As mudanças causadas pela atividade física no corpo dos atletas vão muito além dos músculos sarados e do baixo percentual de gordura.
Uma pesquisa feita por médicos alemães e americanos, publicada na revista científica "Radiology", mediu com precisão, por meio de ressonância magnética, o coração de 26 triatletas e mais 26 homens sadios.
Entre os triatletas, os ventrículos direito e esquerdo estavam 30% maiores do que no grupo-controle. A espessura das paredes do coração também aumentou. No ventrículo esquerdo, a parede ficou 15% mais grossa entre os atletas. O volume de sangue bombeado subiu quase 30%.
Como as mudanças foram simétricas, os médicos as consideraram como adaptações do corpo aos treinamentos. No triatlo, os treinos exigem força e resistência, o que dá um maior impulso às transformações no corpo.
Daniel Arkader Kopiler, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, diz que, antes, médicos viam sinal de doença no coração grande de atletas. "Hoje, sabemos que são modificações fisiológicas."
O volume maior dos ventrículos e a espessura de suas paredes permite que o coração bombeie mais sangue a cada batida. Assim, o oxigênio chega de forma mais eficiente às pernas e aos braços.
Turíbio Leite de Barros, coordenador do Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte da Unifesp, diz que, com o maior volume de sangue a cada batida, a frequência cardíaca em repouso cai até pela metade.
"Os batimentos de alguém que não é atleta e tem um coração normal vão a 70 por minuto. Atletas chegam a ter só 35", diz o fisiologista.
As modificações não param no coração. Pernas e braços ganham maios vasos. O corpo produz mais óxido nítrico, substância vasodilatadora. São mais, e mais abertas passagens para o sangue.
Para receber mais oxigênio, as células dos músculos ficam com mais mitocôndrias, as estruturas que produzem energia.
Barros afirma que essas alterações microscópicas são as primeiras a surgir quando a pessoa entra em uma rotina intensa de exercícios. Se o atleta para de se exercitar, elas regridem em dias.
Já as mudanças no coração levam anos, e demoram mais para sumir.
O médico da Unifesp explica que o fato de as mudanças não serem permanentes ajuda a diferenciar as adaptações no órgão causadas pelo exercício de doenças como a insuficiência cardíaca.
"Se mesmo depois de fazer exames ainda houver dúvidas, o médico pode pedir ao atleta que pare de treinar por alguns meses para ver se o coração diminui", diz Barros.
A insuficiência cardíaca é uma das principais causas de morte súbita. Exercícios podem prejudicar quem tem o problema. Alguns sinais podem surgir nos treinos, como tontura e desmaio.
O esporte em si nunca foi ligado ao aparecimento da doença, afirmam os médicos.
Kopiler diz que atividades intensas, como maratonas, podem destruir células do coração, mas não há sinais de que isso afete a saúde.
Uma pesquisa feita por médicos alemães e americanos, publicada na revista científica "Radiology", mediu com precisão, por meio de ressonância magnética, o coração de 26 triatletas e mais 26 homens sadios.
Entre os triatletas, os ventrículos direito e esquerdo estavam 30% maiores do que no grupo-controle. A espessura das paredes do coração também aumentou. No ventrículo esquerdo, a parede ficou 15% mais grossa entre os atletas. O volume de sangue bombeado subiu quase 30%.
Como as mudanças foram simétricas, os médicos as consideraram como adaptações do corpo aos treinamentos. No triatlo, os treinos exigem força e resistência, o que dá um maior impulso às transformações no corpo.
Daniel Arkader Kopiler, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, diz que, antes, médicos viam sinal de doença no coração grande de atletas. "Hoje, sabemos que são modificações fisiológicas."
O volume maior dos ventrículos e a espessura de suas paredes permite que o coração bombeie mais sangue a cada batida. Assim, o oxigênio chega de forma mais eficiente às pernas e aos braços.
Turíbio Leite de Barros, coordenador do Centro de Medicina da Atividade Física e do Esporte da Unifesp, diz que, com o maior volume de sangue a cada batida, a frequência cardíaca em repouso cai até pela metade.
"Os batimentos de alguém que não é atleta e tem um coração normal vão a 70 por minuto. Atletas chegam a ter só 35", diz o fisiologista.
As modificações não param no coração. Pernas e braços ganham maios vasos. O corpo produz mais óxido nítrico, substância vasodilatadora. São mais, e mais abertas passagens para o sangue.
Para receber mais oxigênio, as células dos músculos ficam com mais mitocôndrias, as estruturas que produzem energia.
Barros afirma que essas alterações microscópicas são as primeiras a surgir quando a pessoa entra em uma rotina intensa de exercícios. Se o atleta para de se exercitar, elas regridem em dias.
Já as mudanças no coração levam anos, e demoram mais para sumir.
O médico da Unifesp explica que o fato de as mudanças não serem permanentes ajuda a diferenciar as adaptações no órgão causadas pelo exercício de doenças como a insuficiência cardíaca.
"Se mesmo depois de fazer exames ainda houver dúvidas, o médico pode pedir ao atleta que pare de treinar por alguns meses para ver se o coração diminui", diz Barros.
A insuficiência cardíaca é uma das principais causas de morte súbita. Exercícios podem prejudicar quem tem o problema. Alguns sinais podem surgir nos treinos, como tontura e desmaio.
O esporte em si nunca foi ligado ao aparecimento da doença, afirmam os médicos.
Kopiler diz que atividades intensas, como maratonas, podem destruir células do coração, mas não há sinais de que isso afete a saúde.
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