Segundo pesquisadores norte-americanos de Harvard, elevar o preço dos refrigerantes com açúcar pode fazer com que os consumidores procurem bebidas mais baratas e saudáveis.
Eles informaram na quinta-feira (17) que ao elevar em 35% o preço de uma lata de refrigerante na lanchonete de um hospital de Boston, as vendas das bebidas caíram 26%, o que mostra evidências de que a adição de um imposto sobre elas pode levar os consumidores a melhores escolhas.
A obesidade eleva em cerca de US$ 147 milhões por ano os custos do sistema de saúde dos EUA. Diversos Estados, como Nova York e Califórnia, subiram os impostos sobre os refrigerantes para cobrir o custo de doenças relacionadas à obesidade.
"A obesidade atingiu níveis epidêmicos. É um problema extremamente difícil e complicado", disse Jason Block, cujo estudo foi publicado no "American Journal of Public Health".
Ele disse que os refrigerantes têm sido cada vez mais reconhecidos como um dos principais contribuintes para o crescimento da obesidade no país.
No mês passado, a primeira-dama Michelle Obama anunciou um plano de 70 pontos para reduzir a obesidade infantil, que pediu uma análise do impacto dos impostos sobre o consumo local de vendas de alimentos menos saudáveis.
O consumo de açúcar em grandes quantidades não só torna as pessoas mais gordas, como também aumenta o risco de diabetes, doenças cardíacas e derrame, segundo a Associação Americana do Coração.
"Refrigerantes normais representam cerca de 7% de todas as calorias consumidas nos Estados Unidos," disse Block em entrevista por telefone.
Para o estudo, a equipe do pesquisador aumentou o preço de uma lata de refrigerante em US$ 0,45 ou 35% na cafeteria no hospital Brigham and Women, da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard e, em seguida, mediram o efeito sobre as vendas.
"Descobrimos que o aumento do preço levou a um declínio de 26% nas vendas dos refrigerantes normais", contou Block.
Em vez de comprarem uma bebida energética ou um suco de frutas, as pessoas aumentaram o consumo de bebidas dietéticas ou café durante o período do estudo, disse ele.
A equipe comparou o efeito do aumento de preços a uma campanha educativa, em que divulgaram cartazes e informações sobre a perda de peso e a necessidade de cortar o consumo de bebidas adoçadas.
Segundo Block, a campanha não teve nenhum efeito sobre os hábitos de compra das bebidas.
Ele disse que o estudo que sugere um aumento de preços deve ser uma alternativa para avaliar as opções para tratar a obesidade nos Estados Unidos.
"Há uma série de propostas para cobrar impostos sobre refrigerantes. Eu acho que é uma discussão importante. O estudo mostra indícios de que a medida poderia funcionar para reduzir as taxas de consumo", diz Block.
A American Beverage Association, um grupo comercial, cujos membros incluem a Coca-Cola Co, Pepsico Inc, e Dr Pepper Snapple Group, opõe-se veementemente a tais impostos e diz que o refrigerante com açúcar não é o único fator de risco para a obesidade ou doenças cardíacas.
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