30 de nov. de 2010

Computador à noite piora qualidade do sono.

Luz próxima da retina interfere nos ciclos sono-vigília.
Exercícios não garantem qualidade de sono aos universitários.

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Estudo afirma que a luz emitida interfere nos ciclos sono-vigília e os exercícios físicos não garantem a qualidade do sono

Um estudo realizado na Unicamp comprovou que mais de 60% dos estudantes universitários dormem mal.

E a causa principal é o uso do computador à noite - dependendo do horário, o índice de uso do computador no período noturno ultrapassa a marca de 70%.

O estudo, realizado pela psicóloga Gema Galgani Mesquita Duarte e orientado pelo professor Rubens Nelson do Amaral de Assis Reimão, foi publicado na revista Arquivos de Neuropsiquiatria.

Além de observar que os jovens estão dormindo mal à noite por causa do uso do computador, a pesquisa trouxe à tona outros dados, como a influência do tabaco nos distúrbios do sono e a não-interferência de atividades físicas na melhora de sua qualidade.

Sono entre estudantes

O interesse em pesquisar a percepção do sono entre adultos jovens que ingressam na universidade surgiu a partir de um estudo anterior, no qual a pesquisadora investigou os padrões do sono relacionados à utilização do computador entre adolescentes que frequentavam o ensino médio.

Para dar continuidade ao estudo, Gema aplicou um questionário para mais de 1.400 estudantes universitários da Universidade Federal de Alfenas, em Minas Gerais.

O questionário incluía perguntas sobre o tipo de alimentação (sanduíches, frutas, legumes, carnes e derivados do leite), exercícios físicos, consumo de bebida alcoólica, tabagismo e a saída para festas e eventos noturnos.

E, ainda, sobre a utilização de computadores e da televisão durante as noites, cochilos durante os dias e se as preocupações afetivas e financeiras influenciavam.

Para avaliar a qualidade do sono foi utilizado o Índice de Qualidade de Sono de Pittsburgh (IQSP), composto por 19 itens autoavaliativos. São considerados bons dormidores aqueles que obtiveram uma pontuação menor que cinco e maus dormidores, maior que cinco.

"Este índice indica a duração e a latência do sono, a sonolência diurna e os distúrbios. Eu esperava que o álcool e a balada fossem determinantes para o aumento de maus dormidores, mas foram o computador e o tabaco que mais alteraram o sono dos universitários", disse Gema.

Qualidade do sono

Cientistas e pesquisadores acreditam que a boa qualidade do sono seja imprescindível para a manutenção de uma vida saudável.

Segundo estudos internacionais utilizados pela pesquisadora para balizar o trabalho, o sono, além ser importante para restauração da energia física, participa das atividades mentais e emocionais.

Dormir mal pode repercutir nas atividades do aprendizado dentro e fora do ambiente escolar.

Esses mesmos estudos demonstram que a falta de sono ou sua má qualidade estão relacionadas com a diminuição da motivação e da concentração, déficits de memória, sonolência diurna e alterações de humor. Por outro lado, o sono de boa qualidade é apontado como fator-chave para o desempenho acadêmico.

O bom sono depende de regularidade dos horários de se deitar e de se levantar, da preservação do tempo de sono, de acordo com a faixa etária e livre dos distúrbios. Dentre os distúrbios do sono, estão as latências do sono aumentadas, acordar no meio da noite, o ronco, os pesadelos e as dores musculares. A qualidade do sono depende, ainda, da necessidade diária, a qual varia de indivíduo para indivíduo e de acordo com a idade.

Necessidades de sono

De acordo com a literatura médica mundial, há uma variabilidade individual da necessidade do sono.

Normalmente, um adulto jovem na faixa etária entre 17 e 25 anos precisa de sete a oito horas e meia de sono por noite. Há pessoas, entretanto, que com apenas cinco horas se sentem satisfeitas e restauradas para as atividades diárias.

Entretanto, alerta a pesquisadora, é importante que o período de dormir seja à noite, pois a fisiologia do sono depende do relógio biológico que, por sua vez, está sincronizado com o dia e a noite, isto é, o claro e o escuro - determinados pela rotação da Terra.

O hormônio do sono, a melatonina, é metabolizado durante a noite.

Quando analisada a utilização da televisão e do computador, observa-se que estes se assemelham na intensidade da emissão da luz, mas o modo de uso é diferente.

Diante do aparelho de televisão o telespectador se coloca, na maioria das vezes, confortavelmente sentado ou deitado, controlando os canais pelo controle remoto a uma distância de aproximadamente 3 metros da tela.

Diante do monitor do computador, o internauta fica a uma distância de 50 a 60 centímetros da tela e sua interação é muito mais ativa, tanto física como mentalmente.

No caso do computador, a luz emitida pelo aparelho fica muito próxima da retina. As células da retina, ao receberem estímulo luminoso, enviam uma mensagem elétrica que alcança o hipotálamo; este, além de comandar as glândulas do organismo, possui um pequeno núcleo onde se localiza o relógio biológico, essencial à manutenção dos ritmos e dos ciclos sono-vigília.

A intensidade, a variação e o horário das luzes emitidas pelos aparelhos incidindo sobre a retina desregulam no organismo a liberação normal de melatonina, o hormônio responsável pelo sono e, consequentemente, alteram sua qualidade.

"Quando você fica na frente do computador exposto à luz do monitor até a meia-noite, há atraso no ciclo vigília-sono. As pessoas vão demorar para dormir, e a metabolização do hormônio do sono será mais lenta. Quando essa exposição acontece depois da meia-noite, há um adiantamento dessa fase e as pessoas vão ficar mais sonolentas. O ideal, para que uma pessoa durma bem e tenha qualidade do sono, é que ela durma à noite e evite a claridade", explicou Gema.

Computador e sono

O fato de acessar o computador durante as noites nos dias da semana aumentou as proporções de maus dormidores.

De acordo com o estudo, 58,06% dormem mal e acessam o computador entre 19 e 21 horas; 71,43% têm problemas com o sono e usam o equipamento entre 19 e 22 horas; 73,33% apresentam incômodos e fazem uso do computador entre 19 e 24 horas; 52,38% dormem mal e utilizam o aparelho das 19 horas até de madrugada.

Entre os internautas de finais de semana, 36,45% acessam o computador e dormem bem, enquanto 63,55% usam a internet e dormem mal.

Em relação aos horários de assistir TV, os grupos não diferenciaram entre si na classificação do sono.

Outra questão apontada pelo estudo foi que 83,4% das mulheres pesquisadas têm mais chance de dormir mal quando utilizam o computador entre o horário das 19 às 24 horas. Já com relação aos homens, este índice ficou em 47,7%, de acordo com a pesquisa.

Álcool, cigarro e baladas

Para os resultados do consumo de álcool relacionados à classificação do sono, o estudo demonstrou que 58,33% não consomem álcool e 61,28% bebem e dormem mal.

Com relação ao tabaco, os dados demonstraram que 59,76% dos não-fumantes e 70,59% dos fumantes têm problemas com o sono.

"Entretanto, se analisarmos o uso do tabaco com o uso do computador, o tabaco apresentou um índice de 4,7% menor se comparado ao impacto da utilização do equipamento que, de acordo com a pesquisa, foi de 51,1%", disse Gema.

Na variável "frequentar baladas noturnas", os grupos não apresentaram diferenças significativas entre si em relação aos bons e maus dormidores.

Exercícios físicos e sono

Nos resultados da prática dos "exercícios físicos" foi observado que 60,59% dos que não praticam atividades físicas e 59,94% dos que se exercitam dormem mal. Entre os universitários que praticam atividade física e acessam o computador à noite nos horários das 19 às 24 horas, o estudo mostrou índices significativos para o aumento de maus dormidores.

"Eu imaginava que os universitários que praticavam atividade física dormissem bem, mas na minha amostragem não foi isso que vi. Dos 374 universitários que praticam atividades físicas, 147 acessam o computador à noite e dormem mal. Que a atividade física diminui o distúrbio do sono é verdade, mas que contribui para aumentar o número de bons dormidores, isso não", observou a pesquisadora, surpresa com os dados. "Porque, em nossa pesquisa, vimos que os jovens que praticam exercícios físicos alimentam-se mal, consomem bebidas alcoólicas, vão para baladas e ainda utilizam-se do computador no período da noite. Mas foi o uso do equipamento à noite o que mais piorou a qualidade do sono dos universitários que praticam exercícios físicos".

Segundo Gema, o horário da prática de atividade física pode, ainda, piorar o sono. Há um estudo internacional que faz uma associação entre praticantes de atividade física e consumo de cafeína. Segundo o estudo, o tempo de sono profundo foi menor para quem usa cafeína. "Fiz outras associações e observamos que somente o fato de praticar exercícios físicos não é suficiente para melhorar a qualidade do sono. Minha hipótese é de que quem faz exercício físico tem que ter hábito salutar para cooperar com um bom sono", comentou.

Mas Gema sabe que pedir para um jovem ou um universitário parar ou diminuir o uso do computador à noite é quase uma utopia. Mãe de três filhos, que no início da pesquisa eram adolescentes e hoje já cursam a universidade e utilizam o computador dia e noite, ela afirma que o que era uma "voz solitária gritando no deserto" e preocupação de mãe virou comprovação acadêmica e científica.

Geração Y

"Meus filhos fazem parte da geração Y, que nasceu utilizando a tecnologia, principalmente o computador. Eles são estimulados a usá-lo. Quando chegam em casa, a primeira coisa que fazem é abrir email, Orkut ou Messenger. Combinam de ir para a balada pelo computador; ao voltarem, muitas vezes de madrugada, acessam a internet para comentar o que aconteceu na balada. É uma necessidade de comunicação. Trata-se de um estilo de vida que está alterando comportamentos, prejudicando a saúde dos jovens, podendo acarretar, inclusive, sobrepeso, porque a utilização do computador está diminuindo o tempo de sono desta geração", alertou a pesquisadora.

Esta é outra questão apontada pela pesquisadora - a relação sono e obesidade. Segundo Gema, estudos internacionais demonstram que a diminuição do tempo do sono está relacionada com o aumento do sobrepeso da população, com o aumento da diabetes II, com problemas gastrointestinais, entre outros.

Isto acontece, segundo esses estudos, porque ao dormir o organismo produz um outro tipo de hormônio, chamado de peptina, que regula a sensação de fome. O sono equilibra todas as reações bioquímicas do organismo, mantendo o bom funcionamento das células do corpo, dos órgãos e sistemas endócrinos. A falta de uma boa qualidade do sono parece ter um impacto nos condutores fisiológicos do balanço energético, nomeadamente no apetite e no gasto energético.

"É por isso que algumas pessoas acordam no meio da noite e vão comer. Sabe-se, também, que as pessoas que dormem menos, vivem menos. Há estudos internacionais que mostram que dormir pouco aumenta o risco dos transtornos psiquiátricos e emocionais. Dormir bem é fundamental à saúde. O computador é um excelente meio de comunicação, mas temos que investigar o que ele está causando na humanidade. Tudo isto eu comento na pesquisa", disse.

Geração do isolamento

Na opinião de Gema, mais do que levantar hipóteses, a pesquisa mostra que está diminuindo o tempo de sono dos jovens e isto pode acarretar sérios problemas de saúde.

"Você pode passar 12 horas na cama, mas se o sono for interrompido e não tiver qualidade, não será reparador e além do mais não se repõem as horas de sono perdidas", disse.

Para o futuro, a pesquisadora faz um prognóstico, definido por uma palavra: isolamento.

As pessoas vão se comunicar dentro de casa pelo computador, cada uma em seu quarto.

Será uma nova forma de comportamento. "Há uma pesquisa em andamento que estou orientando que avalia quão real é a emoção do internauta pela tela do computador. A raiva ou o amor que ele sente atrás de um monitor de computador é igual ao que ele sente e demonstra pessoalmente? Estamos investigando", comentou Gema.

28 de nov. de 2010

Paranoia de limpeza pode abrir espaço para superbactérias.Paranoia de limpeza pode abrir espaço para superbactérias

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A maioria das bactérias não faz mal a ninguém. Mesmo assim, todos os dias, zilhões de germes inocentes são exterminados por um arsenal cada vez maior e mais complexo de desinfetantes e sabonetes antissépticos.

Essa matança injusta e indiscriminada de micro-organismos é desnecessária e pode fazer mal à saúde. "Com a morte de bactérias neutras, sobra mais espaço para nocivas", diz a médica Flávia Rossi, diretora do laboratório de microbiologia do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Além de ocupar espaço e comer células mortas, bactérias neutras desempenham várias funções no organismo. Ajudam na síntese de vitaminas e no funcionamento do intestino, por exemplo.

O biólogo Marcos André Vannier-Santos vai além e diz que, sem os parasitas, os homens não seriam os mesmos. "Temos vários genes e enzimas de origem bacteriana. A coagulação sanguínea acontece graças a bactérias. A placenta foi formada a partir de um vírus", diz ele, que é pesquisador do laboratório de biomorfologia parasitária da Fundação Oswaldo Cruz.

É claro que muitos parasitas são nocivos e que os cuidados básicos com higiene são fundamentais, mas nada justifica uma certa paranoia desinfetante que está tomando ares de epidemia, a julgar pela quantidade de produtos "superpoderosos" que chegam ao mercado.

"Não é necessário ter em casa todos os cuidados que temos no ambiente hospitalar. Não precisa desinfetar todos os lugares. Água e sabão comum são suficientes", diz Stefan Cunha Ujvari, médico infectologista, autor do livro "Perigos Ocultos nas Paisagens Brasileiras _Como Evitar Doenças Infecciosas" (Senac/SP, 232 págs., R$ 45).

A professora de português Priscila Blazko, 34, é uma das adeptas dos produtos que matam 99% dos germes. "Leio os rótulos e compro aquele que mata mais", diz.

Quando seus dois filhos brincam na areia, Priscila exige que tirem a roupa antes de entrar em casa. "Eu sei, às vezes exagero."

Não só ela. Estamos todos sob influência da "cultura da higiene", na visão da antropóloga Sônia Weidner Maluf, professora da Universidade Federal de Santa Catarina.

"A ideia do que é limpo e do que é sujo é construída socialmente. Na nossa cultura, tudo que não é esterilizado é sujo e causa doença."

Isso é incentivado, segundo ela, pelo medo coletivo. "As situações de risco são ampliadas pela publicidade, e as pessoas ficam com a ideia de que podem se contaminar a qualquer momento."

MANIA DE LIMPEZA

Em excesso, a limpeza pode virar doença. Medo de contaminação é um dos transtornos obsessivo-compulsivos mais comuns, segundo a psiquiatra Roseli Shavitt, coordenadora do Protoc, grupo ligado ao Hospital das Clínicas de SP.

"A limpeza se torna um ritual obrigatório, que perturba a pessoa e impede que ela faça outras atividades."

A dona de casa Marina Carpi, 53, sempre foi perfeccionista e gostou de tudo muito limpinho. Até que a mania passou a incomodar.

"Toda vez que saía de casa tinha que trocar de roupa porque achava que eu estava suja. Tomava vários banhos por dia para me sentir limpa", diz ela, que fez terapia por três anos. Hoje, se considera bem melhor.

Além de ser um sintoma de um transtorno, lavar várias vezes as mãos e tomar vários banhos não faz bem à pele.

"Nossa pele tem uma barreira sebácea natural. Se a agredirmos, podemos causar infecções", diz a dermatologista Luciana Conrado.

Um banho de cinco a dez minutos ao dia é suficiente. E não é preciso esfregar. "Não somos panelas, para ter que lavar com esponja. Sabonete, só onde está mesmo sujo."

O contato com micro-organismos também estimula o sistema imunológico. "Crianças que não foram expostas a ambientes com mais bactérias e vírus têm maior possibilidade de desenvolver alergias", afirma Clóvis Eduardo Santos Galvão, imunologista da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia.

RESISTÊNCIA

Muitos sabonetes e outros produtos bactericidas têm triclosan ou triclocarban na fórmula. Cientistas debatem se essas substâncias antimicrobianas podem selecionar bactérias resistentes, contribuindo para o surgimento de superbactérias.

"Qualquer antimicrobiano, ao eliminar bactérias, seleciona micro-organismos mais resistentes", diz Marco Miguel, professor de microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Para ele, germicidas devem ser usados só em situações específicas: em hospitais e na manipulação profissional de alimentos e lixo.

"Sabão comum remove a sujeira com a mesma eficácia. Não devemos desperdiçar substâncias químicas. Com o tempo, teremos que criar novas, mais potentes".

A polêmica vai longe. Semana passada, um grupo da Universidade do Arizona, nos EUA, depois de realizar estudos com os compostos químicos, declarou que não têm eficácia e não se degradam facilmente no ambiente.

Segundo a Unilever, fabricante da linha Lifebuoy, seu sabonete não tem triclosan na fórmula. "O ingrediente foi substituído por outro agente para minimizar o impacto ambiental".

"A ação antibacteriana do produto é comprovada por rigorosos testes em laboratório e o uso pode evitar doenças comuns como diarreia e infecções respiratórias."

De acordo com a Reckitt Benckiser, fabricante do sabonete Dettol, que tem triclocarban na fórmula, "o uso de produtos antimicrobianos, tais como Dettol, é capaz de remover as bactérias patogênicas, mas não as bactérias inofensivas da pele".

Ainda segundo a fabricante, esses produtos "têm um papel importante na saúde pública e também ajudam a controlar surtos de resistência a antibióticos."

A Colgate/Palmolive, fabricante do sabonete Protex, foi procurada pela reportagem, mas não respondeu.

24 de nov. de 2010

Livro aponta quais são os deveres civis das academias de ginástica no trabalho do Personal Trainer.

O verão praticamente chegou e, como sempre acontece, uma enxurrada de pessoas corre para as academias de ginástica na busca de uma silueta perfeita. Chega a dobrar o número de alunos matriculados nas academias neste período, se comparado aos meses de inverno. Pensando nisto, e em todas as questões legais que envolvem o tema, o jovem advogado Felipe Crisanto Monteiro Nóbrega lançará nesta terça-feira (23), às 19h30, no pub, bar e restaurante Picadilly, localizado na praia de Tambaú, a primeira edição do livro “Responsabilidade Civil das Academias de Ginástica por Atos do Personal Trainer” (Editora Sal da Terra, 176 p, 2010).

A obra é de grande utilidade social, pública e jurídica. Com uma visão acurada o autor toca em questões bem presentes no cotidiano da maioria dos brasileiros, ou seja, a busca do corpo perfeito, tendo como adágio “corpore sano, mente sana”. A eterna procura do ser humano pelas questões da saúde e do bem estar refletem hoje até mesmo em sua dignidade.

"Com a explosão do mercado do fitness e em particular da figura do personal trainer, Felipe Crisanto é muito feliz no tema de sua obra. Um livro que auxilia não só os profissionais da área do Direito, mas também os empresários do fitness e personal trainers no entendimento das suas responsabilidades", comentou Nilo Montenegro Netto, personal trainer e proprietário da academia de ginástica Studio Personal One, onde a pesquisa pode ser desenvolvida.

Felipe Crisanto descortina nesta obra questões que vão desde o saber científico da Educação Física (conceitos, princípios, responsabilidade, deveres, Código de Ética), discorrendo sobre quem são os profissionais habilitados para área, especialmente o personal trainer, penetrando na estrutura das academias de ginástica, até culminar nos aspectos que envolvem a responsabilidade civil destes estabelecimentos quando o personal trainer causa algum dano ao consumidor.

O advogado e doutor em Direto Civil, professor Fernando Antônio Vasconcelos, que escreve no prefácio da obra, diz que o tema “responsalidade civil”, desde o século passado, ocupa setores da mídia nacional, do judiciário e das universidades, e que alguns são contra a responsabilidade objetiva, outros a favor, mas que ninguém fica indiferente ao debate.

A questão do mercado consumidor é também temática abordada nesta obra. “As pessoas estão totalmente direcionadas para o mercado de consumo. O ato de consumir se tornou uma obrigação. Em decorrência disso, passou-se a estabelecer padrões, inclusive no que se refere à perfeição do corpo humano”, disse Felipe Crisanto.

O advogado do escritório Crispim Ribeiro & Cabral, professor da UFPB e Unipê, André Cabral, comenta, na orelha do livro, que no mundo contemporâneo, onde a saúde e estética são veneradas, a obra ganha relevância como instrumento didático de auxílio aos profissionais do Direto e da Educação Física que se deparam com questões acerca da responsabilidade civil das academias de ginástica e/ou personal trainer.

SOBRE O AUTOR – Felipe Crisanto Monteiro Nóbrega é filho da jornalista Mônica Valéria Crisanto Monteiro Nóbrega e do maestro e professor Eduardo de Oliveira Nóbrega. É pós-graduando em Direto Tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários (IBET), graduado em Ciências Jurídicas pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), advogado militante na área de Direito Empresarial, Tributário, Civil e Consumidor. Compõe hoje o corpo de advogados do escritório “Crispim Ribeiro & Cabral - Advogados Associados”. Antes de entrar na seara jurídica foi goleiro de handebol e capitão da seleção paraibana, bem como, convocado por duas vezes para a seleção brasileira de handebol de praia.

23 de nov. de 2010

As vantagens do treino em altitude elevada para a corrida.

Entenda para que serve e se você deve colocá-lo em prática na sua planilha de treinamentos

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A altitude elevada é tida como um empecilho para a maioria dos esportistas, principalmente para jogadores de futebol de campo, que muitas vezes são obrigados a viajar longas distâncias para enfrentar times que têm sua sede em algum local muito acima do nível do mar.

Porém, correr nestas circunstâncias pode ser, se feito de forma correta, considerado um treino específico para corredores de elite ou para amadores com grande bagagem na corrida. Praticar o esporte nas alturas é uma das formas do corredor melhorar a performance nos treinamentos e em competições, já que a respiração irá se beneficiar de forma visível.

“Este tipo de treinamento é bastante recomendável para atletas que já chegaram ou estão perto de chegar ao seu limite máximo de rendimento na corrida. O atleta conseguirá turbinar mais sua performance e poderá continuar progredindo”, afirma Enzo Amato, diretor técnico da Assessoria Esportiva que leva o seu nome.

Atletas como Marilson Gomes dos Santos, bicampeão da Maratona de Nova York, realizam esse tipo de treinamento para suas principais competições. Ao se preparar para sua última disputa na cidade norte-americana, o fundista passava cerca de três semanas por mês em Campos de Jordão, interior de São Paulo, onde há alta altitude. Além dos brasileiros, os corredores quenianos também devem parte dos seus altos rendimentos para a altitude, já que o Quênia fica localizado em um local acima do nível do mar.

Correr em alta atitude causa elevação dos níveis de Eritropoietina, resultando em aumento de massa das células vermelhas do sangue, o que alterará de forma benéfica a performance do corredor, agindo também como um diferencial entre os corredores.

Altitude na planilha

A altitude não tem segredo: quanto mais alto, mais o ar é rarefeito e mais difícil é correr. Entretanto, há uma série de regras para que a corrida seja de maior proveito e para que não interfira na saúde do corredor. “Quando se for treinar em lugares onde a altitude é muito alta é necessário que se comece uma adaptação de, pelo menos, duas semanas antes de iniciar os treinamentos. Com isso, o corpo pode prevenir dores de cabeça e até os sangramentos nasais, que são comuns na prática esportiva em lugares muito altos, a partir dos 3.500 metros”, explica Kim Cordeiro, diretor técnico da BK Sports.

Sendo assim, os locais mais indicados para os corredores são onde a altitude esteja a 2.000 a 2.500 metros do mar, local onde esta circunstância não modifica tanto a respiração do corredor e também traz grandes benefícios. Caso o corredor deseje partir para locais mais altos ele deve primeiramente se acostumar com a altitude mais baixa, ajudando na adaptação da próxima altura. “A frequência destes treinamentos são mais longos que o normal, ocorrendo de duas a três semanas, tempo suficiente para que o rendimento do atleta seja altamente beneficiado”, acrescenta Cordeiro.

Com as férias chegando, este tipo de treino poderá ser mais acessível para os atletas, podendo procurar locais tanto nacionais, como Campos do Jordão, ou até internacionais, como a Colômbia e a Suíça. Entretanto, fica novamente o alerta. Este tipo de treino deve ser utilizado por corredores com um bom tempo e que já tenham bom desempenho na hora da prática esportiva.

20 de nov. de 2010

Comida natural nem sempre é melhor.

SÃO PAULO - É preciso comer 425 tomates por dia para conseguir uma quantidade significativa de fitoesterois, substância que ajuda a controlar o colesterol. Ou então, duas colheres de creme vegetal enriquecido com a substância.

A comparação é do pesquisador Gert W. Meijer, que não por acaso é o vice-presidente de Nutrição e Saúde da Unilever. Segundo ele, comida industrializada pode ser melhore do que natural.

"Alimentos processados mantêm um padrão de qualidade e têm rótulos com informações sobre seus ingredientes e nutrientes", disse.

Outra vantagem, de acordo com Meijer, é a segurança e a conservação. "O alimento in natura pode estar contaminado por bactérias e fungos. Além disso, logo após a colheita, eles começam a perder qualidade nutricional."

Não é só a indústria que vê vantagens nos processados. Para a nutricionista Cynthia Antonaccio, da Equilibrium Consultoria, natural também não é sinônimo de saudável.

"É preciso esquecer a ideia de que todo alimento natural é saudável e todo industrializado é ruim. O açúcar da cana faz mal a diabéticos e o leite integral e os queijos caseiros têm gordura saturada."

Alguns processados concentram nutrientes presentes em pouca quantidade em frutas, verduras e legumes. Há cereais com adição de vitaminas e cremes vegetais com fitoesterois e ômega 3.

"Às vezes, a industrialização deixa o produto mais palatável. É o caso de alguns cereais e bebidas à base de soja", diz Antonaccio.

Segundo o médico nutrólogo José Alves Lara Neto, membro da Associação Brasileira de Nutrologia, é muito mais fácil pensar em boa alimentação com produtos industrializados saudáveis.

"Poucas pessoas conseguem planejar o cardápio e ingerir porções ideais de proteínas, carboidratos, frutas, legumes e verduras."

SÓ NOS NATURAIS

"Só precisamos de alimentos enriquecidos com nutrientes porque existem os industrializados sem nenhum valor nutricional", diz George Guimarães, nutricionista especialista em dietas vegetarianas da Nutriveg.

Para ele, apesar de terem nutrientes, produtos processados são limitados. "Eles não têm uma variedade de vitaminas e uma quantidade proporcional de fibras. Sempre sobrevivemos sem alimentos com fitoesterol."

Além disso, muitos industrializados ainda têm sal demais. "A embalagem pode dizer que o produto tem mais fibras ou menos sódio, mas dificilmente uma bolacha tem mais fibras do que uma concha de feijão ou uma xícara de cenoura ralada", afirma a nutricionista Fernanda Pisciolaro, da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica).