

As pessoas vão se comunicar dentro de casa pelo computador, cada uma em seu quarto.

Será uma nova forma de comportamento. "Há uma pesquisa em andamento que estou orientando que avalia quão real é a emoção do internauta pela tela do computador. A raiva ou o amor que ele sente atrás de um monitor de computador é igual ao que ele sente e demonstra pessoalmente? Estamos investigando", comentou Gema.

28 de nov. de 2010

Paranoia de limpeza pode abrir espaço para superbactérias.Paranoia de limpeza pode abrir espaço para superbactérias

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A maioria das bactérias não faz mal a ninguém. Mesmo assim, todos os dias, zilhões de germes inocentes são exterminados por um arsenal cada vez maior e mais complexo de desinfetantes e sabonetes antissépticos.

Essa matança injusta e indiscriminada de micro-organismos é desnecessária e pode fazer mal à saúde. "Com a morte de bactérias neutras, sobra mais espaço para nocivas", diz a médica Flávia Rossi, diretora do laboratório de microbiologia do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Além de ocupar espaço e comer células mortas, bactérias neutras desempenham várias funções no organismo. Ajudam na síntese de vitaminas e no funcionamento do intestino, por exemplo.

O biólogo Marcos André Vannier-Santos vai além e diz que, sem os parasitas, os homens não seriam os mesmos. "Temos vários genes e enzimas de origem bacteriana. A coagulação sanguínea acontece graças a bactérias. A placenta foi formada a partir de um vírus", diz ele, que é pesquisador do laboratório de biomorfologia parasitária da Fundação Oswaldo Cruz.

É claro que muitos parasitas são nocivos e que os cuidados básicos com higiene são fundamentais, mas nada justifica uma certa paranoia desinfetante que está tomando ares de epidemia, a julgar pela quantidade de produtos "superpoderosos" que chegam ao mercado.

"Não é necessário ter em casa todos os cuidados que temos no ambiente hospitalar. Não precisa desinfetar todos os lugares. Água e sabão comum são suficientes", diz Stefan Cunha Ujvari, médico infectologista, autor do livro "Perigos Ocultos nas Paisagens Brasileiras _Como Evitar Doenças Infecciosas" (Senac/SP, 232 págs., R$ 45).

A professora de português Priscila Blazko, 34, é uma das adeptas dos produtos que matam 99% dos germes. "Leio os rótulos e compro aquele que mata mais", diz.

Quando seus dois filhos brincam na areia, Priscila exige que tirem a roupa antes de entrar em casa. "Eu sei, às vezes exagero."

Não só ela. Estamos todos sob influência da "cultura da higiene", na visão da antropóloga Sônia Weidner Maluf, professora da Universidade Federal de Santa Catarina.

"A ideia do que é limpo e do que é sujo é construída socialmente. Na nossa cultura, tudo que não é esterilizado é sujo e causa doença."

Isso é incentivado, segundo ela, pelo medo coletivo. "As situações de risco são ampliadas pela publicidade, e as pessoas ficam com a ideia de que podem se contaminar a qualquer momento."

MANIA DE LIMPEZA

Em excesso, a limpeza pode virar doença. Medo de contaminação é um dos transtornos obsessivo-compulsivos mais comuns, segundo a psiquiatra Roseli Shavitt, coordenadora do Protoc, grupo ligado ao Hospital das Clínicas de SP.

"A limpeza se torna um ritual obrigatório, que perturba a pessoa e impede que ela faça outras atividades."

A dona de casa Marina Carpi, 53, sempre foi perfeccionista e gostou de tudo muito limpinho. Até que a mania passou a incomodar.

"Toda vez que saía de casa tinha que trocar de roupa porque achava que eu estava suja. Tomava vários banhos por dia para me sentir limpa", diz ela, que fez terapia por três anos. Hoje, se considera bem melhor.

Além de ser um sintoma de um transtorno, lavar várias vezes as mãos e tomar vários banhos não faz bem à pele.

"Nossa pele tem uma barreira sebácea natural. Se a agredirmos, podemos causar infecções", diz a dermatologista Luciana Conrado.

Um banho de cinco a dez minutos ao dia é suficiente. E não é preciso esfregar. "Não somos panelas, para ter que lavar com esponja. Sabonete, só onde está mesmo sujo."

O contato com micro-organismos também estimula o sistema imunológico. "Crianças que não foram expostas a ambientes com mais bactérias e vírus têm maior possibilidade de desenvolver alergias", afirma Clóvis Eduardo Santos Galvão, imunologista da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia.

RESISTÊNCIA

Muitos sabonetes e outros produtos bactericidas têm triclosan ou triclocarban na fórmula. Cientistas debatem se essas substâncias antimicrobianas podem selecionar bactérias resistentes, contribuindo para o surgimento de superbactérias.

"Qualquer antimicrobiano, ao eliminar bactérias, seleciona micro-organismos mais resistentes", diz Marco Miguel, professor de microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Para ele, germicidas devem ser usados só em situações específicas: em hospitais e na manipulação profissional de alimentos e lixo.

"Sabão comum remove a sujeira com a mesma eficácia. Não devemos desperdiçar substâncias químicas. Com o tempo, teremos que criar novas, mais potentes".

A polêmica vai longe. Semana passada, um grupo da Universidade do Arizona, nos EUA, depois de realizar estudos com os compostos químicos, declarou que não têm eficácia e não se degradam facilmente no ambiente.

Segundo a Unilever, fabricante da linha Lifebuoy, seu sabonete não tem triclosan na fórmula. "O ingrediente foi substituído por outro agente para minimizar o impacto ambiental".

"A ação antibacteriana do produto é comprovada por rigorosos testes em laboratório e o uso pode evitar doenças comuns como diarreia e infecções respiratórias."

De acordo com a Reckitt Benckiser, fabricante do sabonete Dettol, que tem triclocarban na fórmula, "o uso de produtos antimicrobianos, tais como Dettol, é capaz de remover as bactérias patogênicas, mas não as bactérias inofensivas da pele".

Ainda segundo a fabricante, esses produtos "têm um papel importante na saúde pública e também ajudam a controlar surtos de resistência a antibióticos."

A Colgate/Palmolive, fabricante do sabonete Protex, foi procurada pela reportagem, mas não respondeu.

24 de nov. de 2010

Livro aponta quais são os deveres civis das academias de ginástica no trabalho do Personal Trainer.

O verão praticamente chegou e, como sempre acontece, uma enxurrada de pessoas corre para as academias de ginástica na busca de uma silueta perfeita. Chega a dobrar o número de alunos matriculados nas academias neste período, se comparado aos meses de inverno. Pensando nisto, e em todas as questões legais que envolvem o tema, o jovem advogado Felipe Crisanto Monteiro Nóbrega lançará nesta terça-feira (23), às 19h30, no pub, bar e restaurante Picadilly, localizado na praia de Tambaú, a primeira edição do livro “Responsabilidade Civil das Academias de Ginástica por Atos do Personal Trainer” (Editora Sal da Terra, 176 p, 2010).

A obra é de grande utilidade social, pública e jurídica. Com uma visão acurada o autor toca em questões bem presentes no cotidiano da maioria dos brasileiros, ou seja, a busca do corpo perfeito, tendo como adágio “corpore sano, mente sana”. A eterna procura do ser humano pelas questões da saúde e do bem estar refletem hoje até mesmo em sua dignidade.

"Com a explosão do mercado do fitness e em particular da figura do personal trainer, Felipe Crisanto é muito feliz no tema de sua obra. Um livro que auxilia não só os profissionais da área do Direito, mas também os empresários do fitness e personal trainers no entendimento das suas responsabilidades", comentou Nilo Montenegro Netto, personal trainer e proprietário da academia de ginástica Studio Personal One, onde a pesquisa pode ser desenvolvida.

Felipe Crisanto descortina nesta obra questões que vão desde o saber científico da Educação Física (conceitos, princípios, responsabilidade, deveres, Código de Ética), discorrendo sobre quem são os profissionais habilitados para área, especialmente o personal trainer, penetrando na estrutura das academias de ginástica, até culminar nos aspectos que envolvem a responsabilidade civil destes estabelecimentos quando o personal trainer causa algum dano ao consumidor.

O advogado e doutor em Direto Civil, professor Fernando Antônio Vasconcelos, que escreve no prefácio da obra, diz que o tema “responsalidade civil”, desde o século passado, ocupa setores da mídia nacional, do judiciário e das universidades, e que alguns são contra a responsabilidade objetiva, outros a favor, mas que ninguém fica indiferente ao debate.

A questão do mercado consumidor é também temática abordada nesta obra. “As pessoas estão totalmente direcionadas para o mercado de consumo. O ato de consumir se tornou uma obrigação. Em decorrência disso, passou-se a estabelecer padrões, inclusive no que se refere à perfeição do corpo humano”, disse Felipe Crisanto.

O advogado do escritório Crispim Ribeiro & Cabral, professor da UFPB e Unipê, André Cabral, comenta, na orelha do livro, que no mundo contemporâneo, onde a saúde e estética são veneradas, a obra ganha relevância como instrumento didático de auxílio aos profissionais do Direto e da Educação Física que se deparam com questões acerca da responsabilidade civil das academias de ginástica e/ou personal trainer.

SOBRE O AUTOR – Felipe Crisanto Monteiro Nóbrega é filho da jornalista Mônica Valéria Crisanto Monteiro Nóbrega e do maestro e professor Eduardo de Oliveira Nóbrega. É pós-graduando em Direto Tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários (IBET), graduado em Ciências Jurídicas pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), advogado militante na área de Direito Empresarial, Tributário, Civil e Consumidor. Compõe hoje o corpo de advogados do escritório “Crispim Ribeiro & Cabral - Advogados Associados”. Antes de entrar na seara jurídica foi goleiro de handebol e capitão da seleção paraibana, bem como, convocado por duas vezes para a seleção brasileira de handebol de praia.

23 de nov. de 2010

As vantagens do treino em altitude elevada para a corrida.

Entenda para que serve e se você deve colocá-lo em prática na sua planilha de treinamentos

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A altitude elevada é tida como um empecilho para a maioria dos esportistas, principalmente para jogadores de futebol de campo, que muitas vezes são obrigados a viajar longas distâncias para enfrentar times que têm sua sede em algum local muito acima do nível do mar.

Porém, correr nestas circunstâncias pode ser, se feito de forma correta, considerado um treino específico para corredores de elite ou para amadores com grande bagagem na corrida. Praticar o esporte nas alturas é uma das formas do corredor melhorar a performance nos treinamentos e em competições, já que a respiração irá se beneficiar de forma visível.

“Este tipo de treinamento é bastante recomendável para atletas que já chegaram ou estão perto de chegar ao seu limite máximo de rendimento na corrida. O atleta conseguirá turbinar mais sua performance e poderá continuar progredindo”, afirma Enzo Amato, diretor técnico da Assessoria Esportiva que leva o seu nome.

Atletas como Marilson Gomes dos Santos, bicampeão da Maratona de Nova York, realizam esse tipo de treinamento para suas principais competições. Ao se preparar para sua última disputa na cidade norte-americana, o fundista passava cerca de três semanas por mês em Campos de Jordão, interior de São Paulo, onde há alta altitude. Além dos brasileiros, os corredores quenianos também devem parte dos seus altos rendimentos para a altitude, já que o Quênia fica localizado em um local acima do nível do mar.

Correr em alta atitude causa elevação dos níveis de Eritropoietina, resultando em aumento de massa das células vermelhas do sangue, o que alterará de forma benéfica a performance do corredor, agindo também como um diferencial entre os corredores.

Altitude na planilha

A altitude não tem segredo: quanto mais alto, mais o ar é rarefeito e mais difícil é correr. Entretanto, há uma série de regras para que a corrida seja de maior proveito e para que não interfira na saúde do corredor. “Quando se for treinar em lugares onde a altitude é muito alta é necessário que se comece uma adaptação de, pelo menos, duas semanas antes de iniciar os treinamentos. Com isso, o corpo pode prevenir dores de cabeça e até os sangramentos nasais, que são comuns na prática esportiva em lugares muito altos, a partir dos 3.500 metros”, explica Kim Cordeiro, diretor técnico da BK Sports.

Sendo assim, os locais mais indicados para os corredores são onde a altitude esteja a 2.000 a 2.500 metros do mar, local onde esta circunstância não modifica tanto a respiração do corredor e também traz grandes benefícios. Caso o corredor deseje partir para locais mais altos ele deve primeiramente se acostumar com a altitude mais baixa, ajudando na adaptação da próxima altura. “A frequência destes treinamentos são mais longos que o normal, ocorrendo de duas a três semanas, tempo suficiente para que o rendimento do atleta seja altamente beneficiado”, acrescenta Cordeiro.

Com as férias chegando, este tipo de treino poderá ser mais acessível para os atletas, podendo procurar locais tanto nacionais, como Campos do Jordão, ou até internacionais, como a Colômbia e a Suíça. Entretanto, fica novamente o alerta. Este tipo de treino deve ser utilizado por corredores com um bom tempo e que já tenham bom desempenho na hora da prática esportiva.

20 de nov. de 2010

Comida natural nem sempre é melhor.

SÃO PAULO - É preciso comer 425 tomates por dia para conseguir uma quantidade significativa de fitoesterois, substância que ajuda a controlar o colesterol. Ou então, duas colheres de creme vegetal enriquecido com a substância.

A comparação é do pesquisador Gert W. Meijer, que não por acaso é o vice-presidente de Nutrição e Saúde da Unilever. Segundo ele, comida industrializada pode ser melhore do que natural.

"Alimentos processados mantêm um padrão de qualidade e têm rótulos com informações sobre seus ingredientes e nutrientes", disse.

Outra vantagem, de acordo com Meijer, é a segurança e a conservação. "O alimento in natura pode estar contaminado por bactérias e fungos. Além disso, logo após a colheita, eles começam a perder qualidade nutricional."

Não é só a indústria que vê vantagens nos processados. Para a nutricionista Cynthia Antonaccio, da Equilibrium Consultoria, natural também não é sinônimo de saudável.

"É preciso esquecer a ideia de que todo alimento natural é saudável e todo industrializado é ruim. O açúcar da cana faz mal a diabéticos e o leite integral e os queijos caseiros têm gordura saturada."

Alguns processados concentram nutrientes presentes em pouca quantidade em frutas, verduras e legumes. Há cereais com adição de vitaminas e cremes vegetais com fitoesterois e ômega 3.

"Às vezes, a industrialização deixa o produto mais palatável. É o caso de alguns cereais e bebidas à base de soja", diz Antonaccio.

Segundo o médico nutrólogo José Alves Lara Neto, membro da Associação Brasileira de Nutrologia, é muito mais fácil pensar em boa alimentação com produtos industrializados saudáveis.

"Poucas pessoas conseguem planejar o cardápio e ingerir porções ideais de proteínas, carboidratos, frutas, legumes e verduras."

SÓ NOS NATURAIS

"Só precisamos de alimentos enriquecidos com nutrientes porque existem os industrializados sem nenhum valor nutricional", diz George Guimarães, nutricionista especialista em dietas vegetarianas da Nutriveg.

Para ele, apesar de terem nutrientes, produtos processados são limitados. "Eles não têm uma variedade de vitaminas e uma quantidade proporcional de fibras. Sempre sobrevivemos sem alimentos com fitoesterol."

Além disso, muitos industrializados ainda têm sal demais. "A embalagem pode dizer que o produto tem mais fibras ou menos sódio, mas dificilmente uma bolacha tem mais fibras do que uma concha de feijão ou uma xícara de cenoura ralada", afirma a nutricionista Fernanda Pisciolaro, da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica).

30 de out. de 2010

Novo tratamento para o suor em excesso.

http://www.idademaior.iol.pt/multimedia/29651/300x300/Cientistas brasileiros provam que é possível controlar o problema com comprimidos, sem necessidade de cirurgia

A expressão “suar em bicas” pode parecer exagero para muita gente. Não para o corretor de imóveis Hamilton Fernando Silva, 41 anos, portador de hiperidrose – um distúrbio nas glândulas sudoríparas no qual elas trabalham demais e levam a pessoa a transpirar muito além do normal. Para evitar o constrangimento do excesso de suor descendo pelo rosto, fizesse frio ou calor, Silva criou o hábito de andar sempre com uma toalhinha. A companheira inseparável, porém, foi aposentada há oito meses. Na verdade, substituída. Em vez do pedaço de pano, ele agora leva consigo comprimidos de oxibutinina, que toma uma vez por dia. “É maravilhoso. Antes precisava enxugar o rosto o tempo todo. Com a medicação, isso acabou”, comemora.

Silva é um dos participantes de um estudo recém-concluído da Universidade de São Paulo sobre o uso da oxibutinina para o tratamento da hiperidrose. Os resultados desse trabalho, coordenado pelo médico Nelson Wolosker, professor do departamento de cirurgia vascular, são alentadores: entre 50% e 70% dos pacientes responderam bem ao medicamento. “Antes, as opções disponíveis para tratar o problema eram a cirurgia ou o botox”, fala Wolosker. No entanto, o efeito da toxina botulínica não é definitivo e a substância precisa ser reaplicada periodicamente. O procedimento cirúrgico também não é garantia de cura. Há pessoas que, após a operação, passam a suar exageramente em outras regiões do corpo. É a chamada hiperidrose compensatória.

As tentativas de usar remédios contra a hiperidrose não são novidade. Substâncias da mesma família da oxibutinina são testadas há décadas, sem muito sucesso devido aos efeitos colaterais. O avanço obtido pelo grupo brasileiro foi testar a oxibutinina e minimizar as reações adversas. “Dor de cabeça e boca seca eram as principais reclamações”, conta Wolosker. Além disso, a oxibutinina provou ser uma solução para quem desenvolve a forma compensatória da doença. Por isso há expectativa pelo uso do tratamento por outros especialistas. De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, Guilherme Pitta, o órgão aguarda apenas a publicação dos estudos para divulgar a nova diretriz aos seus associados. “Com a comprovação científica da eficiência do método, podemos orientar outros médicos a usá-lo também”, diz Pitta.

29 de out. de 2010

Ame a si mesmo para ficar saudável.

http://www.educacaofisica.com.br/destaques/home/imagens/1910_64.jpgBenefícios da auto-estima

Ter uma auto-estima elevada não gera só uma sensação de bem-estar - esse estado emocional também gera benefícios físicos.

Parece que pensar bem sobre nós mesmos pode oferecer uma proteção efetiva sobre o coração e o sistema imunológico.

Uma alta auto-estima nos faz sentir mais seguros quando nos confrontamos com ameaças. Ainda que, na sociedade moderna, essas ameaças tendam a ser relacionados mais ao status social do que a perigos físicos.

A conclusão é da equipe do psicólogo Andy Martens, da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia.

Da mente para o corpo

Os pesquisadores queriam saber se os efeitos benéficos da auto-estima vão além do nível emocional, e se seriam capazes de interferir com nossas respostas fisiológicas.

Para descobrir, eles realizaram uma série de experimentos envolvendo um total de 184 participantes.

Em um estudo, os participantes receberam feedbacks falsos sobre sua inteligência ou sua personalidade, feedbacks esses que foi estruturados para aumentar ou diminuir sua auto-estima.

Em outro estudo, foi-lhes pedido para dar notas aos seus níveis naturais de auto-estima. Isso foi repetido todos os dias durante duas semanas.

Para monitorar as respostas fisiológicas, os cientistas analisaram a atividade do tônus vagal cardíaco dos participantes - uma medida de quão fortemente o sistema nervoso parassimpático influencia o coração.

O sistema nervoso parassimpático age para acalmar o coração, enquanto o sistema nervoso simpático prepara o corpo para a ação - seja a ação de lutar ou de correr.

Como o parassimpático ameniza o estresse e diminui as inflamações, quando ele fica deficiente o corpo pode sofrer com problemas cardiovasculares ou com doenças autoimunes.

Auto-estima e saúde

Os resultados mostraram uma correlação entre uma auto-estima elevada e um tônus vagal mais elevado.

O efeito foi relativamente pequeno, mas Martens e seus colegas afirmam que este é o primeiro estudo a mostrar como uma mudança na auto-estima pode levar a uma mudança imediata na fisiologia - um passo importante no sentido de "preencher a lacuna" entre a auto-estima e a saúde.

Como aumentar sua auto-estima? Martens sugere cercar-se de amigos e familiares que o apoiem. Segundo o psicólogo, o suporte de pessoas que deem feedbacks positivos convincentes tem um efeito muito maior do que simplesmente ficar tentando pensar positivamente.

22 de out. de 2010

Conheça o Double Dutch a modalidade esportiva que chega ao Brasil.

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Esporte com cordas

Após cumprir no mês passado os dois anos exigidos pelo Ministério do Esporte para se confirmar a fundação e sustentação de entidade de responsabilidade nacional de uma modalidade esportiva, a Confederação Brasileira de Double Dutch e Rope Skipping, a CBDDRS, começa a promover e organizar as equipes de Double Dutch, ou corda dupla. Dessa forma as crianças têm uma nova opção para se divertirem ou seguirem como esporte de alto rendimento e os profissionais de educação física, uma nova opção para seguir.

Visando aumentar o número de profissionais capacitados na técnica e arbitragem da modalidade, a CBDDRS promoverá cursos de técnica e arbitragem em Double Dutch, começando dia 30/10 em São Paulo com o curso intensivo. Os profissionais que concluírem o curso estarão automaticamente filiados à CBDDRS para o período de 2010 e 2011, podendo ser contratados pela mesma.

Da Holanda para Nova York

Double Dutch começou como uma brincadeira praticada por holandeses, que usavam duas cordas ao invés de uma, inovando a própria brincadeira de pular corda. Ao colonizarem Nova Amsterdã (atual Nova York) levaram a brincadeira para os americanos que a acolheram bem. Até que em 1972 o detetive David Walker , andando pela periferia de Nova York, conheceu a atividade e se interessou, passou a assistir com mais freqüências as crianças pulando, então pensou nos benefícios como uma atividade esportiva. Em 1973, David criou regras, fundou a Liga Americana de Double Dutch, em seguida a Federação Internacional de Double Dutch e Liga Nacional de Double Dutch. Com 38 anos de esporte, a modalidade se encontra como uma mania em alguns países, por ser contagiante e de rápida evolução, esta sendo difundida em diversos outros países como o Brasil.

Para saber mais

Confederação Brasileira de Double Dutch e Rope Skipping (CBDDRS)
Site: http://cbddrs.org.br/
Tel.: (17) 3021-1150

18 de out. de 2010

Quem dorme pouco perde mais músculo e menos gordura.


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Pessoas que dormem menos de seis horas por noite têm mais dificuldade para perder gordura quando fazem dieta do que aquelas que dormem mais de oito horas.

De acordo com um estudo da Universidade de Chicago (EUA), quem está fazendo dieta e dorme pouco emagrece, mas a quantidade de gordura eliminada é quatro vezes menor do que a quantidade de massa magra perdida.

A pesquisa, publicada na revista "Annals of Internal Medicine", avaliou pessoas de 35 a 49 anos com obesidade ou sobrepeso. Os voluntários foram divididos em dois grupos e submetidos ao mesmo regime alimentar de restrição calórica.

A única diferença foi a quantidade de horas de sono -enquanto um grupo dormiu oito horas e meia por noite, o outro dormiu cinco horas e meia.

Depois de duas semanas, a média de perda de peso dos dois grupos foi a mesma: cerca de 3 kg. Mas houve uma diferença de 55% na quantidade de gordura perdida.

Quem dormiu menos eliminou cerca de meio quilo de gordura e 2,5 kg de massa magra. Já quem dormiu mais perdeu 1,5 kg de gordura.

Os participantes do estudo também foram questionados sobre a sensação de saciedade. Constatou-se que as horas a mais de sono também ajudaram a controlar a fome e diminuir o apetite.

De acordo com os pesquisadores, quem dormiu pouco teve uma produção maior de grelina, hormônio que provoca a fome e reduz o gasto energético.

Além de ter níveis maiores de grelina, essas pessoas produziram mais uma substância que aumenta o apetite: a grelina ácida.

Apesar dos resultados significativos, o estudo tem algumas limitações, como por exemplo o número de participantes, dez, considerado pequeno para resultados definitivos. Outra limitação é que a experiência durou apenas duas semanas.

Mesmo assim, os autores do trabalho acreditam que os resultados podem ajudar nos tratamentos de obesidade e distúrbios do sono.

8 de out. de 2010

Tribunal científico: adultos devem ou não tomar leite?

Acusações ao leite

O leite de vaca tornou-se um alimento polêmico.

Existe o consenso de que as crianças devem tomar leite, desde que não apresentem hipersensibilidade às suas proteínas, intolerância à lactose ou manifestem outros fatores impeditivos.

Quanto aos adultos, a ingestão de leite é controversa. O leite é visto como causador de alergias - principalmente, sua fração proteica -, intolerância à lactose, asma, rinite, aumento da produção de secreções mucosas, diabetes, catarata, câncer do ovário, entre outras doenças.

Ademais, a despeito dos avanços da indústria de laticínios - que com o desenvolvimento de novas técnicas de processamento têm possibilitado a obtenção de produtos mais seguros do ponto de vista higiênico-sanitário -, ainda assim existem problemas de contaminação do leite por antibióticos, micotoxinas, hormônios e pesticidas agrícolas - além da ocorrência de fraudes.

Defesas do leite

Entretanto, o leite e seus derivados constituem importantes fontes de minerais, vitaminas e proteínas de alto valor biológico.

O produto contém nutrientes capazes de modular funções fisiológicas específicas, o que o torna fonte de ingredientes funcionais promotores da imunomodulação - estimulação do sistema imune.

O consumo de leite está associado à prevenção de osteoporose, hipertensão arterial, ao controle do peso corpóreo e até a modulação da gordura corporal, entre outros fatores. Ele contribui também na atividade antimicrobiana e antiviral.

O consumidor, ao se defrontar com problemas e benefícios associados à ingestão de leite, se sente sem rumo e em geral não encontra orientação consensual entre os profissionais da saúde.

Jurados

Motivada pela polêmica e pela desorientação envolvendo o consumo de leite por adultos, a pesquisadora Adriane Elisabete Antunes de Moraes, professora da Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp, campus de Limeira, uniu-se à pesquisadora Maria Teresa Bertoldo Pacheco, do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), com o objetivo de realizar uma revisão abrangente da literatura científica envolvendo o tema.

O objetivo era resgatar evidências científicas que permitissem apresentar mitos e fatos envolvendo o consumo de leite pelo adulto.

Ao se darem conta da dimensão da tarefa, as pesquisadoras decidiram levá-la a cabo organizando uma equipe multidisciplinar constituída por profissionais das áreas de Nutrição, Biologia, Medicina, Engenharia de Alimentos, Química, Bioquímica, Zootecnia, Farmácia e Economia.

A sentença, em 500 páginas Do trabalho resultou o livro Leite para adultos: mitos e fatos frente à ciência, editado por elas, também autoras de vários dos capítulos.

Dividida em quatro partes, a obra aborda o leite como alimento polêmico; alimento nutritivo; fonte de ingredientes funcionais; e dá um panorama da evolução histórica de seu consumo, focando aspectos genéticos.

O trabalho foi realizado em apenas dois anos, desde a primeira reunião até o lançamento da obra, que tem cerca de 500 páginas.

A professora afirma que "a ideia foi apresentar argumentos contrários e favoráveis ao consumo de leite por adultos para que o leitor possa tomar sua decisão individualmente". Reconhece que o público-alvo deve ser mais especificamente constituído por profissionais ligados à área da saúde e alimentos: nutricionistas, médicos, zootecnistas, veterinários e os que trabalham na cadeia do leite.

Adriane esclarece que a obra traz informações atualizadas e abrangentes sobre o tema e pretende oferecer aos profissionais da área de alimentos e saúde, bem como para a população em geral, um manual de consulta que possa trazer benéficos individuais e coletivos.

Ao final do prefácio, as autoras-editoras convidam o leitor "a ser júri deste tribunal científico e a formar uma opinião crítica sobre o tema e desta forma absolver ou condenar o réu".

Por que adultos tomam leite

Segundo Adriane, o leite é um alimento de excelente qualidade nutricional. Apresenta adequado equilíbrio de macro e micronutrientes, fatores de crescimento, imunoglobulinas, satisfazendo todas as necessidades nutricionais dos recém-nascidos nos primeiros meses de vida.

O homem optou pela ingestão do leite ao longo da vida devido à escassez de alimentos e até de água, por apreciar-lhe o gosto, por questões psicológico-afetivas relacionadas à infância e para promoção da saúde, principalmente as relacionadas à manutenção da saúde de ossos e dentes.

A introdução do leite na dieta do homem adulto, lembra, foi possível graças à domesticação do gado e ao desenvolvimento de tecnologias de refrigeração, de pasteurização e ultra-pasteurização, do envase e à distribuição que permitiram sua industrialização e sua fácil disponibilidade para o mercado consumidor.

Segundo ela, o trabalho de revisão procurou buscar argumentos favoráveis e contrários ao consumo de leite pelos adultos e examiná-los e discuti-los com base em fundamentações científicas.

Ela entende que realmente existem pessoas que não devem consumir leite, da mesma forma que outras não devem consumir outros tipos de alimentos como trigo e soja, por exemplo, porque lhes causam alergias ou provocam reações indesejáveis no organismo.

Mitos e fatos sobre o leite

Entre os mitos analisados no livro, a docente destaca a afirmação de que o homem é o único animal que continua ingerindo leite na fase adulta.

Ela rebate dizendo que os animais mamíferos adultos também bebem leite desde que lhes seja ofertado e isso não acontece por se tratar de um alimento caro. O desmame dos animais ocorre porque o leite precisa ser preservado para as novas crias.

A propósito, ela lembra que o soro do leite resultante da fabricação do queijo é utilizado para alimentar porcos adultos.

Constitui para ela outro mito a afirmação de que o homem não necessita incluir leite na sua dieta.

Ela diz que isso até pode ser verdadeiro desde que se fique atento a outras fontes de cálcio, o que não é fácil. E esclarece: "Todo cálcio que o ser humano precisa pode vir dos vegetais, a exemplo do que acontece com animais como girafa e elefantes, que vivem de folhas. Mas a comparação dificilmente atende às necessidades humanas porque os animais passam muitas horas do dia se alimentando. A biodisponibilidade de cálcio nas folhas é pequena comparada ao leite e existem ainda alguns fatores antinutricionais que dificultam sua absorção, o que torna seu aproveitamento mais difícil".

Ela afirma que quem não consome leite e derivados e não se alimenta de vegetais ricos em cálcio poderá vir a desenvolver osteoporose.

A pesquisadora lembra que à exceção da manteiga, que é obtida da porção gordurosa do leite, a grande fonte de cálcio é constituída pelo leite e derivados. Três copos, do tipo americano, de leite diários são suficientes para atender cerca de 75% das recomendações nutricionais do organismo. Para obter as mesmas quantidades de cálcio, com a ingestão do leite, é necessário o consumo de um grande volume de vegetais, o que não é frequentemente observado na dieta da maioria das pessoas.

Entre os fatos envolvendo o consumo de leite por adultos, Adriane comenta a intolerância à lactose, que é o açúcar que se encontra apenas no leite de todos os mamíferos. O fato de dois terços da população mundial serem resistentes à lactose serve de argumento para os que são contrários ao consumo do leite, considerando-o alimento não adequado na fase adulta.

Intolerância à lactose

Essa intolerância é decorrente de o organismo cessar ou reduzir a produção da enzima que quebra esse açúcar. A professora explica que certas pessoas depois do desmame perdem a capacidade de secretar essa enzima ou a produzem menos.

Aí surgem os sintomas da intolerância, como diarreia osmótica, cólicas, flatulência, dor e distensão abdominal. Como mostra o livro, essa intolerância está relacionada também a fatores raciais.

No Brasil, devido à miscigenação, apenas 25% da população apresenta intolerância à lactose, porcentagem muito baixa em relação à de muitos países. Na África, na China e no Japão quase toda a polução é intolerante a esse açúcar. Mas em países como a Nova Zelândia, Austrália e em regiões como o norte europeu a intolerância à lactose é mínima.

Adriane explica que essa adaptação orgânica está relacionada a fatores históricos, envolvendo domesticação do gado e consumo de produtos lácteos que propiciaram uma mutação genética que favorece a produção da enzima necessária para quebra do açúcar do leite. Ou seja, a intolerância original à lactose foi se modificando com o consumo de leite, o que não aconteceu com os que não o utilizavam em suas dietas.

Para ressaltar a importância alimentar do leite e o seu papel como alimento funcional, a pesquisadora lembra que a China, onde tradicionalmente não se consome o produto, ele começa a ser introduzido, naturalmente sem lactose. Com a decisão, o governo pretende não só reduzir os altíssimos índices de osteoporose verificados no país como o problema da baixa estatura da população.

Alergias causadas pelo leite

A docente menciona ainda o fato de o leite ser considerado um dos alimentos mais alergênicos, o que para ela é verdade.

O produto está no topo do grupo dos alimentos que causam alergia. Por quê?

Adriane lembra que a amamentação com leite materno em geral tem sido muito curta sendo logo substituída pela alimentação com leite de vaca. Na tenra idade, o trato digestório da criança apresenta permeabilidade maior para que ela possa adquirir os anticorpos presentes no leite da mãe.

Devido a essa permeabilidade maior, com a introdução precoce do leite de origem animal o organismo da criança acaba gerando anticorpos contra as proteínas que desconhece. Essa alergia, explica a professora, não aconteceria ou diminuiria muito se a criança fosse amamentada com leite materno até o sexto mês.

Pelo menos as gerações mais antigas acreditam piamente que ingerir leite com manga faz mal ou pode levar à morte. Adriane conta que essa é uma lenda que surgiu na época da escravatura para que os negros consumissem as mangas abundantes e preservassem o leite para os senhores. Ela diz que, para que a crença se estabelecesse, muitos escravos foram envenenados e adoeceram ou até morreram. Hoje nas gôndolas dos supermercados encontram-se iogurtes sabor manga.

No passado, conta Adriane, acreditava-se que o leite, como alimento neutro, seria bom para o tratamento de gastrite. Segundo ela, existem pessoas com gastrite que submetidas ao tratamento com leite pioram porque, nesses casos, ele ativa a acidez do estômago. Embora esse efeito varie de intensidade de pessoa para pessoa, ela conclui que o leite pode não ser um bom alimento para os portadores do problema.

5 de out. de 2010

Tenistas que gemem durante jogos obtêm vantagem, sugere estudo.

http://www.educacaofisica.com.br//destaques/home/imagens/0410_31.jpgAtrapalhando o adversário

Os grunhidos proferidos por alguns tenistas durante partidas podem lhes garantir vantagens reais sobre seus oponentes, segundo um estudo científico.

Testes realizados por pesquisadores dos EUA e do Canadá mostraram que, do ponto de vista dos adversários, "sons de fora interferem no desempenho, fazendo com que suas respostas sejam mais lentas e menos precisas".

Algumas estrelas do tênis, como Martina Navratilova, chegaram a criticar os gemidos de adversários.

Enquanto isso, Maria Sharapova e Rafael Nadal estão entre os tenistas mais "barulhentos" em quadra.

O estudo, divulgado pela publicação Plos ONE, da Public Library of Science, foi feito a partir de testes com 33 estudantes na Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá.

Vantagens de gemer

Os estudantes assistiram a centenas de vídeos que mostravam um jogador - que por vezes gemia - dando raquetadas à esquerda ou à direita. Às cobaias cabia determinar rapidamente a direção da bolinha.

"Quando o vídeo continha gemidos, os participantes (do estudo) não só reagiam mais lentamente, como tinham um nível de precisão menor. Então podiam ser pegos no contrapé, se estendermos (o cenário) a uma quadra de tênis real", disse à BBC o autor do estudo, Scott Sinnett.

A pesquisa disse, ainda, que os grunhidos poderiam dificultar o adversário se este tentasse prever a curva ou a velocidade da bola a partir do som feito pela raquete.

2 de out. de 2010

Dá para emagrecer dormindo? Sim, é só fazer musculação.

http://www.educacaofisica.com.br/destaques/home/imagens/3009_13.jpgAo pensar em alguma atividade para emagrecer, invariavelmente a corrida, bicicleta, caminhada, ou seja, exercícios aeróbicos, são os primeiros da lista. O que você provavelmente não sabe é que, a longo prazo, o gasto de energia em musculação pode ser superior. E se você está destreinado, os exercícios de força consomem mais energia em menos tempo.

As atividades aeróbicas queimam gordura, mas só após certo tempo. Já os exercícios mais intensos e não tão longos, como a musculação, queimam reservas mais rápidas encontradas no músculo, como o ATP, o glicogênio e a creatina. Por isso, têm a fama de não ajudar no emagrecimento.

No entanto, nas horas posteriores (e mesmo dias depois), o corpo precisa recuperar as reservas energéticas utilizadas no esforço. Além disso, é preciso recuperar as células musculares e aumentar o volume de músculo (hipertrofia) como adaptação ao esforço sofrido. Para tudo isso o corpo utiliza energia, as tão famosas calorias, que vêm em sua maior parte das reservas de gordura. O total gasto durante o treino deve ser visto junto com o que foi gasto nas horas posteriores.

Assim, o total de energia gasta em um treino de musculação com maior intensidade e menor duração pode ser semelhante ao de um treino aeróbio mais longo. Uma pessoa destreinada pode não aguentar tanto tempo de corrida quanto seria necessário para emagrecer. Já na musculação, com intervalos, é possível começar com treinos que já consomem mais energia.

Emagreça dormindo

A musculação proporciona a alteração da composição corporal: ganha-se (ou pelo menos mantêm-se) os músculos, que constituem a massa magra, e perde-se gordura, a massa gorda. O professor Tiago Poggio, da academia Bio Ritmo, comenta que “o emagrecimento deve estar relacionado com a perda de massa gorda e não de massa muscular”.

Nessa conta, muitas vezes o efeito não aparece na balança, pois a massa muscular pesa mais do que a gordura, ocupando um volume menor. Ou seja: podemos emagrecer visivelmente, ganhando músculos e perdendo medidas, sem que isso seja perceptível no peso.

A massa magra também acelera o nosso metabolismo: os músculos gastam mais energia para se manter do que a gordura. Com isso, o aumento da massa magra acarreta um aumento da energia necessária para manter o corpo vivo no seu dia a dia (taxa metabólica de repouso). Assim, o ganho de massa muscular contribui para o aumento do gasto energético em repouso, e você emagrece dormindo.

Um pequeno aumento da massa magra provoca um aumento quase insignificante do metabolismo, mas algumas alterações fisiológicas (ainda não completamente explicadas) indicam que a musculação gera um aumento do metabolismo desproporcional ao ganho de massa muscular, bem mais significativo para o total de energia gasta em um dia.

Dieta mais exercício

Assim como qualquer outro exercício, a musculação não faz milagre. Ela terá efeitos muito maiores se combinado com uma alimentação adequada, o que não significa passar fome. O corpo precisa de uma série de nutrientes para compor a nova massa muscular, para isso, uma alimentação balanceada é essencial.

Na falta de alimento, a primeira coisa que o corpo faz é diminuir a massa muscular, pois ela consome muita energia. Mas, segundo o professor Paulo Gentil, presidente do Gease (Grupo de Estudos Avançados em Saúde e Exercícios) e autor do livro “Emagrecimento: quebrando mitos e mudando paradigmas”, pesquisas mostram que mesmo em dietas muito restritivas, a musculatura é preservada se a pessoa fizer musculação e a massa gordurosa é perdida. Já se a dieta rigorosa for feita junto ao treino aeróbico, há perda de peso semelhante, mas também perde-se massa muscular, diminuindo o metabolismo de repouso. O ideal é consultar um nutricionista para adequar a dieta ao exercício e a seus objetivos de perda de peso.

27 de set. de 2010

Ao menos 28% dos brasileiros convivem com dor crônica.

A dor crônica atormenta pelo menos 28% da população brasileira, segundo estimativa da Sociedade Brasileira de Estudos da Dor.

Falta de tratamento correto e automedicação são os principais fatores que podem transformar uma dor passageira em crônica. De acordo com especialistas, o que caracteriza a doença é a formação de uma memória da dor.

"É como se o cérebro se acostumasse com a sensação e a reproduzisse ao menor estímulo", explica o reumatologista Jamil Natour, professor da Unifesp.

Quer dizer que a doença pode ter sido curada e, ainda assim, o paciente continuar com o sintoma. "A dor passa a ser a doença", diz Natour.

Mesmo sintomas aparentemente fracos podem desencadear a consolidação da memória cerebral. "Quanto mais tempo a pessoa sente dor, mais difícil será de fazer com que ela pare", afirma a anestesiologista Fabíola Peixoto Minson, diretora da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor.

GENÉTICA

Para Natour, o diagnóstico é dificultado pelo fato de a sociedade considerar a dor como algo comum. "Não é normal. As pessoas perdem a chance de tratar a doença quando ela ainda é aguda."

Há várias pesquisas que buscam associar a sensibilidade à dor com a genética. Um estudo publicado na "Genome Research" identificou um gene relacionado à dor por lesão nervosa, como uma cirurgia ou trauma.

Os pesquisadores fizeram testes em ratos e depois analisaram pacientes de câncer de mama que sofriam de dor um ano e meio após a remoção parcial ou total do seio. Comprovou-se que a presença do gene CACNG2 está associada aos sintomas.

"Não temos uma estimativa precisa, mas provavelmente cerca de 20% da população tem esse gene", afirma o professor Marshall Devor, um dos coordenadores do trabalho, em entrevista à Folha.

Não há evidência de que o mesmo gene esteja associado a outros tipos de dor. "Alguns cientistas acreditam que a fibromialgia e talvez até a enxaqueca podem ter origens neuropáticas. Isso pode ajudar na prevenção ou na criação de novas drogas."

CAUSAS Segundo Minson, as maiores causas da dor crônica são fibromialgia, dores musculares, pélvicas e lombares. Algumas doenças são muito mais comuns em mulheres. Para cada nove mulheres com fibromialgia, há apenas um homem. A proporção de enxaqueca é de três para um.

Entre as causas, está a variação hormonal. Em qualquer caso, o tratamento nunca deve ser feito apenas com analgésicos, que só disfarçam a causa. Além de curar a doença de base, é preciso quebrar o ciclo de sintomas e fazer com que a memória da dor se apague.

"O paciente precisa passar um período sem dor para que seu cérebro comece a reagir de outra forma", diz Natour.

17 de set. de 2010

Coração dos atletas se adapta às exigências do esporte.

As mudanças causadas pela atividade física no corpo dos atletas vão muito além dos músculos sarados e do baixo percentual de gordura.

Uma pesquisa feita por médicos alemães e americanos, publicada na revista científica "Radiology", mediu com precisão, por meio de ressonância magnética, o coração de 26 triatletas e mais 26 homens sadios.

Entre os triatletas, os ventrículos direito e esquerdo estavam 30% maiores do que no grupo-controle. A espessura das paredes do coração também aumentou. No ventrículo esquerdo, a parede ficou 15% mais grossa entre os atletas. O volume de sangue bombeado subiu quase 30%.

Como as mudanças foram simétricas, os médicos as consideraram como adaptações do corpo aos treinamentos. No triatlo, os treinos exigem força e resistência, o que dá um maior impulso às transformações no corpo.

Daniel Arkader Kopiler, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, diz que, antes, médicos viam sinal de doença no coração grande de atletas. "Hoje, sabemos que são modificações fisiológicas."



O volume maior dos ventrículos e a espessura de suas paredes permite que o coração bombeie mais sangue a cada batida. Assim, o oxigênio chega de forma mais eficiente às pernas e aos braços.

Turíbio Leite de Barros, coordenador do Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte da Unifesp, diz que, com o maior volume de sangue a cada batida, a frequência cardíaca em repouso cai até pela metade.

"Os batimentos de alguém que não é atleta e tem um coração normal vão a 70 por minuto. Atletas chegam a ter só 35", diz o fisiologista.

As modificações não param no coração. Pernas e braços ganham maios vasos. O corpo produz mais óxido nítrico, substância vasodilatadora. São mais, e mais abertas passagens para o sangue.

Para receber mais oxigênio, as células dos músculos ficam com mais mitocôndrias, as estruturas que produzem energia.

Barros afirma que essas alterações microscópicas são as primeiras a surgir quando a pessoa entra em uma rotina intensa de exercícios. Se o atleta para de se exercitar, elas regridem em dias.

Já as mudanças no coração levam anos, e demoram mais para sumir.

O médico da Unifesp explica que o fato de as mudanças não serem permanentes ajuda a diferenciar as adaptações no órgão causadas pelo exercício de doenças como a insuficiência cardíaca.

"Se mesmo depois de fazer exames ainda houver dúvidas, o médico pode pedir ao atleta que pare de treinar por alguns meses para ver se o coração diminui", diz Barros.

A insuficiência cardíaca é uma das principais causas de morte súbita. Exercícios podem prejudicar quem tem o problema. Alguns sinais podem surgir nos treinos, como tontura e desmaio.

O esporte em si nunca foi ligado ao aparecimento da doença, afirmam os médicos.

Kopiler diz que atividades intensas, como maratonas, podem destruir células do coração, mas não há sinais de que isso afete a saúde.