A dor crônica atormenta pelo menos 28% da população brasileira, segundo estimativa da Sociedade Brasileira de Estudos da Dor.
Falta de tratamento correto e automedicação são os principais fatores que podem transformar uma dor passageira em crônica. De acordo com especialistas, o que caracteriza a doença é a formação de uma memória da dor.
"É como se o cérebro se acostumasse com a sensação e a reproduzisse ao menor estímulo", explica o reumatologista Jamil Natour, professor da Unifesp.
Quer dizer que a doença pode ter sido curada e, ainda assim, o paciente continuar com o sintoma. "A dor passa a ser a doença", diz Natour.
Mesmo sintomas aparentemente fracos podem desencadear a consolidação da memória cerebral. "Quanto mais tempo a pessoa sente dor, mais difícil será de fazer com que ela pare", afirma a anestesiologista Fabíola Peixoto Minson, diretora da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor.
GENÉTICA
Para Natour, o diagnóstico é dificultado pelo fato de a sociedade considerar a dor como algo comum. "Não é normal. As pessoas perdem a chance de tratar a doença quando ela ainda é aguda."
Há várias pesquisas que buscam associar a sensibilidade à dor com a genética. Um estudo publicado na "Genome Research" identificou um gene relacionado à dor por lesão nervosa, como uma cirurgia ou trauma.
Os pesquisadores fizeram testes em ratos e depois analisaram pacientes de câncer de mama que sofriam de dor um ano e meio após a remoção parcial ou total do seio. Comprovou-se que a presença do gene CACNG2 está associada aos sintomas.
"Não temos uma estimativa precisa, mas provavelmente cerca de 20% da população tem esse gene", afirma o professor Marshall Devor, um dos coordenadores do trabalho, em entrevista à Folha.
Não há evidência de que o mesmo gene esteja associado a outros tipos de dor. "Alguns cientistas acreditam que a fibromialgia e talvez até a enxaqueca podem ter origens neuropáticas. Isso pode ajudar na prevenção ou na criação de novas drogas."
CAUSAS Segundo Minson, as maiores causas da dor crônica são fibromialgia, dores musculares, pélvicas e lombares. Algumas doenças são muito mais comuns em mulheres. Para cada nove mulheres com fibromialgia, há apenas um homem. A proporção de enxaqueca é de três para um.
Entre as causas, está a variação hormonal. Em qualquer caso, o tratamento nunca deve ser feito apenas com analgésicos, que só disfarçam a causa. Além de curar a doença de base, é preciso quebrar o ciclo de sintomas e fazer com que a memória da dor se apague.
"O paciente precisa passar um período sem dor para que seu cérebro comece a reagir de outra forma", diz Natour.
Falta de tratamento correto e automedicação são os principais fatores que podem transformar uma dor passageira em crônica. De acordo com especialistas, o que caracteriza a doença é a formação de uma memória da dor.
"É como se o cérebro se acostumasse com a sensação e a reproduzisse ao menor estímulo", explica o reumatologista Jamil Natour, professor da Unifesp.
Quer dizer que a doença pode ter sido curada e, ainda assim, o paciente continuar com o sintoma. "A dor passa a ser a doença", diz Natour.
Mesmo sintomas aparentemente fracos podem desencadear a consolidação da memória cerebral. "Quanto mais tempo a pessoa sente dor, mais difícil será de fazer com que ela pare", afirma a anestesiologista Fabíola Peixoto Minson, diretora da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor.
GENÉTICA
Para Natour, o diagnóstico é dificultado pelo fato de a sociedade considerar a dor como algo comum. "Não é normal. As pessoas perdem a chance de tratar a doença quando ela ainda é aguda."
Há várias pesquisas que buscam associar a sensibilidade à dor com a genética. Um estudo publicado na "Genome Research" identificou um gene relacionado à dor por lesão nervosa, como uma cirurgia ou trauma.
Os pesquisadores fizeram testes em ratos e depois analisaram pacientes de câncer de mama que sofriam de dor um ano e meio após a remoção parcial ou total do seio. Comprovou-se que a presença do gene CACNG2 está associada aos sintomas.
"Não temos uma estimativa precisa, mas provavelmente cerca de 20% da população tem esse gene", afirma o professor Marshall Devor, um dos coordenadores do trabalho, em entrevista à Folha.
Não há evidência de que o mesmo gene esteja associado a outros tipos de dor. "Alguns cientistas acreditam que a fibromialgia e talvez até a enxaqueca podem ter origens neuropáticas. Isso pode ajudar na prevenção ou na criação de novas drogas."
CAUSAS Segundo Minson, as maiores causas da dor crônica são fibromialgia, dores musculares, pélvicas e lombares. Algumas doenças são muito mais comuns em mulheres. Para cada nove mulheres com fibromialgia, há apenas um homem. A proporção de enxaqueca é de três para um.
Entre as causas, está a variação hormonal. Em qualquer caso, o tratamento nunca deve ser feito apenas com analgésicos, que só disfarçam a causa. Além de curar a doença de base, é preciso quebrar o ciclo de sintomas e fazer com que a memória da dor se apague.
"O paciente precisa passar um período sem dor para que seu cérebro comece a reagir de outra forma", diz Natour.
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